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Max Verstappen faz conjunto de pneus médios funcionar para vencer em Mônaco

Nem mesmo a chuva foi capaz de impedir a vitória de Verstappen. A Red Bull e o holandês contornaram a escolha da Aston Martin e Verstappen venceu a prova com 27 segundos de vantagem para Alonso

O GP de Mônaco foi disputado neste fim de semana e contou com mais uma vitória de Max Verstappen com a Red Bull. A previsão de chuva dominou as notícias pré-etapa, afirmando que no domingo (28) a prova seria disputada em pista molhada.

Instantes antes da corrida começar, o circuito de rua começou a ser dominado pelas nuvens, mas o começo da prova foi marcado pela pista seca. Os pilotos e equipes tiveram a oportunidade de escolher quais compostos utilizariam na largada. Inicialmente é esperado para Mônaco a realização de uma corrida com apenas uma parada e apenas a chuva poderia modificar o andamento da prova.

Durante os treinos livres os pilotos fizeram várias avaliações direcionadas a atestar a durabilidade dos pneus médios e duros no traçado. Enquanto os pneus macios não entravam na conta para a corrida, justamente pela durabilidade.

Pneus escolhidos para a largada do GP de Mônaco. A classificação foi extremamente importante novamente em Mônaco – Foto: reprodução

Dez pilotos começaram a prova com os pneus médios (C4 – faixa amarela): Max Verstappen, Esteban Ocon, Lewis Hamilton, Lando Norris, Nyck De Vries, Alexander Albon, Yuki Tsunoda, Sergio Pérez, Nico Hülkenberg e Logan Sargeant. Nove competidores apostaram nos pneus duros (C3 – faixa branca): Fernando Alondo, George Russell, Charles Leclerc, Pierre Gasly, Carlos Sainz, Oscar Piastri, Valtteri Bottas, Kevin Magnussen e Lance Stroll. Enquanto apenas Zhou Guanyu apostou nos pneus macios (C5 – faixa vermelha) para o início da corrida.

Ao longo da prova os times foram debatendo com os seus pilotos a possibilidade de a chuva aparecer durante as últimas voltas da corrida. Por volta do giro 50 os competidores começaram a lidar com a chuva em alguns pontos do traçado e existia aquela tensão sobre o momento ideal para instalar os compostos de chuva – e se isso seria necessário.

Bottas, Sargeant, Zhou e Albon foram um dos primeiros a arriscar com os pneus de chuva (intermediários – faixa verde) enquanto os outros competidores só deram mais atenção aos pneus para chuva na volta 54. Porém, mesmo aqueles que pararam antes não chegaram na zona de pontuação.

A prova virou um verdadeiro caos com as paradas que aconteciam, enquanto alguns competidores se arrastavam pelo traçado tentando encaminhar o carro aos boxes. Max Verstappen quase colocou tudo a perder, o piloto foi um dos competidores que precisou manter o controle enquanto guiava com pneus slick em pista molhada.

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Acreditava-se que Fernando Alonso que era um dos primeiros colocados, poderia ameaçar a Red Bull quando foi para os boxes na volta 54. Porém, a Alpine arriscou na utilização dos pneus médios, enquanto vários competidores já tinham instalado os pneus intermediários.

O espanhol afirma que mesmo em pista era difícil saber como seria a evolução da chuva, o time arriscou com os médios e não funcionou. Foi apenas o tempo de completar uma volta no traçado, que a situação de pista molhada começou a piorar e era necessário estar com os pneus intermediários instalados.

Mesmo a chuva não foi capaz de parar Max Verstappen, o holandês completou a corrida realizando apenas uma parada. O holandês fez os pneus médios resistirem por 53 voltas (quase a mesma duração de um pneu duro) e assim o piloto abandonou a utilização desses pneus, para usar o composto de chuva intermediário até o final da corrida. Verstappen cruzou a linha de chegada com mais de 27 segundos de vantagem para Alonso.

Os pneus da rodada

Estratégias trabalhadas durante o GP de Mônaco – Foto: reprodução Pirelli

Como era esperado, a classificação foi um ponto decisivo para a prova. Poucas ultrapassagens aconteceram, pois realmente era difícil encontrar um espaço no circuito, sem cometer algum tipo de erro. Esteban Ocon se beneficiou da punição aplicada para Charles Leclerc, com o piloto francês começando do terceiro lugar, ele fez o possível para se defender das investidas de Carlos Sainz no começo da prova e de Lewis Hamilton nas últimas voltas do traçado.

A corrida de Pérez foi prejudicada pela batida na classificação, nem mesmo a escolha estratégia da Red Bull na chuva colaborou para o piloto mexicano conquistar posições no grid. Pérez praticamente ficou testando pneus para a equipe e seu stint com os compostos de chuva extrema se mostrou bem complicado.

A Ferrari cometeu um novo erro na estratégia, se esquecendo que ao usar os pneus duros, deveria permanecer mais tempo em pista. O time afirma que estava tentando se defender da Mercedes, enquanto Carlos Sainz duelava com Esteban Ocon pelo pódio. Por fim, com a chuva, a Ferrari perdeu espaço para a dupla da Mercedes e Sainz saiu ainda mais no prejuízo, pois foi apenas o sétimo colocado, depois de começar a corrida no quarto lugar. O piloto ainda perdeu o controle do carro quando a pista estava molhada e foi ultrapassado pelo companheiro de equipe.

Os pneus que foram usados durante o GP de Mônaco – Foto: reprodução Pirelli

C4 (faixa amarela – médio): alguns pilotos que começaram a corrida com esses compostos, não seguiram o que era esperado pela Pirelli, como foi o caso de Max Verstappen. O piloto estendeu a sua permanência na pista até a volta 55, trocando os compostos apenas no momento que precisou instalar os pneus de chuva.

Em um momento da corrida, os pneus de Verstappen salientavam a degradação, mas existia um grande risco na parada do holandês. Se a Red Bull fizesse a troca antes de Fernando Alonso, Verstappen voltaria no tráfego, não apenas atras do espanhol, mas no meio dos competidores que tinham tomado volta dos líderes. A RBR foi adiando a troca, até que um momento melhor na pista surgiu.

A chuva também foi um ponto de atenção para o time. Depois que ela parou e o traçado ficou apenas úmido e foi começando a formar um trilho seco, Verstappen conversou com a equipe sobre a realização de outra parada, afinal, estabeleceu uma distância expressiva para Alonso. Mas o traçado não estava seco o suficiente para slicks e instalar um novo jogo de intermediários não fazia sentido.

C3 (faixa branca – duro): se os pneus médios operaram quase como os duros e tiveram boa durabilidade, o comentário sobre os compostos mais duros do fim de semana é semelhante.

Eles permitiram que vários pilotos realizassem a estratégia inversa e permanecendo mais tempo na pista era a certeza de parar mais próximo do final da prova e contar com compostos mais velozes no trecho final. A chuva caiu no final da corrida e obviamente a pista piorou, mas foi bom para Russell e Piastri que foram dos pneus duros direto para os intermediários, sem precisar passar pelos médios. A parada do piloto britânico da Mercedes, colaborou para o time alemão superar a dupla da Ferrari.

Os pneus duros usados por Fernando Alonso, ajudaram a complicar a vida da Red Bull, que não podia simplesmente para Verstappen quando desejavam. O jeito foi acompanhar a estratégia da Aston Martin para não prejudicar a corrida do holandês. Alonso é conhecido por conservar os pneus e dar trabalho aos adversários, o time mirava uma vitória em Mônaco por ser um traçado travado, mas a Red Bull se sobressaiu mais mais uma vez.

C5 (faixa vermelha – macios): apenas Zhou e Sargeant trabalharam com esses pneus durante a corrida. No caso do piloto da Alfa Romeo, ele completou apenas um giro no traçado com os pneus de faixa vermelha, pois rapidamente trocou para os pneus duros, eliminando logo no início da prova a obrigatoriedade de usar dois compostos.

No momento que a Alfa Romeo fez isso, era impossível confirmar que a chuva aparecia no final da prova, pois ela estava prevista para o começo da corrida e o clima tinha mudado. A ideia era Zhou permanecer mais tempo no traçado e tentar ganhar algumas posições, talvez até obter pontos, quando os outros competidores fossem aos boxes.

Sargeant concluiu a prova apenas na 18ª posição, foi uma corrida difícil para o piloto da Williams que praticamente usou todos os pneus do fim de semana, com exceção dos pneus de chuva extrema (faixa azul). O piloto norte-americano esteve envolvido em batidas no começo da corrida e teve um domingo bem complicado em Mônaco.

Intermediários (faixa verde): esses são ainda os antigos intermediários que precisam de manta termina. Para a situação que foi enfrenta em Mônaco, eles foram ideais, os pilotos conseguiram permanecer em pista e concluir a corrida, sem a prova precisar se encaminhar para bandeira vermelha.

A eficiência dos fiscais em Mônaco é notável, alguns acidentes aconteceram por conta de pneus frios, mas foram rapidamente solucionados. Quando a chuva não caia mais e os pilotos enfrentaram apenas a pista molhada, o spray foi reduzindo. Não existia margem para instalar os pneus slick outra vez.

Chuva extrema (faixa azul): os novos pneus de chuva extrema da Pirelli realizaram a sua estreia em Mônaco. Os compostos foram usados apenas por Sergio Pérez, Nico Hülkenberg e Kevin Magnussen. A quantidade de água que tinha na pista não era suficiente para eles operarem bem, além disso, o fato de não ter um aquecimento prévio, parece que dificultou ainda mais a vida dos pilotos que experimentaram o composto.

A chuva fez a temperatura do asfalto cair drasticamente de 41°C para 27°C, alterando o referencial dos pilotos.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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