Depois da pausa de verão, o retorno da Fórmula 1 em Zandvoort promete fortes emoções não apenas dentro das pistas, mas também nos bastidores. A reta final do campeonato traz um calendário intenso, em que cada detalhe pode definir os rumos da temporada.
O GP da Holanda é conhecido por ser um dos mais desafiadores do calendário atual, com curvas inclinadas, trechos estreitos e uma atmosfera única graças ao verdadeiro “mar laranja” que lota as arquibancadas para apoiar Max Verstappen. Mesmo sem o favoritismo absoluto das últimas temporadas, o ídolo local ainda é peça central da corrida, seja pela luta para recuperar o protagonismo ou pelo impacto que seu desempenho causa na torcida.
Enquanto isso, McLaren, Mercedes e Ferrari carregam narrativas distintas para este fim de semana. A McLaren chega com a pressão de administrar a disputa interna entre seus pilotos, que já se transformou no ponto mais quente da temporada. A Mercedes tenta consolidar a recuperação técnica que apresentou antes das férias, enquanto a Ferrari corre contra o tempo para encontrar estabilidade em um carro que ainda não entregou vitórias neste ano.
Além do prestígio de vencer em Zandvoort, as equipes encaram este GP como peça estratégica para a sequência da temporada. O campeonato entra em uma fase decisiva, e qualquer deslize agora pode custar caro na corrida pelos títulos de pilotos e construtores.
As viagens contantes e mudanças de continente e fuso horário, marcam esse momento da temporada. As equipes também têm a tendência de enfrentar pistas onde o calor se faz muito presente e provoca um grande impacto no desempenho dos seus carros e pilotos.
O Circuito de Zandvoort e Os Pneus deste evento
Pelo terceiro ano consecutivo, Zandvoort recebe a Fórmula 1 depois das férias de verão. A prova na Holanda, no circuito de Zandvoort teve as suas idas e vindas no calendário da Fórmula 1, em meados dos anos 1950 e 1980. O último duelo tinha acontecido em 1985, antes de ficar mais 36 anos de fora do calendário, retornando apenas em 2021.
Zandvoort é o segundo traçado mais curto da temporada, com 4.259 km de extensão, perdendo apenas para Mônaco – formado por 14 curvas, quatro delas à esquerda e 10 à direita. A prova é disputada em 72 voltas, já que as voltas completadas no traçado, estão entre as mais rápidas da temporada – atrás apenas do Red Bull Ring e Interlagos.
Esse é um circuito sinuoso, com curvas inclinadas e como foi mencionado, com as velocidades mais altas da temporada, com 318km/h de média. A pista é um circuito permanente, que oferece um bom desafio para os pilotos. O traçado exige que o competidor realize uma boa classificação, pois é difícil fazer ultrapassagens ao longo da volta. A estratégia também é um ponto importe no duelo que envolve essa corrida.
Por ser um circuito curto, o tráfego é intenso neste circuito e os pilotos precisa fugir dos competidores que estão mais lentos. Por ter poucas retas e não muito expressivas, os pilotos precisam ficar atentos nas curvas e evitar atrapalhar outros pilotos ou se envolver em um incidente.
Existem duas zonas de ativação do DRS, uma localizada entre a curva 1 e 13, passando pela extensão da curva 14; enquanto a segunda fica posicionada entre as curvas 10 e 11.

O traçado de Zandvoort é considerado um dos mais técnicos do calendário da Fórmula 1. Localizado à beira do mar do Norte, o circuito traz consigo características únicas: a areia que constantemente invade a pista e o vento que muda de direção ao longo do dia tornam cada volta imprevisível. A combinação desses fatores faz com que erros sejam frequentes, exigindo máxima concentração dos pilotos.
Esse fator da proximidade com a costa, também faz com que o GP da Holanda seja um dos mais frios do calendário, com temperatura média no ar de 20,1 °C e a média máxima de 23 °C. A ameaça de chuva também é um ponto de atenção para o evento.
Para retornar à categoria em 2021, o autódromo precisou de obras de modernização, garantindo que os carros atuais pudessem competir com segurança sem perder a essência “old school” que define o circuito. A brita continua delimitando os limites da pista, mas desde 2023 algumas áreas passaram a utilizar soluções alternativas, como o revestimento com resina, especialmente na curva 12, para reduzir a chance de interrupções longas por bandeira vermelha.
Com curvas rápidas, trechos fluidos e ondulações naturais, Zandvoort é um teste físico e mental. As ultrapassagens seguem sendo um dos pontos mais complicados: a reta principal é praticamente a única chance clara de ganhar posições, já que os pilotos precisam ser ousados para tentar manobras em curvas estreitas.
Outro desafio importante aparece nas curvas finais, 13 e 14, inclinadas a 18 graus. Essa característica coloca ainda mais carga nos pneus, exigindo cuidado extra na gestão durante a corrida. Para completar, o pit-lane do circuito é um dos mais estreitos e curtos da temporada, com velocidade máxima limitada de 80 km/h (após uma revisão para essa temporada) – o que torna a estratégia de paradas um fator decisivo para o resultado final.
Pneus
Para o GP da Holanda deste ano, a Pirelli apostou em uma gama um passo mais macia do que a do ano passado, o fornecimento será da gama intermediária, formada pelos pneus: C2 (duro – faixa branca), C3 (médio – faixa amarela) e C4 (macio – faixa vermelha).

Em várias corridas deste ano, a Pirelli realizou um ajuste na gama, em busca de ter uma corrida mais dinâmica e movimentada. Como a prova em 2024 foi marcada pela estratégia de apenas uma parada, por conta da gama dura de pneus, com essa alteração.
Mesmo com o circuito contando com um grande nível de exigência, por conta do alto stress gerado aos pneus e uma abrasividade intermediária. Com essa pequena alteração, a Pirelli espera que as equipes façam mais uma parada nos boxes – mas isso também está atrelado as condições climáticas.

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