Ainda em tempo de comentar o GP da Austrália de 2024, a corrida que tem tendência de ser caótica contou com vitória de Carlos Sainz e abandono de Max Verstappen. A conquista do espanhol foi bem marcante, principalmente por marcar o seu retorno após uma cirurgia.
Sainz ficou de fora do GP da Arábia Saudita por conta de uma apendicite, 16 dias depois estava ganhando uma prova na Fórmula 1.
A terceira rodada da temporada foi marcada por uma dobradinha da Ferrari. Sainz conseguiu mais uma vez quebrar uma sequência de vitórias da Red Bull, repetindo o feito do GP de Singapura de 2024.
Verstappen não completou a prova por um problema nos freios. Quando as luzes vermelhas se apagaram para dar início à prova no Circuito Albert Park, Verstappen já sentiu que tinha algo errado com o carro. O freio traseiro ficou travado, logo eles superaqueceram e um incêndio foi observado. Mesmo passando pelos boxes o problema era muito mais difícil de ser resolvido e o holandês abandonou.
Sainz que realizou a ultrapassagem em Verstappen na segunda volta, tentou controlar a dianteira, para estabelecer uma distância segura para Lando Norris e Charles Leclerc.
- Neste fim de semana a Pirelli optou por fornecer a gama mais macia de pneus, diferente da escolha definida para as duas primeiras corridas da temporada.
- A ideia era ampliar as estratégias e até mesmo possibilitar uma troca adicional de pneus, já que na prova anterior os competidores completaram cerca de 50 voltas com o composto duro;
- A manobra surtiu efeito e todos os pneus escolhidos foram utilizados pelo grid.
- Na largada 14 competidores optaram pelos pneus médios, apenas Zhou Guanyu (pit-lane), Lewis Hamilton e Daniel Ricciardo apostaram nos pneus macios para a largada. Fernando Alonso e Nico Hülkenberg começaram a corrida com os pneus duros.
- A estratégia de duas paradas foi a mais popular no grid, como era esperado pela Pirelli e até traçado pela fornecedora de compostos, a combinação média – duro – duro era a melhor combinação para a prova.
- O que realmente teve uma variação foi o momento de seguir para os boxes e realizar a substituição dos compostos no primeiro stint realizado, já que alguns pilotos recorreram aos boxes muito cedo. Como foi o caso de Ricciardo, Alonso, Zhou, Magnussen e Hamilton. Depois que esses pilotos seguiram para os boxes, desencadeou um agito nos boxes.
- O vencedor da corrida realizou duas paradas, mas Carlos Sainz permaneceu mais tempo em pista com os pneus médios, completando 16 voltas com o composto.
- As duas paradas contribuíram para dar uma movimentação para a prova, mas provocando algumas movimentações. No entanto, o destaque da temporada até o momento é a falta de competitividade no meio do pelotão, atrapalhando um pouco a dinâmica das provas.
Charles Leclerc que concluiu a corrida ocupando a segunda posição, parou mais cedo que Lando Norris, mas na mesma volta que Oscar Piastri. Por contar com um jogo de pneus duros novos antes que Noris, o monegasco conseguiu faturar a posição do piloto da McLaren.
No restante da prova, Leclerc administrou a sua diferença para os adversários, enquanto Norris tentava se aproximar do rival. A McLaren usou os dois pneus duros que ofereceu aos seus pilotos ao longo da corrida, enquanto a Ferrari conservou os compostos.
Os pneus duros ainda foram os protagonistas da prova, por conta da durabilidade que ofereciam, mas a segunda parada foi inevitável, principalmente para conservar o ritmo. Cerca de 80% da corrida foi realizada com este composto.
A prova foi um tanto tranquila, mesmo com o abandono de Max Verstappen e Lewis Hamilton, o Virtual Safety Car entrou em jogo. Não tivemos a presença do carro de segurança conforme a corrida foi avançado e esse era o maior temor de Sainz, já que seria necessário fazer mais esforço para conservar a ponta.
Na penúltima volta da prova George Russell cometeu um erro, induzido por conta da forma como Fernando Alonso realizou a frenagem. O piloto britânico bateu no muro de contenção, mas como a prova já estava no final, não tivemos a entrada do SC físico em pista.
Ao longo de todo o fim de semana foi observada a granulação dos pneus, mas o fenômeno diminuiu apesar de estar mais quente do que nos dias anteriores. Com a pista mais emborrachada, foi possível lidar melhor com os compostos.
Aqueles que completaram a corrida, fecharam a prova usando os pneus duros.
Alonso e Hülkenberg que largaram com os pneus duros, completaram o segundo stint com os pneus médios, antes de trabalhar com os pneus duros mais uma vez. Os dois pilotos estiveram dentro do Top-10. Com a abandono de Russell, Magnussen entrou na zona de pontuação, faturando mais um pontinho para a Haas no mundial de construtores.
Nenhum dos pilotos que largou com os pneus macios terminou nos pontos. Zhou e Valtteri Bottas enfrentaram problemas em suas paradas, comprometendo a corrida.
Ricciardo não teve um bom rendimento, passou parte da prova no fim do grid, mas deu uma avançada no final, para obter a décima segunda posição. Os pontos conquistados pela Racing Bulls na etapa foram faturados por Yuki Tsunoda, que largou entre os dez, mas também foi beneficiado por alguns abandonos, além da punição aplicada para Fernando Alonso que rendeu ao japonês o sétimo lugar.