A Fórmula Vee nasceu em 1962, quando Hubert Brundage, dono de uma concessionária da Volkswagen nos EUA, buscava uma forma de fortalecer a marca no país e viu no automobilismo uma oportunidade de fazer isto. Alguns carros foram fabricados e participaram de algumas corridas. Em 1963, a categoria foi reconhecida pela SCCA (Sports Car Club of America), e cresceu em várias partes do mundo. Em 1967 ela chegou ao Brasil graças a iniciativa de Emerson Fittipaldi e seu irmão, Wilson Fittipaldi, que buscavam criar uma categoria de baixo custo nos trópicos. Depois de um hiato de de 30 anos, a categoria foi recriada e hoje integra o Campeonato Paulista de Automobilismo.
Campeões mundiais passaram pela categoria no início, como Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi, e nos dias de hoje, ela visa fortalecer o status de categoria escola para que pilotos ingressem em categorias de base maiores, como a Fórmula 4. O piloto de Campinas, João Pedro Maia, é o líder do campeonato de 2019 com 174 pontos e tem como coach o próprio Wilson. O pai da categoria no Brasil visa levá-la para outros autódromos. Neste ano, foram realizadas corridas no Circuito de Interlagos e no ECPA (Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo). Uma das pistas na mira da organização é o Plan Speed Park, ou Autódromo de Campos – como é conhecido – e localiza-se no interior do estado do Rio de Janeiro. O local foi inaugurado no ano passado e já realiza competições regionais de motovelocidade e Turismo.
Wilson e João estiveram presentes na 4ª Etapa da Taça Rio de Marcas e Pilotos e levaram o F-Vee #200 para dar algumas voltas na pista. Abaixo segue na íntegra a entrevista realizada com ambos:
Boletim do Paddock: Wilson, você e seu irmão, em 1967, correram na Fórmula Vee. Após muitos altos e baixos, a categoria foi recriada e hoje faz parte do Campeonato Paulista de Automobilismo. Conte-me um pouco mais sobre o início da categoria… Quais eram as intenções dos irmãos Fittipaldi naquela época e como você enxerga a categoria nos dias de hoje?
Wilson Fittipaldi Jr: Naquela época, não existia categoria que custasse pouco. Só existia categoria que usava carro importado. Então nós pensamos no que fazer, aí lembramos do Fórmula Vee. Começamos a fabricar, deu tudo certo, e em dois anos vendemos 52 carros. E a categoria foi super bem durante alguns anos. Depois ela caiu um pouco e passou de Fórmula Vee para Super-Vee. O motor era mais forte e o carro tinha mais alguns equipamentos. Na categoria, passaram dois campeões mundiais, o Piquet e o Emerson. Eu e o Pace também participamos de um campeonato da Fórmula Vee… E foi muito bom, pois tinha uma média de largada de 35 carros. Nos dias de hoje, eu enxergo a categoria muito bem. Acho que a categoria está com um preço bom e tem tudo para ser a categoria de escola para quem sai do kart e quer começar no automóvel. Nós temos o exemplo do João Maia, que está aqui, e está fazendo exatamente isso. Ele saiu com 14 anos do Kart e está com 15 anos ganhando o campeonato.
B.P: Como está sendo essa experiência com o João?
Wilson: Está sendo boa. Ele está cada vez entendendo mais o automóvel, que é importante e está indo muito bem. Ele anda muito rápido, e não falo isso porque ele está do meu lado. Ele quase nunca erra.
B.P: Há a possibilidade da categoria vir aqui pra Campos?
Wilson: Nós visitamos a pista ontem. Eu não tinha visto ainda… A pista é boa e tem poucos pontos de segurança que devem ser mexidos, mas ela vale a pena, foi bem construída… E agora precisamos ajustar os pontos aos poucos.
B.P: Agora partindo para algumas perguntas mais técnicas. Como os carros de Fórmula Vee são montados pelos pilotos hoje em dia?
Wilson: Nós fizemos um sistema novo. Ao invés do piloto comprar o carro, ter que fazer a manutenção, procurar um lugar para guardar o carro, enfim… ele paga um aluguel mensal e o carro dele chega na pista. Ao terminar a prova, ele pega a mochila dele, pega o avião, vai embora, e nós cuidamos de todos os carros. Isto facilita para quem quer andar pagando pouco e se torna muito mais prático para o piloto.
B.P: Qual é o motor usado nos dias atuais?
Wilson: Nós usamos um motor de Volkswagen Fox de 100 cavalos. Usamos este motor para não custar tão caro, senão você começa a ficar mexendo em motor e não tem fim… Então procuramos um motor mais viável.
B.P: Vocês pretendem fazer algum update nesse motor?
Wilson: Estamos pensando em fazer a Fórmula Vee-S. Aí teremos um motor turbo, que irá de 100 cavalos para 190 cavalos, quase o dobro.
B.P: Agora vamos conversar um pouco com o João… Como é estar participando da Fórmula Vee?
João Pedro Maia: É uma experiência muito boa, porque é uma categoria que me ensina bastante sobre como ter controle sobre o carro e como agir em situação de corrida.
B.P: Quais são os seus planos? Qual é o próximo passo depois da F-Vee?
João: Primeiramente, meu objetivo dentro do esporte, e acho que é o objetivo da maioria dos pilotos, é chegar na Fórmula 1 ou na Fórmula Indy. Minha expectativa para o final do ano é ser campeão dos campeonatos que eu estou participando, lá em São Paulo e em Piracicaba. Para o ano que vem, eu pretendo ir para a Fórmula 4 Européia ou para a Fórmula 4 Brasileira, que está prevista para o ano que vem. Basta eu escolher qual.
B.P: Como a Fórmula Vee pode ajudar outros pilotos?
A Fórmula Vee pode ajudar revelando novos talentos, além disso, ela ensina muito, muito mesmo… O pneu é radial, o câmbio é de 5 marchas em H, então ele exige uma técnica do piloto.
A próxima etapa da Fórmula Vee será em Outubro ou Novembro em data e local a serem definidos.
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