A Fórmula 1 está retornando, a primeira corrida do ano será disputada no Circuito do Sakhir, no Bahrein.
A corrida de 2024 será realizada no sábado, com o intuito de respeitar o Ramadã, período de jejum e rezas realizados pelos muçulmanos. Como o Ramadã neste ano começa no dia 10 de março, a prova da Arábia Saudita foi transferida para o sábado e por consequência, pare respeitar os regulamentos da categoria com relação ao tempo mínimo de intervalo entre as provas, o GP do Bahrein também será disputado no sábado.
A Red Bull dominou a temporada 2023 e os testes realizados no Bahrein na última semana indicam que o time austríaco segue forte e apesar de Ferrari, Mercedes e McLaren avançarem no projeto, a RBR ainda teria certa vantagem sob os adversários.
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As equipes tentaram alterar os seus projetos e se preparar ao máximo para o novo campeonato. Este é o terceiro ano do novo regulamento, as equipes compreendem mais os seus equipamentos e passaram o último ano buscando soluções para os projetos. No entanto, a Red Bull começou na frente, foi o time que melhor compreendeu o efeito solo e desde então tem uma certa vantagem para aqueles que poderiam ser os seus concorrentes.
De qualquer forma existe expectativa para saber se o que foi observado durante os testes, terá o efeito prático com o início da temporada. Porém, é necessário lembrar que o Circuito do Sakhir tem suas particularidades e não revela por completo o que será observado ao longo do ano.
Com uma pista abrasiva e que os times precisam ter muito cuidado com os pneus e evitar o superaquecimento, a preparação é um tanto particular para este traçado.
O GP do Bahrein deste ano representa a 20ª edição desta corrida e como as sessões avaliativas foram realizadas por lá, o que não faltam são dados sobre o traçado e o comportamento dos carros com cada um dos pneus que foram selecionados para este fim de semana.
A estratégia é o fator chave desta corrida, afinal, a pista é bem abrasiva e a Pirelli precisa fornecer a gama dura de pneus para as equipes. No entanto, vale recordar que em 2023 Max Verstappen venceu a prova realizando duas paradas, o piloto holandês, assim como boa parte do grid optou por fazer duas paradas trabalhando com os pneus macios e duros.
Estratégia adotada ao longo do GP do Bahrein de 2023 – Foto: reprodução PirelliPor ser um circuito abrasivo e o comportamento dos carros ter uma variação, cada uma das equipes consegue traçar uma estratégia única, para extrair a melhor performance dos carros. No ano passado duas paradas foram populares no grid e os pneus macios ganharam o protagonismo.
A degradação dos compostos é acentuada, não apenas pela abrasividade do traçado, mas também pelo impacto das altas temperaturas. Ao longo dos testes de pré-temporada os times prestaram muita atenção no comportamento dos pneus com os novos carros. Equipes como Haas e Ferrari se concentraram para evitar a degradação acentuada dos compostos, tentando melhorar a performance geral nas corridas.
O circuito está cheio de bumps, algo que os times precisam levar em consideração para determinar a altura do carro e com essas configurações eles podem controlar ou degradar mais os compostos.
Nos testes de pré-temporada uma nova preocupação surgiu. Uma das grelhas usada para o escoamento d’água se soltou com a passagem dos carros na curva 11. A situação prejudicou a sessão do segundo dia de testes, mas o problema deu as caras mais uma vez no terceiro dia de atividades. Toda uma verificação foi realizada no traçado e para a primeira batalha do ano, optaram por revistir de concreto algumas áreas, para evitar que outras grelhas se soltem e possam danificar os carros.
Ya se han cubierto con cemento las zonas de drenaje de agua que se soltaron durante el test. No hay previsión de lluvia. #BahrainGP pic.twitter.com/ht0Yk10ieL
— Albert Fabrega (@AlbertFabrega) February 27, 2024
Os pneus desta etapa serão: C1 (faixa branca – duro), C2 (faixa amarela – médio) e C3 (faixa vermelha – macio). As temperaturas são geralmente altas no Bahrein, mesmo com a chegada da noite, é necessário observar o gerenciamento dos pneus para evitar superaquecimentos.
A areia muda bastante a relação do piloto com a pista. Ela é constantemente soprada para dentro do traçado, por conta das rajadas de vento. Obter aderência se torna um fator complicado, pois a presença deste granulado reduz o contato do pneu com o asfalto, enquanto os ventos deixam o carro instável.
O traçado utilizado tem 5.412 km e conta com uma área de escape bem abastada. Na pré-temporada poucos erros foram observados, mas agora é um final de semana valendo, com pontuação em jogo, desta forma os pilotos podem se arriscar um pouco mais e por consequência outros erros serão observados.
A pista escolhida para a abertura do campeonato proporciona alguns pontos de ultrapassagem, especialmente nas curvas 1, 4 e 11. Com quatro retas e três zonas de DRS, o grid consegue encontrar bons espaços para travar as suas batalhas. No entanto, é a curva 10 do circuito uma as mais complicadas, sendo o trecho que os pilotos cometem mais erros e acabam fritando os pneus.
A prova acontece no entardecer do Bahrein e termina com a chegada da noite, a ideia é que os competidores enfrentem temperaturas mais amenas quando a prova for disputada.
Nesta quinta-feira já tem carro na pista, para a realização das primeiras avaliações do fim de semana. A classificação para definir o grid de largada será realizada na sexta-feira, enquanto a corrida ocorre no sábado.
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As retas podem ser um desafio para aqueles carros que não estão bem desenvolvidos, os times precisam encontrar uma configuração que seja um meio termo, pois além das retas, as freadas neste traçado são bem importantes, mas se ocorrer apenas uma concentração para melhorar o desempenho na entrada das curvas, o carro fica lento no restante do traçado.
O TL2 é a sessão mais realista do que realmente os times vão enfrentar no restante do fim de semana, pois está é a única sessão que acontece no mesmo horário da classificação e corrida. Tanto o TL1, como o TL3 são sessões mais inconclusivas, por conta da pista quente e que não colabora para o gerenciamento dos compostos.