A Williams segue no fim do pelotão, com um carro difícil de guiar. Um time que está tentando se colocar nos trilhos, buscar alguns pontos, mas o início da nova era da Fórmula 1 não foi favorável ao seu novo projeto. Os times que utilizam o motor Mercedes estão tentando compreender os problemas com o motor e com a aerodinâmica.
No GP da Austrália a equipe conquistou o seu primeiro ponto, obtido por Alexander Albon após apostarem em uma estratégia mirabolante. Partiram para o tudo ou nada, tentando aproveitar a melhor oportunidade. O tailandês largou com os pneus duros, permaneceu na pista até a volta 57 – quando foi chamado para trocar o pneu e instalar um composto médio. Albon passou parte do final da prova na sétima posição conforme os adversários foram trocando pneus, mas ao realizar a sua parada, retornou na décima posição; assim conquistou o seu primeiro ponto desde o retorno à Fórmula 1 e o primeiro ponto da Williams em 2022.
A Williams contratou Albon para assumir a vaga deixada por George Russell. O tailandês tinha ficado uma temporada fora da F1 depois de ter passado brevemente pela categoria (Toro Rosso e Red Bull), mas ainda manteve o vínculo com a equipe austríaca, auxiliando nos bastidores.
Obviamente Alex Abon seria comparado com George Russell, afinal, o piloto inglês conseguiu fazer muito com a Williams, mesmo lidando com um equipamento que não fornecia uma grande performance. Albon está se encaixando ao time de Grove, após receber uma oportunidade semelhante a que Pierre Gasly teve com a AlphaTauri; reconstruir a sua carreira e se tornar um piloto atrativo.
O pelotão intermediário está ainda mais acirrado em 2022 e para a Williams é difícil avançar para o Q2 pois existem outras equipes tão boas brigando por aquele mesmo espaço. No Bahrein, em sua reestreia na F1, Albon obteve a décima quarta posição para a largada, chegando ao Q2. Russell era conhecido como ‘Mr Saturday’ por suas aparições no Q2 e eventualmente conseguia passar para o Q3.
A Williams ainda está tentando se ajustar, melhorar a sua performance, desta forma é difícil imaginar resultados melhores do ponto que eles estão agora, mas algo é certo, o time ainda sabe usufruir de oportunidades quando elas aparecem.
Os pneus duros funcionaram no carro de Albon, mesmo sendo um composto de difícil aquecimento e que muitos pilotos passaram a reclamar de sua performance ao fim da corrida. Claro que nenhum deles esteve perto de completar 57 voltas com o composto duro.
“Foi uma boa corrida, mas ela foi muito difícil e nós precisamos lutar bastante. Para nós foram 30 voltas de classificação. Não sei o que acontece, mas o pneu duro funciona quando instalamos em nosso carro. Claro, o décimo lugar parece inimaginável para nós e quando você entra na reunião de estratégia para a corrida a expectativa é um 19º e 20º ou talvez um 18º, mas funcionou”, disse Albon no pós-corrida.
O fim de semana do tailandês foi ainda mais complicado, pois no sábado após se classificar na décima sexta posição, ele foi desclassificado, pois a equipe não conseguiu entregar 1 litro de combustível para análise.
A estratégia da Williams funcionou, pois, a equipe não esperava usar os pneus médios no começo da prova, mesmo com eles fornecendo mais aderência, já que eles estavam apresentando um alto nível de degradação no FW44.
Melbourne é um circuito bem complicado, principalmente por ser um traçado de rua veloz, onde as barreiras de proteção estão próximas. Acidentes podem acontecer com qualquer um, como aquele onde Lance Stroll acertou Nicholas Latifi durante a classificação.
Esperávamos neste começo de temporada uma evolução de Latifi, principalmente por ele estar mais ambientado ao time. O canadense segue com mais dificuldade para se adaptar ao carro, figurando nas últimas posições e já se envolveu em alguns incidentes no começo da temporada.
No carro de Latifi, a percepção que o piloto tem, é completamente diferente da relatada por Albon. “Estávamos esperando que após o alto consumo de combustível no TL2, parecia que estava lutando bastante com os pneus, que estavam meio que granulando independente dos compostos usados e lutava para mantê-los na janela certa. Obviamente, havia muita coisa acontecendo com os vários Safety Cars e Virtual Safety Car e tudo mais”, disse Latifi.
A Williams pensou em traçar uma estratégia parecida com a de Albon para o canadense, foram na zona de segurança, pneu médio-duro, onde ele obteve a décima sexta posição.
A estratégia para Albon também contou com um pouco de sorte, pois Carlos Sainz e Max Verstappen abandonaram a prova, dois pilotos que estariam facilmente no Top-10. Bom, não sabíamos quando a Williams pontuaria, agora não sabemos se em algum momento se tornará regular, mas esse ponto obtido por Albon certamente dará mais confiança ao tailandês.
Por outro lado, Latifi precisa voltar a recuperar a confiança nele e tentar progredir para também ser capaz de aproveitar oportunidades como essas. Ainda é cedo, foram apenas três provas só que a Williams não pode mais contar com apenas um piloto atuando como a sua salvação. Neste momento eles estão embolados com a Aston Martin, com um passo minimante à frente, pois conquistaram um ponto.
É até difícil mensurar o quanto esse projeto pode evoluir, pois mesmo contando com mais horas no túnel de vento, os times estão limitados pelo mesmo teto orçamentário. Novos pacotes de atualização estão programados para essa fase europeia.
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