Em 2020 a Fórmula 1 apresentou a campanha #WeRaceAsOne, a hashtag estampou os carros, além do arco-íris que fez parte do movimento. Com o andamento da temporada alguns espectadores sentiram que a campanha só deu as caras como um adesivo e uma hashtag, pois pouca coisa mudou no esporte. Além disso, em um primeiro momento eles decidiram abordar o apoio aos profissionais da saúde que estavam batalhando contra o Covid-19, mas também pretendiam abordar a diversidade e a inclusão com a mesma campanha.
Para 2021 a categoria informou nesta quarta-feira (10) que vai continuar com a iniciativa, mas ela agora atuará em três pilares: sustentabilidade, diversidade e inclusão e comunidade.
“Ao longo da temporada [2020], prestamos homenagem às pessoas em todo o mundo pela incrível força e resistência demonstradas contra a pandemia global. O arco-íris foi escolhido pela Fórmula 1 para ficar ao lado do #WeRaceAsOne, pois se tornou um símbolo usado internacionalmente para reunir comunidades. Da mesma forma, usamos nosso reinício para mostrar que nós, como comunidade esportiva, estamos unidos contra o racismo e estamos fazendo mais para enfrentar a desigualdade e a diversidade na Fórmula 1.”
A utilização do símbolo do arco-íris, para uma luta que englobava outra abordagem da categoria foi muito criticado na época, principalmente por conta da expansividade que em alguns momentos não dizia nada. O #WeRaceAsOne ainda é questionado até hoje, a discussão tomou mais força após a contratação de Nikita Mazepin na Haas, e o episódio de assédio cometido pelo piloto.
“Nesta temporada, o arco-íris não aparecerá mais ao lado da plataforma #WeRaceAsOne. Embora a pandemia COVID-19 ainda seja uma batalha em andamento, estamos focando a plataforma nos três pilares principais de nossa estratégia ESG (Governança Social e Corporativa): sustentabilidade, diversidade e inclusão e comunidade.”
“Em 2019, a Fórmula 1 definiu sua estratégia ambiciosa de sustentabilidade, diversidade e inclusão para melhorar o futuro de nosso esporte a longo prazo. Isso incluiu nosso compromisso de ser carbono zero até 2030 e criar uma cultura mais inclusiva e diversa em toda a Fórmula 1, atraindo talentos mais diversos em funções técnicas, comerciais, corporativas e no ar.”
No ano passado, o racismo foi muito discutido, principalmente por conta dos abusos da polícia e os grupos extremistas. Lewis Hamilton foi muito escutado e questionado em 2020, falando várias vezes sobre a necessidade do esporte ser mais diverso e dar mais oportunidades. Ainda na última temporada, o inglês criou a comissão Hamilton, para ajudar a aumentar a diversidade no esporte e realmente dar oportunidade aos jovens.
“Além disso, o plano, em parceria com a FIA, visa promover um fluxo diversificado de talentos dos pilotos, identificando e eliminando sistematicamente as barreiras à entrada do karting de base à Fórmula 1”, informou o comunicado da categoria.
Este novo compromisso verá a Fórmula 1, a FIA e as equipes se concentrarem principalmente em nove áreas principais:
- Criar um caminho claro para motores híbridos com combustível sustentável, algo que será de importância significativa não apenas para o esporte, mas também para o setor automotivo.
- Reduzir a quantidade de garrafas plásticas e de resíduos alimentares nos pits e no paddock.
- Criação de estágios e aprendizagens dentro da Fórmula 1 para grupos subrepresentados para fornecer acesso a uma carreira promissora no esporte.
- Bolsas de financiamento para estudantes de engenharia com origens diversas e de pouco privilégio com experiência de trabalho na F1 e nas equipes durante seus estudos.
- Crescer F1 In Schools – F1 nas Escolas
- Trabalhar com nossos promotores ao redor do mundo para estabelecer e entregar programas que deixem um impacto positivo e duradouro na comunidade.
- Ajudar a aumentar a conscientização e o apoio à W Series e às jovens e talentosas mulheres pilotas.
- Avançar para novos métodos de frete por meio da adaptação de contêineres para uso em aeronaves modernas e outros modos de transporte.
- Continuar a desenvolver nossas capacidades de operações remotas onde as ações até agora já eliminaram cerca de 70 toneladas de carga transportada para cada corrida.
A categoria mais uma vez apresenta um plano de ação grande na expectativa de mudar várias áreas. No ano passado a F1 havia se comprometido a abordar várias lutas, aproveitando cada GP para promover uma temática, mas pouco se viu sobre o assunto.
Por outro lado, Stefano Domenicali, novo presidente e CEO da Fórmula 1 disse: Nossa plataforma We Race As One foi muito eficaz em aumentar a conscientização sobre questões socialmente importantes e nosso compromisso constante para fazer uma mudança positiva. Estamos muito orgulhosos disso e as equipes abraçaram totalmente a causa.”
“Embora nosso compromisso por meio de palavras para lidar com questões como sustentabilidade e diversidade em nosso esporte seja importante, são nossas ações que serão avaliadas. Já fizemos um bom progresso em nossos planos de sustentabilidade e você verá fortes ações sendo executadas este ano em todos os três pilares.”
“Sabemos que devemos continuar avançando nessas questões e todo o esporte está unido para fazer isso nos próximos meses e anos.”
O esporte precisa sofrer alterações, se tornar um ambiente acolhedor e onde as pessoas se sintam respeitadas. O comunicado é um passo, mas são realmente as atitudes que devem ser avaliadas. O publico deve seguir cobrando mudanças principalmente com áreas que ainda possuem um déficit grade.