Para o encerramento da rodada tripla, a Fórmula 1 desembarca na Espanha neste fim de semana.
Os times de modo geral estão ansiando por essa prova, pois o circuito é ideal para testes, principalmente neste momento da temporada onde algumas equipes pretendem introduzir novidades em seus carros. Também será o momento de introdução de uma diretiva técnica – vamos falar sobre logo mais.
Oscar Piastri segue como o líder do campeonato, o piloto ainda não venceu nesta rodada tripla, mas faturou dois pódios e soma 161 pontos. Lando Norris, que contava apenas com a vitória da Austrália – na abertura do campeonato – venceu em Mônaco, em um fim de semana perfeito do competidor. O britânico atingiu a marca de 158 pontos.
Na Itália a Red Bull surpreendeu com a sua performance, embora Max Verstappen ainda reclame muito do carro, segue andando entre os primeiros colocados. O neerlandês abriu a rodada com vitória dominante em Ímola, contando com 136 pontos neste momento do campeonato.
Os erros em Mônaco, especialmente na classificação custaram para a Mercedes, deixando a etapa zerados. George Russell permanece na quarta posição do Mundial, com os 99 pontos conquistados. Charles Leclerc celebrou o segundo lugar – correndo em casa – se tornando o melhor resultado da Ferrari no campeonato e o piloto tem 79 pontos em seu nome.
Entre as equipes o duelo está um pouco mais apertado, embora a McLaren tenha disparado na liderança com 319 pontos, a Mercedes tem 147 pontos, contra 143 da Red Bull e 142 da Ferrari – que apesar do desempenho ruim no início do campeonato, conseguiu se aproximar dos rivais.
Diretriz Técnica em Barcelona
Para evitar que as equipes vão além do permitido, ou que explorem zonas cinzentas do regulamento, a FIA costuma emitir diretivas técnicas para explicar melhor algumas questões ou barrar um desenvolvimento que eles não estão de acordo.
A flexibilidade das asas dianteiras e traseiras trouxeram vários questionamentos nos últimos meses, forçando uma reação da FIA. Foi necessário estabelecer novos marcadores para identificar se as asas estavam indo além do permitido, enquanto a FIA também colocou câmeras para checarem os carros mais atentamente.
Eis que mesmo com esses métodos, a FIA optou por mais uma alteração, vindo para a tal diretiva técnica de Barcelona, onde foi definido um novo limite de flexibilidade de 10mm, enquanto anteriormente o permitido era de 15mm nas asas dianteiras.
Com essa regra, alguns engenheiros apostam em uma mudança de rendimento, principalmente da McLaren. Enquanto outros acreditam que o duelo no meio do grid se tornará mais acirrado.
A prova em Barcelona, Pneus e Circuito
Barcelona por muitos anos foi considerada a pista ideal para testes, pois tem uma boa combinação de curvas, os carros precisam imprimir uma boa velocidade e o traçado também conta com retas importantes. Ao chegar neste evento, é normal ver os pilotos andando próximos dos seus companheiros de equipe, enquanto é revelado a ordem das forças do campeonato.
Desde 1991 a Fórmula 1 visita Barcelona, o circuito já passou por algumas alterações, mas permanecia firme no calendário. No entanto, esse deve ser o último evento na pista, pois a categoria estabeleceu um acordo com Madrid para fazer as próximas corridas em um circuito de rua.

As provas em Barcelona não são emocionantes, pois as equipes fazem o máximo para obter dados dos carros, testar novas peças e angariar mais alguns dados, para definir quais serão os próximos passos do campeonato.
O GP da Espanha é disputado em uma pista que exige bastante da aerodinâmica dos carros. O circuito tem uma boa mistura de curvas de alta e baixa velocidade, por isso é tão popular para as avaliações. Também é um circuito ideal para os testes de pneus da Pirelli.
A Fórmula 1 realiza o GP da Espanha desde 28 de outubro de 1951, a primeira prova foi disputada em Pedralbes. Jarama foi o primeiro circuito permanente espanhol, mas a categoria também passou por Montijuïc até realizar a mudança para Barcelona em setembro de 1991, quando a primeira prova foi disputada na Catalunha.
A direção do vento também é um desafio neste traçado que abriga a Fórmula 1, podendo mudar drasticamente ao longo do dia e surpreender os pilotos em pista. Os competidores são sempre alertados da direção do vento e de rajadas que podem colaborar para desestabilizar os carros.
Barcelona tem mudanças de elevação, uma reta com 1050 m. Desde 2021 o circuito tem passado por alteração, a curva 10 foi modificada, sendo remodelada para contar com um raio mais aberto.
Em 2023, foi a primeira vez desde 2007 que a prova será disputada no layout original. A chicane localizada antes da última curva (curvas 14 e 15) do circuito foi removida. O traçado contendo a chicane segue homologado pela FIA, podendo ser utilizado em outros momentos ou por outras categorias.
A melhor chance de ultrapassagem acontece na primeira curva do circuito, quando os pilotos acabam de passar por uma das duas zonas de ativação do DRS. Com a alteração realizada na pista em 2023, a ideia era a categoria aproveitar a eficiência dos novos carros, combinado com o circuito para ampliar a possibilidade de duelos na pista.
O TL1 geralmente é uma sessão carregada por avaliações, as equipes enviam os seus carros para a pista com o flow-vis espalhado em várias peças, além de instalar as grelhas que também fazem o seu papel na coleta de dados. Tudo isso é para comparar os dados da fábrica com o comportamento do carro em pista.
E os Pneus?
A Pirelli permanece na ‘zona de segurança’, pois não tem muito como inovar em Barcelona. O nível de exigência do traçado e a combinação com o asfalto abrasivo, fazem a fornecedora de pneus disponibilizar a gama mais dura de compostos.
A combinação que atende melhor as exigências da pista, é formada pelos pneus: C1 (faixa branca – duro), C2 (faixa amarela – médio) e C3 (faixa vermelha – macio). Neste ano os compostos têm um desempenho mais semelhante, principalmente após a redução do gap com a reformulação dos compostos mais duros da gama.

Os pilotos vão completar 66 voltas em um traçado com 4.657 km depois da mudança da chicane, a pista é formada por 14 curvas (oito para a direita e seis para a esquerda). Geralmente a prova em Barcelona é realizada com a estratégia de duas paradas nos boxes.
Ao longo dos anos, o Circuito de Montmelò tem se caracterizado por favorecer estratégias com duas paradas, e a edição de 2024 seguiu esse padrão. Todos os pilotos, à exceção de Alex Albon — que largou do pit-lane calçando pneus médios — optaram pelos compostos macios para iniciar a prova. Durante a corrida, doze competidores utilizaram os três tipos de pneus disponíveis, reservando os compostos duros para o stint final. Já os três primeiros colocados — Max Verstappen, Lando Norris e Lewis Hamilton — cruzaram a linha de chegada com um segundo jogo de pneus macios, aproveitando ao máximo o desempenho na parte decisiva da corrida.
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