Fórmula 1

Retrospectiva Ferrari – O time precisa retomar a confiança

| Por: Débora Santos Almeida

A Ferrari conquistou 571 pontos ao longo da temporada, 320 obtidos por Sebastian Vettel e 251 por Kimi Raikkonen. A dupla da escudeira italiana ficou com o segundo e terceiro lugar no campeonato disputado pelos pilotos.

lll Sebastian Vettel Vs. Raikkonen

O alemão teve 12 resultados superiores aos 9 obtidos pelo finlandês. Raikkonen acabou ficando fora de duas provas (Espanha e Abu Dhabi) por conta do motor e na Bélgica com o strike que Hulkeberg provocou na primeira curva.

Assim como Bottas, Raikkonen chegou a ser sacrificado pela equipe para que o alemão tivesse um bom resultado e conseguisse defender os pontos das duas vitórias, durante as duas corridas de início de temporada. Mas o maior pecado da Ferrari foi com as suas estratégias, em momentos como o Grande Prêmio da Áustria as posições de ambos foram mantidas, com Raikkonen a frente de Vettel, isso se repetiu na Itália.

Acredito que o baque mais duro para o alemão se deu ainda na Alemanha. Correndo em casa Vettel escorregou sozinho, enquanto chovia no circuito, foi em direção ao muro de contenção e não terminou a prova.

Mas no meu ponto de vista a perda do título começou ainda em Xangai… sim, na terceira corrida do ano. Na entrada do Safety o alemão não foi chamado para realizar a troca de pneus e ele estava na segunda posição. A demora para a troca também ocorreu na Hungria, logo após o fatídico GP da Alemanha.

Na volta das férias, ainda no GP da Itália, a Ferrari caiu no blefe da Mercedes, que indicava a troca dos compostos de Hamilton. Raikkonen foi chamado aos boxes e desgastou os pneus atrás de Bottas. Ainda no início da carrida, Vettel e o inglês se encontraram na pista e o após um toque o alemão caiu para décimo oitavo.

Em Cingapura, foi a vez de Vettel ter os ultramacios calçados, enquanto a Mercedes apostou em uma estratégia conservadora. Para não perder o terceiro lugar no pódio, Vettel reduziu o rtimo de corrida.

No Japão, a Ferrari se deu mal durante a classificação, mandando a dupla com os pneus intermediários, quando a chuva ainda estava fraca. Logo depois foram instalados os pneus de pista seca, mas a chuva começou a apertar quando eles retornaram para a sua última tentativa.

Foi uma sucessão de erros em um período curto de tempo, que foi tirando pontos preciosos de Vettel. Ainda que a Ferrari tenha prejudicado Raikkonen algumas vezes, a Mercedes por estar disposta a levar o título a todo o custo, se valeu de mais momentos com trocas entre Bottas e Hamilton.

Raikkonen ficou apagado em alguns momentos, mas principalmente nas ultimas voltas de classificação, quando precisava dar tudo e cometia pequenos erros. Depois da vitória de Vettel na Bélgica, o time só voltou a vencer nos Estados Unidos com Raikkonen.

lll Ferrari

Além das críticas enfrentadas com Sebastian Vettel, a Ferrari já estava se rachando desde o início da temporada, principalmente com as escolhas de Maurizio Arrivabene, onde ele seria um chefe de equipe, com mais ligação administrativa no time do que um bom líder.

A morte de Marchionne em julho deste ano, também contribuiu para o abalo, principalmente com as funções que ele tinha e que foram divididas para outros membros do concelho, deixando de concentrar o poder em um único. Ainda neste momento a Ferrari estava decidindo se ficaria com Kimi Raikkonen ou traria o jovem piloto Charles Leclerc para 2019.

A Ferrari esteve mais competitiva no início de 2018, assim como a Mercedes passou por uma fiscalização, onde decidiram saber mais sobre o sistema de recuperação de energia do SF71H. Vettel também achou que o time demorou muito para perceber que as atualizações não funcionaram da forma como deveriam.

lll Expectativas para 2019

Para a próxima temporada Charles Leclerc vai estar ao lado de Vettel. Ainda é cedo para dizer se o seu desempenho vai ser excepcional, mesmo que neste ano o monegasco tenha surpreendido com a Sauber obtendo vários resultados positivos.

A Ferrari precisa aprender a resolver os problemas mais rapidamente e manter a confiança dos seus dois pilotos independente de alguma falha. O time é forte e percebeu que é possível bater de frente com a Mercedes. Foram superiores em alguns momentos, como  na conservação dos pneus, onde mesmo com a tendência ao desgaste elevado dos compostos a Ferrari conseguia permanecer mais tempo com eles limpos (sem bolhas).

O passo para a próxima temporada é reestruturar o time, resolver conflitos e trabalhar com os dois pilotos.

Foto de Capa: 

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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