O Grande Prêmio do Canadá entrou para o calendário da Fórmula 1 em 1967 e desde então a corrida já aconteceu em três autódromos diferentes, passou por Mosport Park na província de Ontario, no circuito de Mont-Tremblant em Quebec. Em 1978 foi transferido para Montreal, os motivos estavam ligados diretamente a segurança dos pilotos.
Nos primeiros anos de vida das competições de automobilismo no país o autódromo de Mosport Park, acabou servindo como teste para a Fórmula 1. O Canadian-American Challenge Cup foi inserido para servir de incentivo para que os pilotos da categoria fossem até o local para testar os inúmeros desafios do traçado.
| Mosport Park e Mont-Tremblant
Na época em que a Fórmula 1 colocou o Canadá no seu calendário, as provas começaram a se alternar entre os dois circuitos, já que os layouts eram espetaculares. Além disso o traçado de Mont-Tremblant tinha algumas elevações e aumentava o desafio. A primeira vitória foi de Jack Brabham no Mosport Park, em agosto, entre os Grandes Prêmios da Alemanha e Italia, o pódio daquele primeiro evento ainda contou com Danny Hulme, companheiro de Brabham 1-2.
A alteração no autódromo aconteceram depois dos acidentes de 1977, a falta de segurança era muito grande e o asfalto áspero e ligados a uma pista rápida deixou de ser o ”ideal” para a Fórmula 1 e já em 1978 tinha uma nova casa.
| Montreal
O primeiro piloto a vencer no circuito de Montreal foi o canadense Gilles Villeneuve em 1978. Depois da morte trágica do piloto no circuito da Bélgica o autódromo acabou recebendo o seu nome, como formar de prestar uma homenagem.
A corrida no Canadá teve um aumento de público quando as provas nos Estados Unidos e México deixaram de ser realizadas. Em 2005 foi o terceiro evento mais assistido no mundo, ficando apenas atrás do Super Bowl e da final da UEFA Champions League.
O layout da pista também sofreu algumas alterações, em 1979 eles modificaram para a pista se tornar mais rápida. Em 1996 a curva do Cassino foi removida, tornando a parte inferior do circuito mais reta e aumentar a aceleração. E para o evento de 2017 a direção de prova pediu para que a barreira de pneus fosse substituída por um muro de contenção de polietileno, preenchidas por plásticos, espumas e areia, para oferecer uma dispersão de energia significativa, caso ocorra uma colisão. Falam em uma possível alteração na angulação do muro dos campeões mais até o momento a mudança não foi confirmada.
Aliás o muro localizado na reta que da entrada para área dos boxes, recebeu esse nome depois de fazer vitimas como Damon Hill, Michael Schumacher e Jacques Villeneuve em 1999 depois de um acidente. Mas pilotos como Jenson Button, Sebastian Vettel, Nico Rosberg e pilotos campeões de outras categorias como Ricardo Zonta (FIA GT) e Carlos Sainz Jr (Fórmula Renault) também tiveram um encontro com o muro.
Os pilotos vão novamente se deparar com um asfalto abrasivo e os pneus que vão ter que dar conta das 70 voltas da corrida são os Ultramacios (faixa roxa), Supermacios (faixa vermelha) e os Macios (faixa amarela). Boa parte da prova é realizada com o pé em baixo, mas a em alguns trechos da pista a redução da velocidade acontece de forma violenta, como na entrada para a Chicane, elevando o aquecimento dos freios. O ideal é os pilotos fazerem apenas uma parada.
| Corrida de 2016
Logo na primeira curva que dava início ao Grande Prêmio do Canadá, Sebastian Vettel que havia largado do terceiro lugar surpreendeu os dois carros da Mercedes, para assumir a ponta. Nico Rosberg tentava tomar o segundo lugar de Lewis Hamilton, mas o alemão acabou levando a pior e ao passar pelo lado sujo da pista, foi parar na nona posição, passando a fazer uma corrida de recuperação.
A Ferrari havia errando na estratégia e com os dois pilotos. No Safety Car virtual que foi acionado na volta onze quando Button parou no acostamento da pista com o carro quebrado, a Ferrari chamou Vettel para trocar os pneus. Com onze voltas não tinha muito sentido e com a escolha dos pneus supermacios, que claramente não era uma boa aposta, já que o uso dos pneus macios era obrigatório. Vettel saiu da ponta para retornar para a pista, em quarto lugar. Se não bastasse cometer o erro uma vez, Raikkonen entrou nos boxes logo em seguida. Maurizio Arrivabene seria questionado sobre o incidente ao final da corrida e admitiria o erro.
Hamilton passou a assumir a ponta. E Vettel tinha que começar a trabalhar as ultrapassagem para tentar chegar nos outros competidores. Conseguiu ganahr a posição de Ricciardo e foi caçar Verstappen, com o bom ritmo que o carro vinha tendo, o piloto da Ferrari logo conseguiria obter a segundo lugar. Mas a questão era, como tirar 10s3 em Montreal?
Rosberg por outro lado vinha tentando fazer tudo o que fosse possível para conseguir uma boa posição no grid. A janela de parada começou na volta 20. E Hamilton foi para os boxes na volta 24, retornando para a pista em segundo atrás de Vettel. A diferença entre eles foi para 13s e Vettel precisava fazer a sua segunda parada, que foi realizada na volta 37 e obviamente ele se tornaria o segundo colocado, com 7s atrás do rival. O tempo e o espaço não ajudaram Vettel e o piloto não conseguiu obter o primeiro lugar. Bottas aparecia na terceira posição para completar o grid.
Rosberg ainda sofreu com a perda de pressão dos pneus, e teve que realizar mais uma troca na volta 52. O piloto não se abateu e partiu para o ataque de novo, ainda tinha muito chão para percorrer. Rosberg tentou de todas as formas recuperar as posições perdidas, mas aquele não era o final de semana dele e bem no final da corrida travou uma disputa com Verstappen, investiu três vezes e acabou levando a pior, rodou na pista, na ultima volta e terminou a corrida em quinto lugar.
| Expectativas
As expectativas para esse Grande Prêmio estão elevadas. A grande pergunta que fica para esse final de semana é sobre o acerto do carro de Lewis Hamilton, já que o inglês não teve um final de semana fácil em Mônaco e o seu carro não se comportava muito bem com os pneus ultramacios. Os compostos voltam a ser usados nessa corrida e precisamos ver como a Mercedes vai lidar com os ajudes do carro de Hamilton, vale lembrar que essa não foi a primeira vez no ano que o piloto sentiu dificuldades com o uso dos mesmos compostos. A Ferrari deve se manter forte e Vettel precisa garantir todos os pontos que forem possíveis, já que o piloto alemão precisa trocar o turbo do seu carro e consequentemente irá perder posições no grid de largada. A peça não deve ser trocada agora, mas essa é uma questão que deve ser mantida em pauta.
Será que os carros da Red Bull Racing vão começar a crescer e aparecer mais na pista, dando mais trabalho para Ferrari e Mercedes? E a Toro Rosso pode despontar assim como fez em Mônaco? São ótimas questões a serem levantadas. As duas equipes ainda sofrem em circuitos onde a velocidade é o ponto chave, mesmo com uma aerodinâmica perfeita, a velocidade é essencial para essa disputa. Obvio Ferrari e Mercedes são as equipes que de melhor forma conseguiram construir o motor dessa temporada. Acredito que vamos ver um pouco mais do mesmo, a Force India voltando para brigar com o meio do pelotão, a Toro Rosso aparecendo bem próximo da equipe e a Haas tentando aproveitar a ”deixa” das duas equipes.
A Williams também não deve vir tão forte, mesmo com o otimismo grande que existe entre os seus pilotos e provavelmente o feito de obter o terceiro lugar como aconteceu na corrida do ano passado não deve se repetir dessa vez.
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