Estamos na reta final da temporada 2021 da Fórmula 1, o GP do Catar era um circuito completamente novo para as equipes, eles não possuíam dados além daqueles que foram coletados por meio de simulações. Desta forma os treinos livres foram agitados, todos precisavam coletar o maior número de informações e ainda verificar a durabilidade dos pneus para estabelecer as estratégias para o restante do final de semana.
Lewis Hamilton venceu o GP do Catar com maestria, desempenhando uma performance semelhante à do GP do Brasil. A Mercedes dominou o circuito, Hamilton cravou a pole, uma parte muito importante para o caminho que o levou a obter a vitória no domingo.
A Mercedes segue na liderança do Campeonato de Construtores, mas agora separados por apenas cinco pontos da Red Bull, o fato de Valtteri Bottas não ter completado a corrida prejudicou um pouco o time. Max Verstappen ainda é o líder do campeonato, mas o campeonato ainda pode sofrer alterações, pois restam duas corridas e estas duas provas reviveram acirraram ainda mais a disputa.
Depois da rodada do Catar, saiba como os times trabalharam neste circuito e qual a situação de cada equipe para a prova que será disputada em Jeddah.
Mercedes
546.5 pontos
A definição do campeonato está se aproximando e a Mercedes ainda encontrou forças para brigar nesta reta final, principalmente após resultados surpreendestes da Red Bull. Lewis Hamilton conquistou a sétima vitória do ano, repetindo a grande performance que teve durante o GP do Brasil.
Na prova que foi realizada em Interlagos Hamilton estava usando um novo motor de combustão interna, algo que adicionou potência ao seu motor. Era esperado que o piloto utilizasse a mesma unidade de potência no Catar, mas a Mercedes deu preferência para a que foi instalada na Turquia. Hamilton contará com a potência extra em Jeddah e Abu Dhabi.
Chegando no Catar, a Mercedes mostrou um bom trabalho, mas precisou passar pelo TL1 liderado pela Red Bull e superar a falta de ritmo da primeira atividade. Durante as outras sessões foi possível notar um trabalho forte do time alemão, mas Hamilton também precisou se adequar ao circuito, pois eles estavam em uma pista que exigia fisicamente dos pilotos.
A Mercedes foi se concentrando em seu ritmo, mostrando que a dupla era veloz nas voltas rápidas, mas também tinha muito potencial para a corrida. Lewis Hamilton cravou a pole no sábado, sobrou no circuito, conseguindo quase meio segundo de vantagem para Verstappen.
Valtteri Bottas também estava se revelando um piloto rápido na pista desconhecida do Catar, ele liderou dois treinos livres, mas na classificação não conseguiu superar Verstappen por conta do desempenho dos pneus, assim ficou com a terceira posição. Entretanto, a bandeira amarela provocada por Pierre Gasly, fez os comissários reavaliarem as imagens da classificação, no sábado Bottas foi punido, perdendo três posições no grid de largada por ter ignorado uma bandeira amarela.
O finlandês largou do meio do pelotão, mas perdeu posições na largada, caindo para a 11ª posição e assim demorou para reagir. A Mercedes optou por fazer uma corrida com apenas uma parada com Bottas, mas na volta 33 ele lidou com um furo de pneu, teve que se arrastar pela pista até chegar aos boxes e voltas depois abandonou a prova. O finlandês fez falta na zona de pontuação, mas também não pode ser usado para marcar ou retirar o ponto de volta rápida da Red Bull.
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Por outro lado, Hamilton fez uma corrida sólida, marcou Verstappen na prova, sendo uma decisão muito bem pensada da Mercedes. Eles vão seguir para Jeddah com chances de Hamilton ainda brigar com Verstappen pelo campeonato de 2021.
Red Bull
541.5
Os companheiros de equipe estão fazendo muita diferença nesta temporada, algo que também pode ser notado na Red Bull. Antes do início das atividades para o GP do Catar, acreditávamos que Sergio Pérez teria alguma vantagem, o piloto já tinha corrido no Catar quando ainda estava na GP2 Asiática, ele até conquistou uma vitória por lá, mas o mexicano não se lembrava do traçado e muito menos do feito. A vantagem esperada não aconteceu e Pérez precisou remar como todos os outros competidores.
Novamente os problemas com a asa traseira da Red Bull apareceram, o fim de semana foi voltado para tentar arrumar está questão, problemas que ficaram mais evidentes com o GP do México.
A Red Bull conseguiu resolver as questões com a asa, mas não foram rápidos o suficiente quando necessário, as temperaturas mais baixas encontradas durante a classificação e corrida não ajudaram no gerenciamento dos pneus e acompanhar os rivais.
Max Verstappen também lidou com uma punição pós classificação, perdendo cinco posições no grid de largada do domingo. O dono do carro #33 precisou atacar logo no início da corrida para ganhar posições e chegar ao segundo lugar. Embora Fernando Alonso seja um piloto duro para ultrapassar, o carro da Red Bull não encontrou resistência quando chegou na Alpine. Max fez o possível para se aproximar de Hamilton, mas foi uma corrida mais voltada para conter danos, do que de fato derrotar a Mercedes.
A sorte dos austríacos esteve no abandono de Bottas, mas também no ritmo de Sergio Pérez, o mexicano terminou a corrida na quarta posição. A Red Bull de certa forma errou quando fez uma segunda parada com Pérez, tirando a chance de uma dobradinha, mas o resultado foi bem positivo para a dupla. Vale ainda ressaltar que Pérez teve mais facilidade para escalar o pelotão, do que Bottas encontrou.
Ferrari
297.5 pontos
A sexta-feira começou positiva para a Ferrari, mas quando a sessão noturna começou, eles sumiram no grid, ficando embolados no meio do pelotão e sendo superados pela AlphaTauri e Alpine, algo que foi muito curioso. De fato, a equipe italiana não encontrou aquele desempenho superior que estavam apresentando nas últimas provas, mas fecharam o domingo com o resultado positivo.
No sábado apenas Carlos Sainz conseguiu passar para o Q3, pois Charles Leclerc não estava tendo ritmo e não conseguia compreender o que tinha de errado com o carro, os pneus não estavam operando na janela adequada e o monegasco lidou com a falta de aderência no grid. Os danos causados também por passar nas zebras do circuito, prejudicaram o seu desempenho.
Carlos Sainz usou os pneus médios e mesmo não sendo tão veloz com eles, consegui progredir para a fase final da classificação, pois estavam visualizando as estratégias para a corrida. De certa forma a equipe italiana está podendo contar com a dupla, algo que fez muita diferença durante o fim de semana. O espanhol se classificou na sétima posição, uma atrás de Lando Norris da McLaren.
No domingo a estratégia da Ferrari funcionou muito bem, Leclerc conseguiu avançar no grid e ficar mais próximo do companheiro de equipe. A Ferrari fez um espetacular pit-stop duplo, onde eles acertaram com os dois pilotos. Leclerc fez a mudança dos chassis para correr no domingo, o monegasco atribuiu o ritmo mais forte a está mudança.
Sainz tentou conquistar posições, mas para o piloto foi um pouco mais complicado avançar no grid, ficando preso em uma janela onde vários pilotos tinham o direito de abrir o DRS, não tinha muito como tentar uma ultrapassagem. No final o saldo foi positivo, eles terminaram mais uma vez à frente da dupla da McLaren, pois Norris lidou com um furo no pneu e terminou a corrida atrás da dupla.
McLaren
258 pontos
Depois deste GP do Catar, a diferença entre McLaren e Ferrari foi ampliada para 39,5 pontos, mais que uma vitória, desta forma é possível praticamente afirmar que a McLaren ficará com o 4º lugar do Campeonato de Construtores.
A McLaren teve uma sequência decepcionante de resultados, portanto ficaram frustrados e no meio de uma rodada tripla foi difícil avaliar as perdas de forma mais efetiva.
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Com o layout da pista, eles analisam que o resultado durante a sexta-feira e sábado foram mais positivos do que eles esperavam. A McLaren trabalhou com estratégias diferentes para os seus pilotos e viu Norris avançar para uma quarta posição, mas ele também foi vítima de um furo no pneu. O piloto precisou fazer uma segunda parada e com a proximidade do pelotão, ele caiu para o nono lugar.
Antes do próximo evento a McLaren terá tempo para analisar o que ocorreu nas etapas que formaram a rodada tripla, para tentar buscar um resultado mais positivo durante as duas corridas que restam para completar o campeonato 2021.
Alpine
137 pontos
A Alpine surpreendeu durante o fim de semana, o ritmo apresentado durante os treinos livres não foram uma balela. Fernando Alonso e Esteban Ocon estavam bem confiantes desde o início das atividades, pois aparentavam ter chegado na configuração adequada para o traçado.
O pelotão teve um resultado apertado, mas Alonso e Ocon levam os carros da Alpine para o Q3, um passo muito importante. O espanhol foi beneficiado com a punição de Verstappen e Bottas, portanto começou a corrida na terceira posição – isso aumentou as chances de Fernando obter um pódio.
A corrida seguiu, Alonso passou quatro voltas na segunda posição, depois foi ultrapassado por Verstappen e ficou na terceira posição. Com a parada que ocorreu na volta 23, Alonso perdeu algumas posições no grid, mas ainda poderia contar com o tipo de estratégia que os outros times adotariam para os seus pilotos.
Na volta 40 Alonso era o quarto colocado, mas Pérez parou mais uma vez e o espanhol ‘retomou o pódio’. Alonso pediu o auxílio de Ocon para que o francês conseguisse barrar os ataques de Pérez – que tinha tudo para chegar rapidamente nele. Ocon não tinha carro para bloquear as investidas do mexicano, mas o Virtual Safety Car provocado por Pierre Gasly teve uma parcela de responsabilidade para Alonso conservar o terceiro lugar.
Pela 98ª vez, Alonso foi ao pódio, o piloto estava sedento de um resultado assim desde o GP da Hungria de 2014. No GP do Catar a Alpine conquistou o seu segundo pódio.
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Ocon também fez uma grande corrida, o francês tentou retribuir aquele favor que gerou a sua vitória na Hungria, além disso, ele tinha consciência que a equipe precisava dele. O resultado deixa a equipe mais forte e mais bem posicionada neste final de temporada. Praticamente o pódio de Alonso, consolidou a Alpine como 5ª força do Campeonato.
AlphaTauri
112 pontos
A AlphaTauri enganou todo mundo neste GP do Catar, aquele desempenho apresentado por Pierre Gasly e Yuki Tsunoda durante os treinos livres, não ajudou a dupla durante o domingo. Em volta rápida o francês foi perfeito, assim como o piloto japonês que levou o seu carro até o Q3, mas bastou a corrida começar, para a dupla ficar completamente apagada no grid.
Gasly lidou com aquele furo no pneu e o dano na asa dianteira no sábado, mas conseguiu largar da segunda posição, depois das punições que foram aplicadas para Verstappen e Bottas. A equipe teve a oportunidade de fazer alguns reparos no carro depois do carro ter sido danificado durante a classificação, mas não era possível confirmar que esse foi um motivo para a falta de ritmo no domingo. O piloto tinha a chance de ouro para obter o pódio, mas Fernando Alonso fez a ultrapassagem ainda na primeira volta, depois o francês foi ultrapassado por Verstappen e Norris, apresentando a queda de desempenho.
Tsunoda e Gasly começaram a corrida com os pneus macios, mas durante toda a prova eles lidaram com o desgaste elevado dos pneus. A equipe optou por fazer duas paradas e assim os pilotos terminaram fora da zona de pontuação.
A AlphaTauri chegou empatada com a Alpine no Catar e deixou o país com surpreendentes 25 pontos atrás dos adversários.
Aston Martin
77 pontos
A Aston Martin não começou o fim de semana segura com o seu ritmo, mas eles foram fazendo ajustes ao longo das sessões. Sebastian Vettel representou o time no Q3, mas teve que se contentar com a décima posição. Para Stroll, ficar preso no Q2 abriu a possibilidade para ele escolher os pneus de largada e começar a prova com compostos médios novos.
Se a AlphaTauri teve dificuldade com o desgaste dos pneus, tanto Stroll quanto Vettel conseguiram conservar os compostos e avançar no pelotão. Foi a chave para o canadense conquistar a sexta posição na corrida, avançando sutilmente no grid.
Stroll e Vettel trabalharam com a estratégia de apenas uma parada, os pilotos correram riscos já que tivemos quatro pilotos lidando com furos no pneu, mas eles foram conservadores em seus ataques.
O piloto alemão despencou no grid após a largada, pois não sobrou muito espaço começando do meio do pelotão, mas exercitando a paciência, fazendo os pneus macios durarem e apostar em apenas uma parada, fez Vettel completar o Top-10. O time que tinha ficado duas corridas sem pontuar, chegou aos 68 pontos após disputar o GP do Catar.
Williams
23 pontos
A Williams chegou no Catar acreditando que a pista seria mais adequada para os seus carros, mas passaram o fim de semana embolados com a Alfa Romeo e a Haas, eles batalharam muito nestas três etapas, buscando resultado melhores, mas o clima, assim como os circuitos não favoreceram os carros da equipe.
George Russell levou o seu carro mais uma vez para o Q2, mas não tinha como avançar mais. Na corrida a dupla tentou uma estratégia agressiva, buscando concluir a corrida com apenas uma parada. Eles avançaram no grid conforme as trocas de pneus ocorreram, travaram algumas batalhas, mas os dois pilotos tiveram que lidar com pneus furados quando a prova se aproximava do final.
O piloto inglês conseguiu levar o carro para os boxes na volta 49 (a mesma que Norris começou a sentir vibrações no carro) e abandonou os pneus duros, para usar os macios, mas precisou se arrastar por um tempo na pista. A Williams tentou concluir a prova com Latifi sem fazer outra troca de pneus, mas o piloto abandonou a prova na volta 50, lidando com um estouro dos compostos.
Os próximos dois circuitos da temporada não devem ser favoráveis para a Williams e com a diferença de 12 pontos para a Alfa Romeo, é praticamente garantido o oitavo lugar no Campeonato de Construtores.
Alfa Romeo
11 pontos
Conforme a dupla da Alfa Romeo participou das sessões, eles sentiram que seria complicado ter algum resultado positivo na classificação e corrida, o grid estava muito próximo. Raikkonen e Giovinazzi ficaram fora do Q2 e tiveram que lidar com está realidade para a corrida.
Os dois pilotos deram o máximo, mas conseguiram apenas o P14 com Raikkonen e o P15 com Giovinazzi. A dupla também precisou lidar com danos que ocorreram no assoalho do carro, por extravasar os limites de pista e atacar as zebras de forma dura. Agora eles seguem focados para a fase final do campeonato, com a certeza de que os dois pilotos vão deixar a equipe ao final da temporada.
Haas
0 pontos
Não tínhamos expectativas para ver a Haas ter um desempenho bom durante o fim de semana, os comentários são muito parecidos com o que fiz durante toda a temporada. Nikita Mazepin teve um começo bem complicado no circuito que ele já conhecia, por atacar as zebras, o chassi do seu carro foi danificado no TL1, portanto o russo perdeu o TL2, pois a equipe precisou fazer a troca, passando a usar um chassi que estava muito pesado, em decorrência de outros danos já sofridos e remendos. Mazepin também perdeu o TL3, pois teve um problema no motor, logo que deixou os boxes. O piloto participou da classificação, mas esteve mais uma vez na vigésima posição.
Mick Schumacher não fez treinos no simulador para conhecer a pista, portanto foi tudo novo para ele neste fim de semana. O piloto tentou se divertir, gostou da pista, ficou feliz com o trabalho realizado, ainda que não tenha gerado um resultado expressivo na tabela de tempos. Pelo abandono de Latifi e o problema do estouro do pneu de Russell, Schumacher superou os pilotos da Williams ficando com a décima sexta posição.
Os finalmente!
A temporada está se aproximando do final, a disputa entre Lewis Hamilton e Max Verstappen é a que está mais em alta. Até podemos ter uma definição do campeão em Jeddah, mas a disputa deve se arrastar até Abu Dhabi. A Fórmula 1 faz uma pequena pausa antes de retornar com a decisão do campeonato.
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