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Preview GP do Canadá de Fórmula 1 2018 – O muro dos campeões deve receber visitas ilustres de não-campeões

O Grande Prêmio do Canadá entrou para o calendário da Fórmula 1 em 1967 e desde então a corrida já aconteceu em três autódromos diferentes, passou por Mosport Park na província de Ontario, no circuito de Mont-Tremblant em Quebec. Em 1978 foi transferido para Montreal, os motivos estavam ligados diretamente à segurança dos pilotos.

Nos primeiros anos de vida das competições de automobilismo no país, o autódromo de Mosport Park acabou servindo como teste para a Fórmula 1. O Canadian-American Challenge Cup foi inserido para servir de incentivo para que os pilotos da categoria fossem até o local testar os inúmeros desafios do traçado.

lll Mosport Park e Mont-Tremblant

Na época em que a Fórmula 1 colocou o Canadá no calendário, as provas começaram a se alternar entre os dois circuitos, já que os layouts eram espetaculares. Além disso o traçado de Mont-Tremblant tinha algumas elevações e aumentava o desafio. A primeira vitória foi de Jack Brabham no Mosport Park, em agosto, entre os Grandes Prêmios da Alemanha e Itália, o pódio daquele primeiro evento ainda contou com Danny Hulme, companheiro de Brabham 1-2.

 

A alteração no autódromo aconteceu depois dos acidentes de 1977, a falta de segurança era muito grande e o asfalto áspero ligado a uma pista rápida deixou de ser o ”ideal” para a Fórmula 1 e já em 1978 tinha uma nova casa.

lll Montreal

O primeiro piloto a vencer no circuito de Montreal foi o canadense Gilles Villeneuve em 1978. Depois da morte trágica do piloto no circuito da Bélgica o autódromo acabou recebendo o seu nome, como formar de prestar uma homenagem.

A corrida no Canadá teve um aumento de público quando as provas nos Estados Unidos e México deixaram de ser realizadas. Em 2005 foi o terceiro evento mais assistido no mundo, ficando apenas atrás do Super Bowl e da final da UEFA Champions League.

https://twitter.com/F1/status/1004396631238701058

O layout da pista também sofreu algumas alterações, em 1979 ela foi modificada para se tornar mais rápida. Em 1996 a curva do Cassino foi removida, tornando a parte inferior do circuito mais reta e aumentar a aceleração. E para o evento de 2017 a direção de prova pediu para que a barreira de pneus fosse substituída por um muro de contenção de polietileno, preenchidas por plásticos, espumas e areia para oferecer uma dispersão de energia significativa, caso ocorra uma colisão. Falam em uma possível alteração na angulação do muro dos campeões, mas até o momento a mudança não foi confirmada.

Aliás, o muro localizado na reta que dá entrada para área dos boxes, recebeu esse nome depois de fazer vítimas como Damon Hill, Michael Schumacher e Jacques Villeneuve em 1999 depois de um acidente. Mas pilotos como Jenson Button, Sebastian Vettel, Nico Rosberg e pilotos campeões de outras categorias como Ricardo Zonta (FIA GT) e Carlos Sainz Jr (Fórmula Renault) também tiveram um encontro com o muro.

 

lll Pneus

Os pilotos vão novamente enfrentar as 70 voltas do circuito canadense, mas dessa vez utilizando os compostos Hipermacios (faixa rosa), Ultramacios (faixa roxa) e os Supermacios (faixa vermelha), diferente do ano passado onde os macios foram escolhidos e os compostos mais duros do final de semana.

A última configuração de pneus utilizada em Mônaco foi mantida para esta disputa, no entanto as duas são completamente diferentes, enquanto no circuito de rua a prova começa e termina praticamente da mesma forma, no Canadá tudo pode acontecer e as ultrapassagens são mais possíveis.

A Mercedes, uma das equipes que já havia reclamado da queda acentuada de desempenho dos hipermacios, foi conservadora na escolha de pneus para essa prova.

Boa parte do circuito é percorrido com o pé em baixo, mas em alguns trechos da pista a redução da velocidade acontece de forma violenta, como na entrada para a Chicane, elevando o aquecimento dos freios. O ideal seria realizar apenas uma parada, mas com a nova configuração dos pneus e a possibilidade de os dez primeiros começarem a prova com os hipermacios, muitas surpresas devem ocorrer no Canadá.

lll Corrida 2017

Na sétima disputa do calendário que fora realizada na última temporada, Lewis Hamilton venceu o Grande Prêmio do Canadá de ponta a ponta, completando a sua sexta vitória no circuito, ficando atrás apenas de Michael Schumacher que venceu sete vezes em Montreal. No entanto essa marca surpreendente não foi a única conquistada pelo inglês naquele final de semana. No sábado, Lewis Hamilton alcançava a 65ª pole, igualando a marca do seu maior ídolo, Ayrton Senna.

Lewis foi chamado para dar uma entrevista, na pista mesmo, novidade que fora adotada pela Liberty com intuito de aproximar o público mais dos pilotos. Nela o inglês recebeu um presente da família de Senna, o capacete do piloto brasileiro e se emocionou muito com o gesto.

No domingo se as coisas foram boas para a Mercedes e principalmente ao Hamilton, para a Ferrari e Sebastian Vettel as coisas estavam mais complicadas. O alemão terminou a prova na quarta colocação, ficando fora do pódio pela primeira vez na temporada e vendo a sua vantagem de 25 pontos ser reduzida para 12.

A Ferrari de Vettel apresentou problemas ainda na primeira volta, quando um pedaço da sua asa dianteira foi arrancada pelo carro de Max Verstappen. O holandês havia saído da quinta posição e saltado para segundo ainda na largada. Vettel precisou se encaminhar para os boxes para realizar a troca da asa do seu carro, aproveitando para instalar os pneus supermacios. O Sefety Car precisou ser ativado, para limpar os restos de carro que ficaram espalhados pela pista após o acidente causado entre Carlos Saiz que ainda era da Toro Rosso e Felipe Massa da Williams, mas foi tão breve que em duas voltas a pista voltou a ser liberada, ocorrendo a relargada.

Dado o percurso da corrida, na volta 11, Verstappen ainda na segunda posição, viu a sua Red Bull com problemas no câmbio e abandonou a prova.

Na volta 22 e após algumas paradas nos boxes dos outros competidores, Vettel já se encontrava na nona posição, ainda trabalhando na escalada do grid e na sua corrida de recuperação.

https://twitter.com/F1/status/873974121641766914

Os carros da Force India eram os destaques por andarem bem no circuito, tanto que finalizaram a prova com o quinto e o sexto lugar, Pérez, seguido por Ocon.

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Sebastian Vettel mesmo com toda a sua aproximação e a obtenção da quarta posição, tinha que realizar mais uma parada por conta do desempenho dos seus pneus e isso ocorreu na volta 48, com o alemão retornando em sétimo com os ultramacios e passando a caçar Kimi Raikkonen. Se por ordem de equipe ou força do destino (onde tudo é possível), o finlandês errou na freada da chicane da reta dos boxes e Vettel realizou a ultrapassagem na volta 61.

Vettel passou a buscar os carros da Force India, mas os ‘rosinhas’ já travavam uma briga entre eles. Ocon mostrava estar mais veloz que o mexicano e a equipe passava a sugerir uma inversão de posições, mas Pérez não saa da frente e os dois passaram a sambar na pista, na briga entre atacar e se defender.

Eis que na confusão o beneficiado foi Sebastian Vettel que viu a oportunidade de ultrapassar Ocon primeiro e Pérez na penúltima volta para assumir o quarto lugar.

Fernando Alonso que rodava na décima posição e estava próximo de alcançar o primeiro pontinho seu do ano, viu o seu motor quebrar mais uma vez.

Ricciardo que havia largado em sexto, terminava em terceiro completando o pódio junto a dupla da Mercedes.

https://twitter.com/alo_oficial/status/1003924582854811648

 

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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