Sarneyland, abril de 2018
Estou atrasado e já começo com um disclaimer, galera uma parada imprevista que envolve uma bateria de exames clínicos e laboratoriais e mais um TAF me tiraram completamente do rumo nas postagens referentes ao GP do Bahrain e, provavelmente, irão impactar o GP da China, então vou aproveitar e tentar abranger ambos aqui.
Bahrain, copo meio cheio u meio vazio de areia?
Um fim de semana dividido em decepção, alegria e dúvidas. Nós vimos e os donos da McLaren viram de perto que o MCL33 é uma boa base, mas apenas isso ainda, uma base ainda sem as prometidas evoluções.
Uma classificação pobre, um carro que não se encontrou numa pista com demanda média por downforce e que necessita de muita tração mecânica. É importante dizer que essas lacunas já vinham de outros projetos da McLaren nos últimos anos, é um fato que a filosofia com alto downforce (e drag) associada com o rake utilizado não veem facilitando a vida dos engenheiros de Woking em Sakhir.
Mais importante ainda é reavivar a memória de todos em relação aos anos anteriores. Em 2017, o melhor tempo da McLaren foi o 1min32.054s de Fernando Alonso, que apenas nos colocou na 15ª posição no grid. Em 2018, rodamos em 1min30.218s com Alonso e qualificamos em 13º. Uma evolução de apenas 1,832 segundos, mas que numa comparação direta com a Red Bull nos deixou 0,6s mais próximos deles (a Red Bull melhorou sua performance entre 17 e 18 em 1,147s).
Mesmo assim, após a Austrália, podemos afirmar que foi uma classificação abaixo do esperado e – o pior – com a Honda, agora na Toro Rosso, classificando-se à frente. Um tapa na cara? Numa análise da performance em corrida, podemos destacar que Alonso fez a 4ª volta mais rápida da prova (1min34,168s) atrás das duas Mercedes e da Haas de Romain Grosjean (que tinha pneus mais novos). Também destaco as velocidades máximas:
Speed Trap – Vandoorne: 322.1 Km/h (base de comparação: Vettel 321,9 Km/h e Bottas 333,4 Km/h).
Na corrida, uma aula de administração de Fernando Alonso e uma incrível recuperação de Stoffel Vandoorne (péssima larga e ótima estratégia) associados com um bom ritmo do MCL33 premiaram o time com pontos com ambos os carros pela primeira vez desde 2014. Com a Honda isso não havia acontecido ainda. E mais, o sétimo lugar do espanhol e o oitavo do belga deixaram a McLaren em terceiro lugar nos construtores. Circunstancial, uma vez que ambas Red Bull quebraram e uma Ferrari abandonou após um infeliz acidente durante a troca de pneus. Mas, de qualquer forma, um grande resultado.
Um detalhe, vi muito hype sobre o melhor resultado da Honda após seu retorno (4º lugar do fantástico Pierre Gasly), lembro aos amigos que num cenário de abandono de 3 dos 6 carros mais velozes, isso teria acontecido com a McLaren em 2016 (GP da Rússia, Mônaco ou Áustria). Ou seja, isso também foi circunstancial.
lll Will, o GP da China será melhor?
Gente, se a programação dos upgrades não tivesse sido impactada pelos problemas de confiabilidade que atravessamos em Barcelona, estaríamos com um MCL33B para a China. Infelizmente isso só acontecerá em Barcelona. Porém, tudo indica que as características da pista chinesa são mais adequadas ao nosso carro. Eu mantenho minha aposta em pontos.
O desafio da equipe de engenheiros é reduzir o drag sem perder downforce, assim poderíamos ter mais velocidade final sem perder a performance nas curvas de média e alta. Ficou claro que na corrida passada a equipe errou ao apostar num acerto com excesso de downforce.
O bom trato nos pneus parece ser uma vantagem do 33 e isso será importante nos primeiros stintsque provavelmente serão com pneus ultramacios.
Fonte: Mumtalakat viu e nós também!