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PAPAYA BP: Cheiro de Gasolina no Ar – Testes de Barcelona (avaliação das Voltas Lançadas)

| Por: Will Mesquista –

lll PAPAYA BP: Cheiro de Gasolina no Ar – Testes de Barcelona (avaliação das Voltas Lançadas)

Sarneyland, março de 2019.

Nós nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos escutando que não devemos levar os testes de inverno a sério e que apenas no Q3 de Melbourne saberemos quem tem carro competitivo para a temporada. A questão é que nós nunca demos ouvidos a isso e sempre ficamos ansiosos pelos testes e desesperados para extrair quaisquer informações que nos ajudem a antecipar glória ou sofrimento para mais uma temporada.

Fonte: BP Press

De antemão, já digo que esse é um post clubista e focado na McLaren sendo possivelmente enviesado e contaminado por otimismo Papaya.Sinto muito, é mais forte que eu.

lll Voltas Lançadas

Para analisar as voltas lançadas, utilizamos os seguintes deltas entre os compostos Pirelli 2019 para a pista de Barcelona: C5 – C4 (+0,3s), C4 – C3 (+0,6s), C3 – C2 (+0,9s), C2 – C1 (+1,0s). Esses valores diferem dos fornecidos pela própria Pirelli.

Na prática, o que vimos na primeira semana foi resultado direto do entendimento dos projetos colocados em pista por cada equipe e como isso impactou nos programas de cada uma. Equipes com projetos mais maduros, como Ferrari e Mercedes se deram ao luxo de focar na avaliação das opções de pneus (com a Mercedes usando os pneus C1, C2 e C3 quase em todos os stints). A McLaren com um projeto disruptivo em relação ao MCL33, precisou de mais tempo para avaliar a capacidade do carro com especificação básica de responder às mudanças de acerto (Sainz ficou muito feliz com as respostas do MCL34) e também precisou focar na avaliação de correlação entre túnel de vento e pista. Também houve teste de algumas peças, principalmente um outro assoalho. Dentre os outros times, destaque para a relativamente boa quilometragem da Red Bull em seu primeiro ano de relação com a Honda.

Todos as voltas lançadas utilizadas para nossa avaliação da velocidade pura de cada equipe foi obtida na segunda semana. Exceto Red Bull (6º dia) e McLaren (7º dia), todas as demais equipes obtiveram seus melhores tempos no último dia de testes.

Equipe Tempo (conversão C5) Diferença
Ferrari 1min 16,2s
Mercedes 1min 16,2s +0,0s
Red Bull 1min 16,6s +0,4s
Renault 1min 16,8s +0,6s
McLaren 1min 16,8s +0,6s
Toro Rosso 1min 16,9s +0,7s
Haas 1min 17,1s +0,9s
Alfa Romeo 1min 17,2s +1,0s
Racing Point 1min 17,6s +1,4s
Williams 1min 18,1s +1,9s

lll Ressalvas

Entre Ferrari e Mercedes, a primeira sempre trabalhou com voltas lançadas na parte da manhã em praticamente todos os dias, já entre os alemães essa verificação foi foco apenas no oitavo dia. Minha aposta é uma Ferrari mais próxima da pole em Melbourne.

A Red Bull obteve seu melhor tempo com pneu C3 (1min 17,7s) que virou 1min 16,6s na nossa conversão (pneu + combustível), considerando as possíveis variações, eles podem estar ainda mais próximos de Ferrari e Mercedes.

Renault e McLaren possuem designs parecidos e motores iguais, a maior experiência dos pilotos do time francês, entretanto, me faz apostar em leve superioridade para Ricciardo e Hulkenberg.

A Toro Rosso, a Haas e a Alfa Romeo começaram a primeira semana como fortes candidatas a liderar o pelotão intermediário, entretanto tiveram a performance limitada na segunda semana e não mostraram velocidade pura no nível de algumas de suas simulações de long run, como veremos adiante. Não podemos descartar a evolução rápida da Racing Point, notadamente eficiente em produzir carros que aceitam evoluções rápidas durante a temporada.

Ainda longe dos adversários, está a Williams. Atraso no projeto traduzido em atraso no programa, talvez esteja mais próxima da briga após usar os treinos livres de Melbourne como complemento dos testes de inverno.

lll McLaren

De tudo que observamos na análise das voltas lançadas, a melhor notícia é que o problema de excesso de drag foi resolvido. Obtivemos ótimos resultados no S1 e nos speed traps, estando sempre entre os melhores nesse quesito. O carro ainda está ‘cru’, e há necessidade resolver uma tendência ao understeer principalmente em curvas de baixa. Aguardemos novas evoluções do pacote aerodinâmico e a natural evolução do acerto que virá com mais tempo de pista com o MCL34.

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