O GP da Inglaterra será disputado neste fim de semana, logo depois da corrida da Áustria ser realizada no Red Bull Ring na última semana. A prova corresponde a 10ª etapa do calendário, os times estão ansiosos para correr em Silverstone, principalmente pela possibilidade de avaliar as suas atualizações.
A Inglaterra está presente no calendário da Fórmula 1 desde o início da competição, aliás, a primeira corrida da F1 ocorreu em 13 de maio de 1950, prova que foi vencida por Giuseppe Farina. Lewis Hamilton é o piloto que mais venceu nesta pista, o inglês conta com 8 vitórias e sete poles.
A McLaren implementou um pacote aerodinâmico na Áustria e fornecerá mais algumas modificações para o MCL60 neste fim de semana, dando sequência as modificações que foram programadas para o carro. A Ferrari também promoveu algumas alterações no carro na última prova, o time italiano tem focado na implementação de novas peças, tentando obter mais desempenho. Será um momento interessante para observar o carro do time italiano, principalmente na forma que eles vão gerenciar os pneus, já que essa pista exige muito dos compostos.
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Claro que a realização de uma prova na Inglaterra movimenta as expectativas, principalmente para saber o desempenho de equipes da casa, como Mercedes e Aston Martin. Depois de apresentar pouco ritmo na Áustria, todos querem ver o que essas equipes vão conseguir extrair em um fim de semana correndo no circuito que é bem próximo de suas fábricas.
A Red Bull que vem dominando o Campeonato, tem tudo para comandar mais uma etapa, embora esse traçado possa possibilitar algumas surpresas, por conta das suas exigências. As estratégias não são bem definidas, os times conseguem ter um pouco mais liberdade para fazer as suas escolhas e um Safety Car pode modificar a ordem das coisas, dependendo da reação individual das equipes.
Silverstone é o quinto circuito mais longo do calendário de 2023, perdendo apenas para Spa-Francorchamps (7.004 km), Baku (6.003 km), Jeddah (6.174 km) e Las Vegas (6.120 km). Anteriormente era o quarto mais longo, mas com a chegada do circuito de rua de Las Vegas, Silverstone perdeu espaço.
O circuito é marcado pela alta velocidade, com curvas rápidas e fluídas, desta forma os freios não são submetidos a uma grande pressão em Silverstone, diferente do que acontece na Áustria. As equipes aproveitam para ficar focadas em outras áreas, como o ajuste fino do carro e na configuração aerodinâmica.
O vento é um ponto de atenção para os pilotos e pode dificultar a realização das voltas pelo traçado. Por ser uma antiga base área, o espaço é amplo, desta forma as rajadas de vento atrapalham bastante os pilotos. Essa característica também tem um impacto direto no equilíbrio do carro e altera o seu comportamento, sendo muito comum ver os pilotos cometerem alguns erros e até terem voltas rápidas prejudicadas por essa mudança repentina da direção dos ventos, podendo até mesmo atrapalhar as equipes durante a coleta de dados.
Os competidores precisam se ajustas para acertar os pontos de frenagem, além da velocidade de entrada ao se aproximar do apex das curvas e se atentar a aceleração para a saída delas.
Para a configuração do carro, o ideal é reduzir o máximo de arrasto, desta forma os times trabalharam em configurações especiais para essa pista, lembrando até mesmo algumas escolhas realizadas para Baku e Montreal.
Assim que a largada é realizada, o carro entra em aceleração e os pilotos completarão duas curvas antes de precisar acionar os freios pela primeira vez. A distância do pole até o ponto na Village (Curva3) que acontece a freada, são percorridos 644 metros, no entanto, por conta dos carros mais pesados no começo da prova, eles precisam tirar o pé do acelerador após 255 metros.
Cerca de 78% da volta em Silverstone é feita em aceleração plena, sendo uma alta taxa quando é comparado com outros circuitos do calendário.
Por ser um circuito icônica, palco da primeira corrida da Fórmula 1, as curvas recebem nomes, diferente do tradicional ‘curvas 1, 2, 3’… O mesmo acontece em Spa-Francorchamps, Mônaco e Monza.
Os Pneus
O traçado que as equipes vão enfrentar neste fim de semana é bem exigente para os pneus. A Pirelli sabe que o nível de abrasividade da pista é alto, desta forma fornece a gama dura de pneus: C1 (duro – faixa branca), C2 (médio – faixa amarela) e C3 (macio – faixa vermelha).
Os pneus dianteiros são os mais exigidos, o traçado de Silverstone é extremamente rápido e as forças laterais estão sempre atuando nos pneus. As curvas que geram as maiores cargas são: 1, 8, 9, 10, 11, 12 e 15.
A parada nos boxes dura cerca de 23 segundos, pois Silverstone tem o segundo pit-lane maior da temporada, com 509 metros, desde a entrada do pit que começa na curva 15 e a saída que acontece na curva 2. No entanto, ao realizar uma troca de pneus, os pilotos vão evitar as curvas 16, 17, 18 e 1.
A prova em Silverstone marca a estreia de uma nova estrutura para os pneus de pista seca. A Pirelli está antecipando uma alteração que seria realizada no próximo ano, essa mudança ocorre devido ao aumento do desempenho dos carros notado desde o início da temporada.
A nova especificação de pneus fornece uma resistência extra, por conta das alterações estruturais que foram promovidas pela Pirelli. O que muda é a estrutura interna do pneu, não a composição da borracha, desta forma não afeta a competição de forma técnica ou o comportamento dos compostos em pistas. A nova especificação também colabora para a Pirelli manter as pressões dos pneus dianteiros e traseiros praticamente inalteradas em relação ao ano passado, apesar do aumento das cargas.
Os compostos que serão usados a partir de Silverstone, foram avaliados por todos os times durante o GP da Espanha, quando forneceram dois conjuntos desses compostos para a utilização dos pilotos nos treinos livres.
O Safety Car pode aparecer e acaba influenciando nas estratégias da prova, dependendo do momento que for acionado. A pista conta com duas zonas de DRS, para ajudar nas ultrapassagens – que ficam entre as curvas 05 e 06, 14 e 15.
Fórmula 2
Neste fim de semana a Fórmula 2 e a Fórmula 3 vão acompanhar a Fórmula 1 em mais um evento. O campeonato da F2 está bem acirrado, mas Frederik Vesti segue como o líder depois da etapa disputada na Áustria. O piloto da Prema não faturou uma vitória neste fim de semana, mas ocupou o pódio da Corrida Principal, obtendo a terceira posição. Vesti deixou a rodada com 125 pontos, contra 105 de Théo Pourchaire.
O piloto francês não fez uma boa rodada no Red Bull Ring, não pontuou na Sprint e ficou apenas com a sétima posição na Corrida Principal, enquanto Ayumu Iwasa que também disputa o Campeonato dividiu o pódio com Vesti na prova do domingo, obtendo a segunda posição e foi aos 101 pontos.
Os três pilotos que lideram o Campeonato, não faturaram pontos na Sprint, dando um ar mais equilibrado para a disputa.