O GP da Espanha deste ano é aguardado pelas equipes, o traçado que é favorável aos testes será usado para analisar os carros e definir o rumo das modificações que devem acontecer nos equipamentos nas próximas etapas.
A Fórmula 1 não passou por Barcelona em 2023 quando os testes de pré-temporada foram realizados. Na realidade, o período de testes e avaliações aconteceu em apenas três dias e na semana seguinte os carros já estavam em pista para disputar o GP do Bahrein.
Neste calendário tivemos uma diversidade de pistas que exaltavam características particulares de cada um dos carros. O Circuito que recebe o GP da Espanha é um traçado completo, que colabora na coleta de dados e preparação das equipes.
O traçado
O GP da Espanha é disputado em uma pista que exige bastante da aerodinâmica dos carros, esse era um dos motivos para a pré-temporada ser realizada neste traçado.
A Fórmula 1 realiza o GP da Espanha desde 28 de outubro de 1951, a primeira prova foi disputada em Pedralbes. Jarama foi o primeiro circuito permanente espanhol, mas a categoria também passou por Montijuïc até realizar a mudança para Barcelona em setembro de 1991, quando a primeira prova foi disputada na Catalunha.
LEIA MAIS: SÉRIE CIRCUITOS DA F1: Barcelona
A direção do vento também é um desafio neste traçado que abriga a Fórmula 1, podendo mudar drasticamente ao longo do dia e surpreender os pilotos em pista. Os competidores são sempre alertados da direção do vento e de rajadas que podem colaborar para desestabilizar os carros.
Barcelona tem mudanças de elevação, uma reta com 1050 m. Desde 2021 o circuito tem passado por alteração, a curva 10 foi modificada, sendo remodelada para contar com um raio mais aberto.
Para 2023, será a primeira vez desde 2007 que a prova será disputada no layout original. A chicane localizada antes da última curva (curvas 14 e 15) do circuito foi removida. Esse traçado com a chicane segue homologado pela FIA, podendo ser utilizado em outros momentos ou por outras categorias.
Além dessa alteração, a categoria também informou que existem novas barreiras de proteção macias (Tecpro) nas últimas curvas do circuito. O traçado passou pela ampliação na área de escape da Curva 1, incluindo mais de 70 metros de brita, uma inclinação de 5% e uma nova cerca de proteção entre as curvas 1 e 2 para melhorar a segurança dos pilotos.
O TL1 geralmente é uma sessão carregada por avaliações, as equipes enviam os seus carros para a pista com o flow-vis espalhado em várias peças, além de instalar as grelhas que também fazem o seu papel na coleta de dados. Tudo isso é para comparar os dados da fábrica com o comportamento do carro em pista.
Por ser um circuito conhecido pelas equipes, geralmente temos uma corrida engessada em Barcelona, mais voltada para a estratégia. No entanto, é interessante ao longo dos treinos livres prestar a atenção na proximidade entre companheiros de equipes e na organização da tabela de tempos que começa a revelar a ordem do Campeonato, levando em consideração a eficiência dos equipamentos. Na classificação também é muito comum ver a divisão acontecer por parzinhos.
No texto do ano passado mencionei sobre o fato de Barcelona ser um marco zero na Fórmula 1, defendo isso por ser uma pista que os times conhecem praticamente de olhos fechamos, além de ser o momento ideal para revisitar os seus projetos e encontrar uma direção melhor para as atualizações e os comportamentos dos equipamentos.
A Mercedes abandonou o conceito do ‘zeropod’ no W14 e terá a oportunidade de avaliar com mais precisão as mudanças que foram realizadas no equipamento. Vale dizer que em 2022, a Mercedes testou um carro completamente diferente na pré-temporada em Barcelona, mas apareceu no Bahrein com o conceito do zeropode, algo que se arrastou até esse ano e provou ser uma falha. No entanto, esse também é o momento de revisitar aquele primeiro carro construído pela equipe que era mais parecido com o design escolhido pelos outros times.
Pneus
A Pirelli não inovou para Barcelona, mas uma vez eles vão usar a gama dura de pneus neste traçado, a combinação é a que atende melhor as exigências da pista, principalmente por ser um circuito que a abrasividade é alta e os pneus são cobrados por conta das várias forças que estão em ação. Os pneus do fim de semana são: C1 (faixa branca – duro), C2 (faixa amarela – médio) e C3 (faixa vermelha – macio).
Os pilotos vão completar 66 voltas em um traçado com 4.657 km depois da mudança da chicane. Geralmente a prova em Barcelona é realizada com a estratégia de duas paradas nos boxes.
LEIA MAIS: Em um circuito tão conhecido, Pirelli aposta novamente em gama dura de pneus para o GP da Espanha
Depois da introdução do novo pneu C1 para 2023, o composto C1 usado no ano passado, agora é o C0 da gama. Existe um gap menor dos pneus duro de 2023 para o médio, desta forma talvez as equipes fiquem animadas em adicionar esse pneu às estratégias.
Na sexta-feira as equipes vão receber dois conjuntos de pneus duros adicionais, os pilotos terão a oportunidade de avaliar os compostos que vão entrar em ação a partir do GP da Inglaterra. Saiba mais sobre a mudança aqui.
Fórmula 2
A F1 terá a companhia da Fórmula 2 e Fórmula 3 no traçado.
Após a rodada em Mônaco, Frederik Vesti assumiu a liderança do Campeonato, superando Théo Pourchaire e Ayumu Iwasa. O piloto da Prema fez valer a conquista da pole na sexta-feira, para vencer a corrida principal que foi disputada no domingo. Vesti deixou a etapa somando 89 pontos, contra os 84 do piloto francês da ART Grand Prix.
LEIA MAIS: Programação do Automobilismo – F1, F2, F3, Fórmula E e IndyCar
Iwasa aproveitou a chance que teve para vencer a prova Sprint e somar mais alguns pontos, principalmente após a etapa desastrosa no Azerbaijão. O piloto da Dams conta com 69 pontos.