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Pirelli abandona conceito Rainbow e adota a simplicidade de três cores

Após uma temporada utilizando o conceito Rainbow, onde a Pirelli dividiu os seus compostos em superduro (faixa laranja), duro (faixa azul clara), médio (faixa branca), macio (faixa amarela), supermacio (faixa vermelha), ultramacio (faixa roxa) e hipermacio (faixa rosa). Além dos dois pneus para condições de chuva diferente.

Para a temporada de 2019 a Pirelli apresentou hoje (19) em um evento nos Estados Unidos a nova configuração, passando a utilizar apenas três cores para os seus pneus, branco, amarelo e vermelho, mas ainda promete diversificar nas gomas conforme as etapas forem ocorrendo.

Desta forma a fornecedora deixa para o público uma forma mais clara de se referir aos pneus, além de estabelecer que o branco vai ser sempre o mais duro, assim como o médio permanece sendo um intermediário, entre o composto mais macio. É como se o conceito Rainbow se fundisse em apenas estes três.

Opinião

Quando se trata da forma a que nós nos referimos aos pneus, desta maneira fica mais fácil na hora da nomenclatura já que as opções foram reduzidas, facilitando ao escrever textos e para quem faz a transmissão da categoria ao vivo.

No entanto vejo a forma de entendimento um pouco diferente, já que a Pirelli ainda vai diversificar na goma dos seus compostos e desta forma acredito ser mais complicado explicar para o público o quanto eles vão variar em cada prova.

Nesta temporada com o recurso das cores, o público já conseguia identificar qual era o mais veloz e foi se adaptando a diferença deles na pista e entendendo o seu desgaste, mas o que muitos as vezes desconhecem é que nem sempre aquela cor tinha a mesma espessura de goma o que já trazia uma modificação na pista, mesmo possuindo as mesmas cores da corrida anterior.

Pouco se fala sobre esse tipo de espessura, mas é o que muitas vezes determina as estratégias das equipes para a escolha dos pit-stops. Quando deixamos apenas três cores parece que eles vão ser sempre exatamente iguais, com o mesmo rendimento quando na verdade uma “coisinha” será alterada a cada etapa.

Acredito que o maior erro da Pirelli este ano foi não ter ousado mais. Mesmo os pneus sendo um pouco mais de maciez que os da temporada anterior, a fornecedora não ousou muito em suas escolhas e na maioria das disputas eles ficarem entre as gomas mais próximas, o que não oferece uma grande variedade na questão de estratégia. Se as equipes podiam investir em um pneu com mais durabilidade, colocavam ele e seguiam pelo maior tempo na pista.

A Pirelli poderia ter ousado pulando mais de uma faixa para fazer a composição do final de semana e até mesmo utilizado o pneu mais duro em alguma corrida, colocando os pneus muito mais macios juntos ao mesmo.

O complicado também é que na hora de escolher os compostos a serem utilizados os pilotos mesmo evitam os mais duros ou o “mais duro” do final de semana que acabava por servir apenas para poucas voltas ou algumas vezes utilizado somente na volta de instalação dos treinos livres. Talvez uma reestrutura nesta questão de escolha tivesse proporcionado uma melhor briga nos boxes e na pista.

A goma ou a composição dos pneus podem não ser algo atrativo para muitos, mas na hora dos resultados me parecem muito interessantes e eu vejo essa mudança como uma perda para o quesito informação do rendimento na pista.

Fonte: Pirelli
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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