Nem sempre os grandes momentos vêm com troféus nas mãos ou holofotes voltados para o pódio. Às vezes, eles chegam com o simples — e poderoso — prazer de estar de volta. Foi exatamente esse o clima que envolveu o retorno de Sérgio Sette Câmara à Fórmula E no e-Prix de Berlim. Depois de uma temporada explorando os bastidores e o mundo das provas de endurance, o mineiro voltou à ativa no cockpit elétrico da Nissan, substituindo o titular Norman Nato, que disputava simultaneamente as 6 Horas de São Paulo pelo WEC.
Sette não só reencontrou a categoria onde correu por cinco anos, mas o fez num de seus palcos mais conhecidos: o aeroporto de Tempelhof, em Berlim, onde coleciona participações e experiências marcantes. Com um sorriso sincero e o capacete em punho, ele não escondia a empolgação por acelerar novamente em solo europeu.
Mas quem acha que foi um retorno tranquilo, se engana. A rodada dupla na capital alemã foi um verdadeiro campo de testes para a resiliência. Chuva, sessões canceladas e clima de loteria embaralharam o fim de semana. No sábado, após uma classificação problemática e um toque em disputa por posição, Sette terminou em 15º. No domingo, largando em 21º após novo revés na potência do carro, o brasileiro foi cirúrgico: traçou uma estratégia inteligente, administrou energia com frieza e cruzou a linha de chegada em 10º lugar, garantindo um valioso ponto para a Nissan — e um sorriso ainda maior para ele.
“Voltei a um carro de fórmula, reencontrei grandes amigos e fiz o que mais gosto na vida: acelerei!”, disse Sette após a corrida. Em um gesto que traduz bem seu espírito esportivo, ainda dedicou o desempenho ao companheiro Oliver Rowland, recém-consagrado campeão mundial da Fórmula E, e a toda equipe japonesa.
Para os fãs brasileiros que acompanham de longe, foi um presente inesperado ver Sette Câmara de volta às telas, desafiando o imprevisível e mostrando que talento não expira. E para quem teve a sorte de assistir in loco em Berlim, a sensação era clara: ele estava em casa, mesmo longe de casa.
Sette volta às pistas em agosto, na lendária Spa-Francorchamps, pela European Le Mans Series. Mas, por ora, fica o registro de uma volta triunfal — não pelos números, mas pelo que representa: paixão, persistência e a alegria pura de guiar.
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