Chris Amon não entrou para a história da Fórmula 1 por ter conquistado títulos mundiais. Falecido ontem aos 73 anos após perder uma dura batalha contra o câncer, o neozelandês (que competiu na mesma época de Bruce McLaren) ficou famoso por ter sido um dos pilotos mais “azarados” da história da categoria.
Rápido e talentoso, Amon participou de 14 temporadas e largou em 96 GPs, marcando 5 pole-positions e subindo ao pódio em 11 ocasiões, mas nunca conquistou uma vitória. O grande feito de sua carreira foi ter vencido as 24 Horas de Le Mans de 1966, que lhe rendeu um convite para defender a Ferrari. Um ano depois, quando competia pela Ensign, Amon se recusou a seguir correndo o GP da Alemanha após o violento acidente de Niki Lauda e acabou sendo demitido.
Assim como o neozelandês, outros colegas de profissão ficaram marcados pela desproporção entre as qualidades de pilotagem e a falta de resultados expressivos ocasionados pela falta de sorte ou oportunismo. Separamos a seguir outros sete casos semelhantes.
Andrea de Cesaris
Maldosamente apelidado por alguns como “De Crasheris” (em alusão aos vários acidentes no qual se envolvia), o italiano trapalhão participou de 208 corridas e abandonou 148 delas, subindo ao pódio em apenas cinco ocasiões. Apesar de rápido e com ocasionais bons resultados por equipes quase sempre precárias, até hoje é o recordista de número de corridas disputadas sem vitória.
Jean Alesi
Mesmo competindo ao lado de lendas como Ayrton Senna, Alain Prost e Nigel Mansell, Jean Alesi conseguiu fazer seu nome famoso. Participou de 201 GPs e venceu apenas uma corrida (GP do Canadá), mas permaneceu na F-1 de 1989 a 2001, passando por times de expressão. Em 1991, o francês realizou um dos seus sonhos ao ignorar um convite da Williams para assinar com a Ferrari. A escolha, porém, não foi tão inteligente, já que, enquanto o time de Maranello só voltaria a ser campeã em 1999, a Williams dominou a categoria conquistando o tricampeonato entre 1992 e 1994.
Stirling Moss
Uma das maiores lendas da história da F-1, Sir Stirling Moss era incontestavelmente habilidoso, mas nunca aproveitou a chance de ser campeão mundial. Nos 10 anos em que esteve na F-1, Moss foi vice-campeão por quatro vezes consecutivas. Além de ter sido derrotado duas vezes por Juan Manuel Fangio, Stirling viu o título escapar na quarta tentativa por apenas um ponto.
Martin Brundle
Grande rival (e desafeto) de Ayrton Senna nos tempos de Fórmula 3 inglesa, Martin defendeu equipes de peso como Williams, Brabham, Benetton e McLaren. Com 158 largadas no currículo, o britânico marcou 98 pontos, 9 pódios e 0 vitórias. Atualmente é um dos comentaristas de automobilismo mais respeitados da Europa.
Nick Heidfeld
Revelado pela Sauber no começo dos anos 2000, o alemão é o vice-campeão na nada honrosa lista de pilotos que mais correram sem conquistar uma vitória. Campeão da Fórmula 3000 em 1999, Nick subiu ao pódio em 13 ocasiões, vivendo o auge de sua carreira quando defendia a BMW Sauber. Mesmo sem vitórias, Heidfeld esteve na categoria entre 2000 e 2011.
Helmut Marko
Atual responsável pelo programa de jovens talentos da Red Bull, Marko teve uma curta trajetória na Fórmula 1 em meados dos anos 70. O austríaco disputou apenas nove provas antes de sua carreira ter sido abreviada precocemente por causa de uma pedra. O objeto, atirado acidentalmente pelo carro que estava a sua frente, acertou em cheio a viseira de Marko, deixando-o cego do olho esquerdo.
Derek Warwick
Após colecionar bons resultados em equipes pequenas, o talentoso Warwick foi contratado pela Renault em 1984, mas decepcionou com apenas dois segundos lugares na temporada. Com a saída da marca francesa da categoria no ano seguinte, Derek teve a chance de sua vida quando recebeu um convite da Lotus. Os planos do inglês, no entanto, foram por água abaixo quando Ayrton Senna “vetou” sua contratação por acreditar que a equipe não teria estrutura para abrigar dois pilotos de ponta sob o mesmo teto – e, claro, para evitar concorrência interna. A tão sonhada oportunidade de defender a Lotus viria apenas em 1990, mas Derek terminou o campeonato em uma discreta 14ª colocação, marcando apenas 3 pontos. O inglês deixou a F-1 em 1993.
Fonte: quatrorodas.abril.com.br/os-8-pilotos-mais-azarados-da-historia-da-f-1