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Preview do GP da França de 2018 – O retorno a um dos berços da Fórmula 1

O Grande Prêmio da França foi realizado desde os primórdios da Fórmula 1, quando no ano de 1950, a competição passou a ser oficial. No entanto a França, já tinha competições automobilísticas que eram realizadas desde 1906. Em 2008, após sediar 86 corridas, a disputa foi alvo das finanças e dos locais que não eram tão favoráveis para a sua realização e foi retirada do calendário.

Mesmo uma disputa com tamanha longevidade, o GP da França teve um total de 16 casas ao longo da sua história. O país também foi importante junto com Bélgica, Itália e Espanha nos campeonatos que foram disputados pelos fabricantes nos anos 20.

A França já teve todo tipo de competição, como provas que uma volta no circuito chegava a durar uma hora e a corrida 12 horas. As competições passaram por Le Mans, Dieppe, Amiens, Lyon, Estrasburgo e Tours, onde as disputas buscavam ser realizadas cada ano em um lugar diferente.

O país como foi um dos que mais sofreu com a primeira Guerra Mundial, também foi obrigado a dar uma pausa nas competições que sessaram em 1915 e retornaram apenas em 1921, mas somente em 1925 eles ganharam um circuito permanente o Autódromo de Linas-Montlhéry, localizado a 32 quilômetros ao sul do centro da capital francesa de Paris. Sua estrutura contava com bancos de concreto, instalações modernas além dos boxes. A estrada que dava acesso era asfaltada. A sua construção se deu depois da construção do autódromo Brooklands na Inglaterra, onde vários outros países se sentiram pressionados para ter os seus próprios circuitos.

Miramas também fez parte dos circuitos permanentes, inaugurado em 1926, dividiu a sua história com o Circuit de la Sarthe ou Le Mans como é mais conhecido e Pau Grand Prix de 1930, assim como outros autódromos que fizeram parte das competições europeias na época.

lll Reims-Gueux

O Grande Prêmio da França como sede da Fórmula 1, passou a ser realizado no circuito de Reims-Gueux, localizado ao leste de Paris, uma das suas características era possuir grande retas e era praticamente uma figura geométrica. O evento francês dividiu a sua casa com outro circuito de Rouen-Les-Essarts, sua marca era a alta velocidade. A competição foi alternada entre eles até o ano de 1968, com a chegada de Charade em 1969, circuito esse que era tão longo quanto o de Nürburgring na Alemanha e possuía curvas acentuadas e poucas retas, sendo vítima da reclamação dos pilotos que se sentiam enjoados por guiar em seu asfalto e com isso corriam com o capacete abeto.

lll Paul Ricard e Dijon-Prenois

Quando o circuito de Paul Ricard foi introduzido ao calendário do GP da França, automaticamente Reims foi retirado de utilização para essas provas e logo depois Dijon-Prenois passou a dividir espaço com ele à medida que os anos e as competições foram acontecendo, até 1985, quando Paul Ricard passou a ser ”fixo”. Dijon era utilizado nos impares, com exceção apenas de 1983.

A escolha por esses dois era que Dijon por ser pequeno proporcionava voltas na faixa de um minuto, enquanto Ricard servia de testes para a Fórmula 1 na época, permanecendo assim até 1990, quando tivemos a entrada de um novo circuito para a disputa.

O circuito de Paul Ricard teve 14 corridas disputadas e na época da sua estreia era um autódromo com grandes áreas de escape e uma sequência desafiadora de curvas.

lll Magny-Cours

O Grande Prêmio da França ao se mudar de casa em 1991 para Magny-Cours, acabou permanecendo por lá, por 17 anos. Foi responsável por estimular a economia da área onde foi construindo.

Nos anos de 2004 e 2005, após ter sido palco de grandes disputas e vitórias como as de Prost e Michael Schumacher, sua permanência passou a ser questionada, principalmente pelo âmbito financeiro e a adição de novas corridas no calendário da Fórmula 1. Mas foi apenas em 2008 que a disputa foi colocada na geladeira, por tempo indeterminado para retornar, sendo a última corrida realizada no país pela F1.

lll O Retorno

A França passou um longo tempo tentado arrumar uma forma de voltar ao calendário e pensando em novas ideias de circuitos para que a competição pudesse ser realizada, o Grande Prêmio da França volta a ser realizado em Paul Ricard, por conta da sua versatilidade, estrutura e o recebimento de outras categorias e dentre todas as outras opções ela era a com a melhor organização.

lll Pista e Pneus

Para 2018 e o seu grande retorno, uma chicane foi instalada no meio da reta Mistral, para proporcionar um ponto de ultrapassagem, já que a curva realizada após a Mistral é de alta velocidade.

Teremos duas zonas de DRS ativas, uma na reta de chegada, o ponto de detecção é 75 metros antes da curva 7 e o outro localizado na reta oposta, o ponto de aferição é na curva 14, 115 metros após a curva 15. Mudanças ainda podem ocorrer nessas localizações, vai depender do que os comissários avaliarem ao longo dos dias e ver se em outra posição eles vão ser mais eficazes e caso seja necessário até um terceiro ponto pode ser instalado.

Os compostos escolhidos pela Pirelli para está prova são: macios (faixa amarela), supermacios (faixa vermelha) e ultramacios (faixa roxa). O seu asfalto lembra o do circuito de Barcelona, portanto medidas como a redução de 0,4 milímetros na goma, foi aplicado nesta pista, bem como já foi utilizado no circuito espanhol e vai ser apresentado em Silverstone (Inglaterra). Nesta época do ano a alta temperatura é esperada e com isso o desgaste dos pneus pode ser mais acentuado.

Fonte: globoesporte.globo.com
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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