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Pneus, blefes e falhas: estratégias durante o GP de Singapura

Russell vence em Singapura com plano perfeito da Mercedes

George Russell venceu o GP de Singapura, afugentando a McLaren de mais um resultado, embora o time de Woking tenha conquistado o 10° título de Construtores nesta etapa.

A vitória do piloto britânico começou ainda no sábado, quando ele fez uma volta espetacular na classificação e foi o único conseguiu superar o seu próprio tempo. Existia muita expectativa em uma possível batalha entre Russell e Max Verstappen na largada, mas os dois competidores foram um tanto respeitosos.

Russell cruzou a linha de chegada com mais de cinco segundos de vantagem, em uma exibição consistente e segura ao longo de toda a prova. Na estratégia, Russell fez o que já era imaginado, trabalhando com apenas uma troca de pneus – usando pneus médios e duros, naquela escolha bem feijão com arroz, mas eficaz.

Entre os cinco primeiros colocados, apenas Max Verstappen apostou em uma estratégia diferente, iniciando a prova com os pneus macios. A escolha não foi absurda do ponto de vista da condição do traçado, já que tinha chovido antes do começo da prova. Algumas áreas do circuito ainda estavam úmidas, então pelo grid alguns pilotos prefeririam contar com um jogo de pneus macios e ter mais aderência. No caso de Verstappen, ele até poderia tentar roubar a ponta.

Estratégias de pneus durante o GP de Singapura – Foto: divulgação da Pirelli

O neerlandês foi até a volta 19 com os compostos, saltando para os pneus duros. A Red Bull fez algo semelhante com Yuki Tsunoda, mas o competidor parou antes, na volta 13 – largando com pneus macios novos, diferente de Max que contou com usados da classificação. Naquele momento a Red Bull conseguiu um vislumbre do que estava acontecendo com o segundo colocado da corrida e fez a troca de pneus de Max quado ele perdeu performance em pista e estava ficando vulnerável.

A McLaren tentou ganhar o segundo lugar de Verstappen por meio da estratégia de pneus, primeiramente a equipe trabalhou com o blefe, tentando chamar a atenção de sua equipe para realizar a parada, mas a tática não funcionou. No entanto, Lando Norris e Oscar Piastri pararam pouco depois que Russell cumpriu a sua parada obrigatória na volta 25.

Com a escolha, Lando Norris conseguiu uma folga nos pneus para atacar Verstappen, mas o competidor não conseguiu concluir a manobra de ultrapassagem. Norris foi beneficiado na escolha estratégica, pois fez uma excelente largada e avançou do 5° lugar para a 3ª posição, poucos metros depois que as luzes vermelhas se apagaram.

O grande ponto da corrida da McLaren, ocorreu quando Norris e Oscar Piastri se chocaram nesse duelo, enquanto o britânico também bateu em Max Verstappen e quebrou o direcional da sua asa dianteira. No começo, Piastri esperou que a equipe tomasse alguma decisão ao seu favor, mas o time seguiu nessa configuração.

Em termos de parada, a de Norris funcionou muito e conseguiu devolvê-lo para a pista, na condição de ao menos incomodar Verstappen; por outro lado, a parada de Piastri foi bem ruim, ressaltando mais uma vez o problema de pit-stop que a McLaren tem enfrentado pelo menos nos últimos dois eventos – sempre quando o segundo carro realiza a parada.

LEIA MAIS: McLaren admite falhas nos pit-stops e promete melhorias no equipamento de box

Popularmente, os pneus médios foram os mais usados na largada, escolhidos por 14 dos 20 pilotos, enquanto seis foram com o composto macio C5: Verstappen, Tsunoda, Stroll, Alonso, Colapinto e Hadjar. O uso dos pneus duros foi descartado depois que a chuva caiu.

O pneu de faixa branca amparou os pilotos no trecho final da corrida, sendo o mais popular, enquanto os compostos macios também surgiram nas estratégias de Lewis Hamilton, Alexander Albon, Carlos Sainz, Liam Lawson, Pierre Gasly e Nico Hülkenberg. No caso do britânico, ele conseguiu um ritmo melhor para buscar Andrea Kimi Antonelli, em uma briga que inicialmente valia a 6ª colocação, mas com o italiano recuperando a posição perdida para Charles Leclerc na largada, o duelo do heptacampeão mundial se tornou pelo 5° lugar.

Duração dos compostos, para o GP de Singapura – Foto: divulgação Pirelli

A dupla da Williams sofreu um revés, com a desclassificação dos seus dois pilotos no sábado, com isso, Carlos Sainz começou do final dos boxes, mas Alexander Albon largou do pit-lane. Os dois competidores foram mestres em gerenciar os pneus médios, para o tailandês foram 48 voltas no mesmo composto, enquanto espanhol completou 50 giros.

Com a corrida de certa forma perdida, a Williams arriscou a espera de um Safety Car, para fazer a parada obrigatória de forma livre – eles esperam em pista até o momento mais crítico da corrida, mas em mais uma prova em Singapura não tivemos a ação do Safety Car. Munido pelos pneus macios para as voltas finais, Sainz conseguiu se recuperar e faturou o 10° lugar, levando mais um ponto para a equipe, depois do seu pódio no Azerbaijão.

Apenas três pilotos apostaram em duas paradas, foram eles: Hamilton, Gasly e Hülkenberg.

A corrida foi pouco movimentada, embora algumas estratégias diferentes se desenrolaram no meio do caminho, a proximidade entre alguns pilotos e a dificuldade para ultrapassar falou mais alto em vários momentos da prova. Pelo segundo ano consecutivo sem o Safety Car, os times foram de modo geral mais conservadores.

“Quanto à corrida, tivemos mais uma confirmação de que a geração atual de carros atingiu um nível de desenvolvimento tão sofisticado que ultrapassar é realmente complicado, especialmente em uma pista como Singapura, que, por sua própria natureza, não torna essa tarefa fácil. Além disso, as equipes e os pilotos se tornaram cada vez mais hábeis na gestão dos pneus, a ponto de termos visto trechos de 50 voltas com o médio e 38 com o macio. Para ser sincero, mesmo se tivéssemos trazido um composto teórico C8 para cá, não teria feito muita diferença no desenrolar da corrida!”, comentou Mario Isola, diretor de automobilismo da Pirelli.

“Esta noite, como esperávamos, os três compostos estavam competitivos. Na largada, o macio se mostrou uma escolha interessante, em parte devido à chuva que caiu pouco antes dos carros entrarem no grid, após o que se mostrou muito rápido, como demonstrado por Hamilton e Sainz enquanto lutavam para recuperar o fôlego. No geral, o médio ofereceu o melhor equilíbrio entre consistência e desempenho, mas o duro também apresentou bom desempenho.”

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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