Neste fim de semana acontece uma das provas mais icônicas do automobilismo: o GP de Mônaco. Embora algumas pessoas não gostem da corrida neste circuito, é necessário lembrar que ele está presente no calendário da Fórmula 1, desde o início da categoria.
Com os carros maiores, ficou mais difícil de fazer ultrapassagens e ter corridas mais dinâmicas, no entanto, o desafio de correr nesse traçado, evitar os muros e extrair a melhor volta continua. Qualquer piloto quer vencer nesse traçado, pois tem muito prestígio correr pelas ruas de Monte Carlo – não importa a competição, desde a categoria de base, até a Fórmula E e indo para a Fórmula 1 – todos querem uma vitória em Mônaco para adicionar ao currículo.
E nesse ano, as coisas estão ainda mais apertadas na disputa, colocando pressão em vários candidatos à vitória. Oscar Piastri é o atual líder do campeonato, o australiano tomou a dianteira ao celebrar quatro vitórias e mais dois pódios, chegando até a marca de 146 pontos.
Piastri aproveitou os deslizes do seu companheiro de equipe, para obter as vitórias que Norris não conseguiu. Nas últimas corridas o duelo da pole também foi de responsabilidade de Piastri, que encarou o desafio para enfrentar Max Verstappen.
Na prova na Emilia-Romagna, deu o neerlandês, por conta de um deslize de Piastri na largada, onde perdeu rapidamente a dianteira. A corrida em Ímola foi um tanto caótica pela presença do Virtual Safety Car e do Safety Car, prejudicando não apenas a corrida de Piastri, mas a reação da McLaren. O time britânico ainda faturou uma dobradinha, mas ela não oi acompanhada por uma vitória.
Por enquanto, Norris é o vice-líder do campeonato, com os 133 pontos conquistados, contra 124 obtidos por Verstappen. George Russell, que também beliscou alguns pódios ao longo deste ano, foi apenas o sétimo colocado em Ímola, mas atingiu os 99 pontos.
A Ferrari segue na sua luta particular, embora Lewis Hamilton tenha realizado uma corrida de recuperação fantástica, obtendo quarta posição como resultado, a situação da equipe é bem complicada. O ritmo do carro em classificação não tem colaborado, o que pode tornar a vida deles ainda mais complicada em Mônaco – aonde parte de um resultado bom, está atrelado ao desempenho da classificação.
Charles Leclerc é o quinto colocado com 61 pontos, contra 53 de Lewis Hamilton, mas a perspectiva não é muito boa para o próximo evento. No ano passado a Ferrari saiu vitoriosa do Principado, com o monegasco quebrando a “maldição” de abandonos que perseguia ele em casa.
O Circuito de Mônaco, novidades e pneus
A Fórmula 1 está celebrando ao longo de 2025, os 75 anos da categoria e o GP de Mônaco faz parte desta história. A primeira prova foi disputada no Principado no dia 21 de maio de 1950, mas a primeira corrida pelas ruas de Monte Carlo aconteceu em 1929, antecedendo a F1 que conhecemos hoje.
Ao longo dos anos, Mônaco se tornou um traçado e uma prova icônica no calendário da Fórmula 1. Embora seja muito difícil ultrapassar nas ruas do Principado, a pista é extremamente técnica, desafiadora e cobra os pilotos no limite.
O certo, por conta de toda a história que esse traçado carrega, era a Fórmula 1 dar uma atenção maior para a corrida – talvez fornecer uma pontuação diferenciada, tornar esse evento mais prestigiado, dando a sua devida importância. A pista faz parte da Tríplice Coroa do Automobilismo, com as 24 de Le Mans e as 500 Milhas de Indianápolis. Apenas Graham Hill conseguiu vitórias nestas três provas. Para Fernando Alonso falta apenas as 500 Milhas.
O circuito conta com 19 curvar e 3.337 km, enquanto 78 voltas serão disputadas no domingo. Este é mais um traçado que as suas curvas têm nomes, algo extremamente relevante, principalmente em circuitos mais antigos. A pista é uma das mais curtas do calendário, quase um quilômetro a menos quando comparado com o traçado de Zandvoort – que também é bem curto.

A prova aqui, também tem uma quilometragem menor, são completados 260 km, sendo a prova mais curta da temporada e o único evento que não está conforme os padrões da Fórmula 1: mínimo de 305 km por prova.
O circuito de Monte Carlo, conhecido por suas ruas estreitas e curvas fechadas, impõe um limite de velocidade no pit-lane de apenas 60 km/h — uma exceção no calendário da Fórmula 1, que geralmente adota 80 km/h. Essa limitação, compartilhada apenas com Singapura e Zandvoort, reforça a natureza desafiadora da pista monegasca. Não por acaso, Mônaco teve o pior índice de ultrapassagens em 2024, com apenas três manobras registradas em toda a corrida, sendo só uma com a ajuda do DRS.
Em termos de desempenho, os dados também impressionam. A velocidade máxima alcançada no traçado é de 288 km/h, a mais baixa da temporada 2025. Além disso, nenhum outro circuito exige tanto controle dos pilotos: é onde menos se acelera a fundo — apenas 41% do tempo por volta — e a menor distância total sob aceleração plena também é registrada, com apenas 55%.
Quais são as novidades da prova deste ano?
Para tentar movimentar uma corrida tradicionalmente estática, todos os pilotos serão obrigados a realizar duas paradas nos boxes, independentemente das condições climáticas.
Os competidores devem utilizar os três tipos de compostos disponibilizados para o fim de semana em suas estratégias — C4 (duro), C5 (médio) e C6 (macio). Em caso de chuva, o regulamento ainda exige que sejam feitos dois pit-stops.

Cada piloto contará com um jogo adicional de pneus de chuva extrema, para que seja possível cumprir as duas paradas mesmo em caso de pista molhada.
A Pirelli optou por uma gama de compostos ainda mais macia do que a usada em 2024, repetindo a combinação de Ímola. Isso deve oferecer mais aderência, mas também pode afetar a durabilidade. O circuito de Mônaco não tem um asfalto abrasivo, o que cobra mais dos pneus são as curvas e zebras.
O trecho entre as curvas 12 e 3 foi recapeado para 2025, criando uma diferença de aderência em relação ao restante do circuito. Isso pode afetar o desempenho dos pneus e causar granulação, especialmente na sexta-feira quando os treinos livres serão realizados.
LEIA MAIS: F1 e Pirelli apostam em duas paradas para movimentar o GP de Mônaco de 2025
A construção da aderência acontece ao longo do fim de semana, mas é importante lembrar que condições de chuva e até mesmo a circulação pelo traçado – pois o tráfego é liberado ao final do dia – afeta o emborrachamento que é construído ao longo das sessões.
Para formar as estratégias deste fim de semana, as equipes vão precisar lidar com os três pneus disponíveis, mas eles também precisa, considerar a entrada do Safety Car na pista – algo que é comum nas corridas em Mônaco. É esperado que a prova seja mais movimentada, pois as equipes devem tentar escolhas diferentes, para trabalhar com as paradas que são exigidas neste evento. Por ser a primeira vez que eles lidam com essa regra, surpresas podem acontecer pelo caminho, pois eles não têm uma base para repetir/copiar.

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