Tenho quase certeza de que gostei mais da primeira temporada, acredito que o fator surpresa foi algo que contribuiu para esta conclusão. No meu ponto de vista não existia expectativa sobre o que seria abordado, mas a possibilidade de uma perspectiva diferente para mostrar a Fórmula 1 foi algo que me fascinou quando fiquei sabendo sobre a série que estava sendo produzida e mostraria o campeonato de 2018.
Durante a primeira temporada, os telespectadores não sabiam o que esperar e foram surpreendidos com uma super produção, envolvendo som, luzes e velocidade. Os pilotos, seus chefes de equipe e familiares se tornaram personagens e assim mergulhamos em algo que não tinha sido mostrado antes, estávamos “limitados” as imagens que a categoria queria mostrar e com a Netflix descobrimos o que queríamos ver.
A qualidade não caiu, a produtora aprendeu a olhar para a categoria de outra forma, principalmente sabendo explorar o que a Fórmula 1 e as equipes não mostravam. O outro lado, foi absorver o que os fãs gostariam de ver, não é atoa que a Haas voltou a ganhar destaque com o chefe de equipe Guenther Steiner; o italiano passou a ser parado no paddock, por conta de tamanho o destaque que recebeu na primeira temporada.
Sinto que a propaganda em torno de Ferrari e Mercedes não foi exatamente justa, pois muitos personagens principais foram abordados novamente como Daniel Ricciardo, Christian Horner, Guenther Steiner e por consequência, Renault, Red Bull e Haas. A equipe francesa tem quase dois episódios, durante uma temporada com 10 eps, enquanto os italianos e alemães estão misturados em outras narrativas.
Meus pensamentos voaram quando pensei sobre a série e o que eu gostaria de ver, desta forma acredito que não “saboreie” ela como achei que fosse. Contínuo gostando dos recursos de pós produção e de adentrar na vida dos pilotos e seus conflitos internos, mas parece que faltou algo a mais.
Destaques…
Gostaria de destacar o recurso de uma abordagem mais suavizada para temas como a morte de Nick Lauda e Anthoine Hubert, os fãs mais sensíveis devem ter se emocionado neste momento e como me encaixo neles, fiquei abalada pois recordei o momento em que escrevia aqueles textos.
O drama da Williams mostrou de perto os problemas da equipe e como foi ficar dois dias e meio fora dos testes de pré-temporada, a relação de Claire Williams e Paddy Lowe já se mostrava abalada, enquanto o carro era montado nos boxes de Barcelona. A posição de chefe de equipe envolveu ainda mais Claire neste último ano e é difícil dar o suporte necessário quando se está abalada.
A história de Pierre Gasly e Alexander Albon também merecem destaque, afinal a vida deles mudou completamente após a volta das férias. Os comentários de Horner fazem provocar um misto de raiva e desapontamento, no entanto algo ainda martela no subconsciente tentando trazer para a superfície o fato da Fórmula 1 ser uma competição.
E para concluir o GP do Brasil ganhou praticamente um episódio exclusivo, outros ângulos das disputas foram mostrados, além das festas particulares para Gasly e Carlos Sainz. Acredito que feitos como esses ficam na memória, mas quando acontecem na pista desafiadora de Interlagos, outros sentimentos são aflorados.
A série documental com a chegada da segunda temporada, marca o momento de expansão da categoria, ela abre os portões convidado outras pessoas a matar a curiosidade sobre a Fórmula 1. Sua importância está quando ela ultrapassou o esporte, mostrando pessoas reais e seus desafios.
Apesar de gostar mais da primeira temporada pelo fato descoberta é bom reviver as provas com outro olhar e claro a corrida em casa.
*A opinião do texto não representa todos os colunistas deste site.