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Para coibir irregularidades, FIA realizará inspeções aleatórias após o encerramento das corridas

Antes da temporada da Fórmula 1 começar, a FIA realiza uma inspeção nos carros para saber se os times estão cumprindo com as normas do novo regulamento, além de realizar as verificações de segurança.

No entanto, nesta temporada a FIA realizará novas inspeções técnicas nos carros após as provas deste ano, averiguando e garantindo que os times cumpram o regulamento. Eles já realizaram algumas verificações, com o encerramento das provas eles levam os carros para pesagem e uma serie de testes relacionados ao funcionamento da unidade de potência.

Mas no Bahrein, como conta o site Motorport.com alguns carros foram escolhidos para uma verificação mais profunda, a Red Bull de Sergio Pérez e a AlphaTauri de Yuki Tsunoda foram submetidos a uma avaliação de todas as dimensões, buscando alguma irregularidade. Nove carros foram escolhidos para uma verificação do óleo, amostras foram coletadas da Mercedes de Lewis Hamilton e da Red Bull de Max Verstappen. O W12 guiado pelo inglês também teve uma amostra de combustível coletada.

Mercedes de Lewis Hamilton no Bahrein – Foto: Daimler/Mercedes

Neste ano a FIA adota uma verificação aleatória para averiguar componentes e softwares utilizados pelos times.

Por conta da complexidade dos carros atuais é mais complicado realizar uma verificação muito minuciosa, mas todos os times acabam levantando suspeitas sobre os seus rivais, algo que o chefe de monopostos da FIA, Nikolas Tombazis afirmou.

“A razão para este processo é porque obviamente os carros estão se tornando cada vez mais complicados e muito difíceis de desmontar”, disse Tombazis.

“Todas as equipes desconfiam profundamente de seus concorrentes e pensam, bem, talvez a equipe X ou Y esteja fazendo algo. E tenho certeza de que talvez algumas coisas possam ter acontecido e nós não pegamos.”

“Às vezes, queríamos fazer um trabalho melhor e não tínhamos os recursos.”

Os times foram alertados que precisam ter engenheiros de plantão que possam sanar as dúvidas quando elas surgirem durante as inspeções. Não existem muitos momentos durante o fim de semana de corrida onde é possível realizar as inspeções. Mas depois da prova, caso seja necessário algum esclarecimento é importante os times tenham alguém disponível.

A medida não é por conta de uma suspeita sobre algo errado neste momento, mas é mais uma atenção dentro dos desenvolvimentos.

A FIA também alerta que com os sorteios aleatórios, ainda poderá escolher outro carro para a inspeção, principalmente se fazer muito tempo que ele não passa por ela.

“É claro que não esperamos encontrar algo errado, porque não queremos que as pessoas trapaceiem, é claro. Mas, na remota chance de que alguém estar trapaceando, gostaríamos que a equipe, ao iniciar a verificação, nos dissesse o outro carro é o mesmo, ou não é o mesmo.”

“Se tivermos alguma suspeita sobre algum carro, ainda podemos selecionar qualquer outro carro para fazer o mesmo, isso não muda nosso funcionamento normal de nenhuma maneira ou forma. Mas ser aleatório significa que pode teoricamente atingir todos os carros a qualquer momento e, portanto, se alguém tiver algo duvidoso, vai pensar duas vezes. ”

A utilização de uma medida que pode pegar qualquer carro para a inspeção dos mais variados tipos, pode inibir os times de dar uma trapaceada, pois a qualquer momento eles podem ser selecionados e se comprometer.

O procedimento de verificação

Kimi Raikkonen no GP do Bahrein – Foto: Alfa Romeo

O trabalho começa com a inspeção regular da FIA, onde eles vão fazer a pesagem e as verificações padrões. O processo começa com duas ou três pessoas e deve acabar com cinco ou seis, aumentando o padrão. Os mecânicos das equipes que já operam os carros vão desmontar eles.

“Não temos o conhecimento”, admite Tombazis. “Temos pelo menos duas pessoas em nossa equipe que são mecânicos experientes ou já foram mecânicos. E fizemos isso para ter esse nível mais alto de familiaridade com os carros.

Para as inspeções a FIA já saberá com antecedência os elementos que vão inspecionar naquele carro.

“Vamos dividir o carro em aproximadamente 20 áreas macro”, explica Tombazis. “E vamos selecionar duas ou três para verificar cuidadosamente a cada vez. Conforme construímos um pouco mais de confiança e nos certificamos de que podemos lidar com isso logisticamente, podemos aumentar isso, espero.”

Como já foi falado, o tempo é muito apertado no fim de semana, principalmente no domingo quando assim que a prova termina, os times já estão trabalhando para a desmontagem, já que precisam embarcar os equipamentos que vão para a próxima prova. O carro é a parte essencial. A FIA vai tentar fazer as inspeções o mais rápido possível, mas será necessário aguardar está verificação. Certamente na Europa eles vão lidar com uma urgência ainda maior, já que o tempo é muito mais apertado.

Em casos muito complexos, eles vão selar o equipamento para uma verificação posterior.

Sobre as verificações e complexidades, Tombazis explica: “As equipes devem declarar em seu limite de custo o estoque que usam. Claramente, um carro tem talvez 15 mil peças. Não podemos verificar as 15 mil peças. Mas se uma equipe disser que essas são as 15 mil peças que estão no meu carro, podemos verifique 50 componentes aleatórios e verifique se eles estão em sua lista e, mantendo a honestidade dessa forma.”

A Ferrari passou por uma inspeção e realizou um acordo com a FIA, a Federação foi muito criticada na época, principalmente por não deixar o acordo claro.  

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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