Escolhas determinam o caminho e claro que no automobilismo isso fica mais evidente. São as equipes de base que influenciam o caminho para o acento que os pilotos vão ter disponíveis lá na frente. Outra coisa que ajuda a apontar esta direção, são as próprias escolhas que os pilotos fazem dentro da categoria.
Após a saída de Sebastian Vettel da Ferrari, os nomes de Carlos Sainz e de Daniel Ricciardo ficaram em evidência, obviamente pelas escolhas que eles fizeram no passado. O australiano foi o primeiro nome em especulação, principalmente por ter ido para a Renault e não ter encontrado a performance esperada no time, por possuir 29 pódios, 7 vitórias, 13 melhores voltas e 3 poles em 171 GPs na conta, era realmente o favorito do público para a vaga.
Mas nos bastidores, a Ferrari tinha uma opinião diferente… Carlos Sainz deu o máximo dele na McLaren, trocou toda a sua vida para integrar a equipe e buscar o melhor resultado. O espanhol foi morar próximo da fábrica para poder se habituar ao time. Em questão de companheiro de equipe, Lando Norris era o companheiro a ser batido, mas a convivência saudável com ele estimulou todo o time durante o ano. Este é o conjunto que somou pontos ao Sainz e lhe rendeu o único pódio da carreira no GP do Brasil de 2019 o que quebrou um longo jejum da equipe inglesa.
Amigo Lando! It’s been such a pleasure to work with you my muppet friend 😉😉. Cant wait to keep pushing on and off track, and, of course keep having fun and ejoying our sport! https://t.co/UHITsdkvB1
— Carlos Sainz (@Carlossainz55) May 14, 2020
Não que Ricciardo não seja comprometido, longe disso! Mas detalhes fizeram a diferença no instante da escolha, Sainz é rápido, consistente e obteve o sexto lugar no campeonato de 2019, o que leva ele a ser o melhor no pelotão intermediário, carro, piloto e hábitos foram determinantes para este fator. Agora – em 2021 – Sainz precisa se estabelecer para conquistar vitórias e a “folga” não deve surgir para o lado de Leclerc, afinal até onde sabemos a oportunidade será igual para os dois.
Sobre Daniel Ricciardo na McLaren, já era um desejo da equipe ter o australiano no time. A equipe também acredita no potencial do piloto e em todos os números já obtidos até o momento. A equipe de Woking não escondeu o desejo pela contratação do australiano, pois está buscando retornar ao lugar mais alto do pódio e claro que alguém com experiência conta neste momento.
Ricciado não estava errado quando aceitou a proposta da Renault, naquele momento ela parecia o caminho mais seguro, mas com o final da temporada e as novidades do motor Mercedes em parceria com a McLaren, esse conjunto deve alavancar o time em 2021. Parece que ambos escolheram um ótimo caminho para trilhar no próximo ano.
E Sebastian Vettel…
Não é possível falar que Vettel é um cara sem princípios, conquistar quatro títulos não é para muitos, ter o melhor carro do grid não é garantia de títulos e isso vemos com Mark Webber e Valtteri Bottas.
Ter ido para a Ferrari não foi uma decisão ruim, defender o time mais tradicional da Fórmula 1 é o desejo de vários daqueles pilotos do grid, mas a oportunidade não aparece para muitos. Vettel tentou de todas as formas seguir o caminho do ídolo Michael Schumacher, mas não foi possível, ele cometeu erros? Sim! Mas a equipe nem sempre forneceu o melhor carro e até mesmo o que mais casaria com o seu estilo de pilotagem – algo bem conhecido na F1.
Correr na categoria envolve um trabalho de equipe, a Mercedes só é o que é hoje pelos ajustes que fez, procurando ter o melhor time do grid. Agora com as vagas da McLaren e Ferrari preenchidas, a mais atrativa é a da Mercedes, no entanto ainda pouco se fala sobre isso.
Com a declaração de Vettel sobre ter revisto as suas prioridades, neste primeiro momento não parece que ele estará no grid de 2021 – espero estar errada – assim como temos conhecimento sobre o seu estilo de pilotagem, Vettel também é conhecido por ser um cara família.
Passando esse tempo em casa, aproveitando os filhos e realizando atividades que com a temporada normal da F1 não permite conciliar, não é muito difícil ver caras como ele e Raikkonen escolhendo parar.
A permanência de Raikkonen só parece palpável se não tivermos provas realizadas este ano, pois sem pontos para a superlicença, não seria possível subir pilotos da base da academia Ferrari.
O que deve entristecer muitas pessoas é o fato de não poder se despedir de Vettel, pois mesmo com corridas sendo realizadas com os portões fechamos, os fãs do alemão não vão poder agradecer mais uma vez pelos seus feitos em pista ainda em atividade. Algo que deve ser semelhante aos fãs do finlandês.
Não é a situação mais adequada para um tetracampeão e até mesmo para a categoria. O mais relevante seria permanecer em uma equipe de ponta, disputando novas outras corridas e com chance de conquistar um novo título. Se a proposta da Mercedes surgir, esperamos que ele agarre a oportunidade e de aos fãs a possibilidade de ver os melhores juntos em uma mesma equipe. Quem disse que rever prioridades é algo que só acontece uma vez?