A Renault não dará continuidade ao seu projeto de motores na Fórmula 1 e deixará de ter o status de fornecedora, para se tornar equipe cliente na categoria. A confirmação da mudança de direção aconteceu nesta segunda-feira (30), depois do assunto se arrastar por algumas semanas, com os funcionários da fábrica de motores em Viry-Châtillon organizado não apenas uma greve, mas também cobraram uma reunião com Luca de Meo para saber mais sobre a decisão que estava se encaminhando para ser tomada.
Após a confirmação, a Alpine agora abre o caminho para poder negociar com a Mercedes e utilizar os motores da empresa alemã, com o objetivo de reduzir os custos e se tornar mais competitiva no grid.
Apesar de uma reunião positiva com o CEO do grupo Renault, no dia 20 de setembro, onde foi possível discutir os detalhes e suas propostas para a manutenção do programa de motores, a empresa deseja dar o prosseguimento de encerrar as atividades do departamento de motores para a F1.
O programa da Alpine na Fórmula 1 é dividido entre duas fábricas: a divisão de chassis é tratada em Estone, no Reino Unido, enquanto a divisão de motores ocorre em Viry-Châtillon, na França. Com a mudança, a base de Viry, não produzirá mais os motores após 2025. A fabricava constrói motores desde que a Renault, empresa que controla a Alpine, entrou para o esporte na década de 1970. Porém, é motivo de vários problemas essa divisão, com as partes se acusando para responsabilizar os problemas com o desenvolvimento.
“As atividades de Fórmula 1 na Viry, excluindo o desenvolvimento de um novo motor, continuarão até o final da temporada de 2025″, disse pelo comunicado.
É esperado que após essa determinação, a fábrica de Viry-Châtillion será transformado no ‘Hypertech Alpine’. Que consiste em um novo centro de engenharia de última geração.
A Alpine afirmou através de comunicado que o processo de consulta com representantes dos funcionários que levou às mudanças foi “consultivo”, com todos os funcionários afetados pelo projeto de transformação recebendo uma nova posição na operação da Hypertech.
Uma ‘unidade de monitoramento de F1’ também será criado, com o objetivo de “manter o conhecimento e as habilidades dos funcionários neste esporte e permanecer na vanguarda da inovação para os vários projetos da Hypertech Alpine”.
“A criação deste centro Hypertech Alpine é fundamental para a estratégia de desenvolvimento da Alpine e, de forma mais ampla, para a estratégia de inovação do Grupo”, comentou Philippe Krief, CEO da Alpine.
“É um ponto de virada na história da unidade de Viry-Chatillon, que garantirá a continuidade, o know-how e colocar as suas raras competências no futuro ambicioso do Grupo, ao mesmo tempo que fortalecerá a Alpine na sua posição de “garagem da inovação. Seu DNA de corrida continua sendo uma pedra angular da marca. Ele continuará a alimentar um projeto industrial e automotivo sem precedentes, graças particularmente à Hypertech Alpine”, seguiu.
A notícia é confirmada após a reformulação interna realizada pela Alpine, com a chegada do ex-chefe de equipe da Benetton e da Renaut, Flavio Briatore, que atualmente trabalhado como consultor executivo.
No entanto, embora já tenha acontecido algum progresso com relação ao projeto, eles acreditam que é mais viável fazer a manutenção da equipe realizando a compra dos motores de uma outra fornecedora.
Embora a Renault esteja cadastrada como uma fornecedora de motores, a Alpine é a única equipe a utilizar a unidade de potência. Tanto Mercedes, como Ferrari contam com mais clientes no grid, possibilitando que eles possam trabalhar nas suas unidades de potência e ter melhores parâmetros para o seu desenvolvimento.
Para o campeonato de 2026, a alteração principal é pensada para a introdução de novos motores. Embora a Fórmula 1 tenha pensado em trazer mais fornecedores para o grid, a categoria não teve o mesmo preparo para introduzir novas equipes, o que poderia ajudar a Alpine a comercializar a sua unidade de potência.
A Alpine está em um momento que precisa ser mais competitiva e apresentar resultados, principalmente após diversas mudanças internas que não surtiram efeito.
Muito se fala sobre o orgulho francês, mas de nada adianta se eles não tiverem competitividade. Enquanto Renault, mas mesmo quando a equipe trocou de nome e deu vez para a Alpine, os objetivos foram sempre bem altos.
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