Sauber supera crise e reencontra confiança enquanto se prepara para chegada da Audi

Depois de um 2024 desastroso, em que passou meses sem pontuar e terminou como uma das lanternas do grid, a Sauber começa a escrever uma nova página em sua história na Fórmula 1. A equipe de Hinwil enfrentou sérias limitações técnicas e estruturais, precisando olhar para 2026 com a chegada da Audi. No entanto, para melhorar as suas condições para o próximo ano, a equipe não pode “desistir” de 2025.

O ano de 2024 foi marcado por diversas frustrações e problemas. Atualizações demoradas, ferramentas ultrapassadas e até limitações no simulador levaram a Sauber a perder competitividade, sem contar nos pit-stops desastrosos que aconteceram em várias corridas. Foi o último ano de Valtteri Bottas e Zhou Guanyu, trabalhando com o time.

Com a saída do patrocínio da Alfa Romeo, além do planejamento para a Audi, o time demonstrava que estava poupando recursos para esse momento de virada – que os novos regulamentos podem oferecer.

Segundo o diretor técnico James Key, o grande problema estava na imprecisão: “Esses carros já eram muito sofisticados no ano passado e ainda mais neste ano. Se você não tiver confiança de que as coisas vão funcionais em detalhes, pode facilmente ultrapassar a meta”, comentou ao Auto Motor und Sport.

A Sauber apresentou uma situação melhor em 2022, com a introdução do regulamento – ainda quando era Alfa Romeo e obteve a sexta posição no Mundial de Construtores, mas com a saída do patrocínio da marca italiana, a Sauber encontrou outros meios para dar continuidade, obtendo o patrocínio da Kick, enquanto o plano da Audi entrava em ação.

Quando Gabriel Bortoleto foi anunciado na Sauber, vários portais, inclusive o Boletim do Paddock falou diversas vezes sobre a necessidade de ter calma. O brasileiro estava estreando em uma equipe que está passando por uma fase de reestruturação, se preparando para 2026 e os novos regulamentos, não era possível esperar muita coisa. No entanto, quebrando todas as expectativas, Nico Hülkenberg conquistou um pódio, enquanto Bortoleto faturou os seus primeiros pontos na categoria nas últimas etapas.

O termo “é preciso ter calma”, foi acompanhado por uma nova série de dificuldades enfrentadas pela Sauber no início de 2025. O carro se mostrou muito instável, existia muito trabalho para fazer, tanto com atualizações, como o trabalho de pista – já que por várias vezes foi observado um problema para lidar com estratégias – porém, esse é um fator que acompanha a equipe tem muito tempo.

Apenas uma corrida caótica em Melbourne e o faro de Nico Hülkenberg renderam pontos na primeira etapa, mas depois, a sequência de resultados não era nada animadora.

A percepção que a Sauber tinha no começo do ano, é que o carro tinha downforce, mas não era um carro suficientemente estável, para dar confiança aos competidores. A grande questão é que nem mesmo o simulador ou o túnel de vento indicavam qual era o problema.

“Existem algumas tecnologias que ainda não implementamos no túnel de vento, mas equipes maiores já implementaram, como a tecnologia PIV (de medição de velocidade de imagens de partículas), que pode ser usada para determinar a velocidade do fluxo, especificamente sob o carro. Isso nos teria ajudado a identificar esse problema mais cedo”.

A virada veio com a atualização adiada de Ímola para Barcelona. O ganho de desempenho foi maior do que o esperado e, finalmente, colocou a Sauber em posição competitiva. Para Key, a decisão estratégica mostrou que a equipe estava no caminho certo.

Mais do que os ganhos aerodinâmicos, a mudança devolveu confiança aos pilotos. Nico Hülkenberg e o estreante Gabriel Bortoleto passaram a sentir maior consistência no comportamento do carro, especialmente em ritmo de corrida. O antigo simulador havia dado uma falsa sensação de estabilidade na pré-temporada, algo que a Sauber agora busca corrigir com a instalação de um modelo de última geração.

Então, nosso carro era mais estável no simulador antes da temporada do que na pista. É por isso que estávamos satisfeitos com nosso produto inicial. Muitas das nossas decisões que nos levaram na direção errada decorreram do simulador nos levar pelo caminho errado”, disse Key.

Apesar das melhorias, o foco principal já está em 2026. Com a entrada oficial da Audi, a Sauber ganhará status de equipe de fábrica, aumentando a responsabilidade e a pressão por resultados. Para Key, trata-se de um dos maiores desafios técnicos da história da F1: “2026 é a maior mudança de regras de todos os tempos. Seremos uma equipe com nova identidade, mas com muito comprometimento e confiança da Audi. Isso é fantástico, mas também uma grande responsabilidade.”

O trabalho na Sauber começou cedo, desde a contratação de pessoas para agilizar a entrada da Audi, como o trabalho propriamente dito no projeto de 2026. Para o novo carro e essa nova fase da Sauber, o time busca valorizar áreas que eles já têm um bom domínio, como o apresentado em 2022 – quando conseguiram um bom controle de peso do equipamento que foi para a pista.

Além disso, a sinergia entre o departamento de chassis em Hinwil e o de motores em Neuburg promete acelerar decisões e integrar desenvolvimento como poucas vezes se viu na F1.

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