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Preview do GP de Mônaco de 2019

Primeiramente o Campeonato Mundial de Fórmula 1 teria o seu início em 1949, porém em decorrência da morte do príncipe Louis II  o Grande Prêmio de Mônaco daquele ano acabou sendo cancelado, assim em 1950, quando finalmente foi criado o Campeonato Mundial de Fórmula 1, o GP de Mônaco foi a segunda prova daquela temporada, mas somente depois de cinco anos (1955) ela entrou para o calendário regular da competição. Fora designada por duas vezes (1955 e 1963) com título honorífico de Grande Prêmio da Europa pela AIACR (antecessora da FIA). Às vezes o Grande Prêmio da Europa era escolhido como tapa buraco de um GP que ficaria fora naquele ano ou como forma de acrescentar mais uma disputa ao calendário e trazer mais verba para a categoria.

O título de Rei de Mônaco ou Mr. Mônaco nas pistas, surgiu com a Era Graham Hill, depois do mesmo vencer cinco vezes a corrida monegasca nos anos 1960. Sua primeira vitória foi em 1963 e depois repetiu o feito nos dois anos subsequentes. O britânico voltou a vencer na pista em 1968 e 1969.

Na Era Senna e Prost, os dois pilotos dominaram as vitórias em Mônaco, merecendo um texto à parte para cada corrida deles no principado. Mas nessa época Alain Prost venceu três corridas seguidas de 1984 a 1986, Ayrton Senna que estava na McLaren em 1987 vinha para quebrar a sequência de vitórias do francês. A última vitória de Prost veio no ano seguinte 1988, depois disso Senna venceria por 5 anos seguidos, se tornando assim o Rei de Mônaco e o piloto com mais vitórias no circuito somando 6. Michael Schumacher se igualou ao recorde de Hill, mas o brasileiro permanece inabalável.

lll Características da Pista

Mônaco é um circuito com traçado de rua que passa por pontos estratégicos, contrastando com monumentos antigos da cidade e uma costa repleta de iates atracados, além do Mar Mediterrâneo. A luz do dia com a penumbra ao entrar e sair do túnel são desafios não encontrados em outros lugares. A chicane logo depois do túnel é bem difícil de ser realizada por causa dessa mudança repentina de luz. As proximidades com os muros de contenção não abrem brecha para erros e com as suas ruas estreitas e repletas de curvas, as ultrapassagens se tornam muito complicadas e fizeram várias “vitimas” ao longo dos anos. As 78 voltas no circuito não são fáceis e os pilotos encaram a pista como algo muito desafiador, já que possui mudanças de elevação e cantos estreitos. A prova não exige tanta velocidade e carros com a aerodinâmica bem construída tem a oportunidade de conquistar pontos valiosos, além disso a estratégia também conta muito para o resultado.

Os dois treinos livres que tradicionalmente acontecem nas sextas-feiras nos outros GPs, são realizadas às quintas-feiras em Mônaco e às sextas o tráfego é liberado para permitir que as pessoas possam “retornar as suas atividades de final de semana”, mas também é uma boa manobra para que as equipes e seus pilotos possam participar de eventos dos patrocinadores e figurões das redondezas.

lll Pneus

 

A Pirelli optou por mais uma vez levar os compostos mais macios da sua goma, o C3 (faixa branca), C4 (faixa amarela) e C5 (faixa vermelha), onde o último pneu corresponde aos hipermacios utilizados na temporada passada. A famosa pista de rua é muito conhecida por ter os menores índices de velocidade média e de degradação dos pneus. Isso faz com que uma corrida com apenas uma parada seja o cenário mais provável. Ao contrário de Baku os compostos estão sempre trabalhando, por isso é mais fácil manter o seu aquecimento.

 

lll Corrida de 2018

Engana-se quem vê Daniel Ricciardo saindo na pole e liderando toda a prova, acreditar que foi uma vitória fácil para o australiano. Durante a volta 28 foi identificado um problema de perda de potência onde a equipe não podia fazer nada para ajuda-lo, pois o sistema de recuperação de energia MGU-K havia se perdido.

Mônaco é aquela pista de difícil ultrapassagem e Ricciardo precisou se apegar a isso para vencer. Até seria injusto se essa vitória não fosse dele, tinha sido um final de semana perfeito, onde ele liderou todos os treinos livres, conseguiu a pole e por fim fez justiça com o lugar mais alto do pódio. 

Para completar o pódio tivemos Sebastian Vettel que ameaçou bem pouco o australiano, mesmo com a aproximação dos dois em alguns momentos da prova, o alemão não conseguiu realizar a ultrapassagem e não forçou o seu ritmo para cima do adversário. Lewis Hamilton, que ficou com a terceira posição, passou grande parte da prova reclamando do desempenho dos seus pneus e pedindo mais uma parada para a equipe, mas a Mercedes sabia que a chance do inglês perder o pódio era maior parando do que se resistisse na pista com aqueles compostos.

Assim também foi a disputa de Raikkonen e Bottas, a aproximação aconteceu, mas não foi concluída. A dos dois finlandeses durou até a última volta da prova, já que Bottas conseguiu diminuir a distância para menos de um segundo, mas Raikkonen fez o seu carro ficar mais largo (o que não é tão difícil em Mônaco) e se manter na quarta posição.

Destaque positivo da prova, foi para Max Verstappen, que largou da última posição e chegou em nono, boa parte da responsabilidade por este feito, veio da estratégia adotada pela Red Bull, onde ela estendeu a sua parada até a volta 47, ganhando terreno desta maneira. O motivo de largar em último, veio por conta da batida no sábado, no terceiro treino livre e por conta disso o holandês se quer participou da classificação. 

Dos abandonos da prova, Alonso se prejudicou com câmbio quebrado, quando ocupava a sétima posição da prova. Charles Leclerc e Brendon Hartley foram os outros dois que abandonaram a corrida. O monegasco bateu no piloto da Toro Rosso, depois de estar completamente sem freios. Leclerc ainda tentou amenizar a situação, jogando o carro para o lado direito da pista, mas não foi possível encontrar mais espaço para se enfiar e fugir do neozelandês.

Das considerações finais, foi o 250° GP disputado pela Red Bull.

GP de Mônaco – Ricciardo resiste a problema na sua Red Bull para vencer a corrida

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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