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BPBEATS 20 | O Talento do Piloto Milionário

BPBeats é uma produção da dupla que não é sertaneja, contudo é a prova que panela velha faz comida boa sim, Carlos Eduardo Valesi que já era residente fixo do BP em conjunto com Ricardo Bunnyman peça única da podosfera tupiniquim que foi recentemente adquirido em um leilão beneficente e por uma força do destino do qual nem os búzios, nem os zodíacos e muito menos os físicos teóricos da Magrathea poderiam prever que o encontro desses dois surgiria uma série tão empolgante e digna das melhores revistas do ramo musical tal qual como Rolling Stones e da saudosa MTV, apreciem sem moderação.

lll RBS – Ricardo Bunnyman Soares: E a bandeira verde tremula atrás de 20 carros ansiosos para liberarem potência mais do que suficiente para quebrar a inércia e saltarem no sentido da curva 1 deixando os adversários para trás.

lll RBS: Aí vem aquele “orelha seca”, “sem noção”, “o maluco da primeira volta”, “o piloto pagante” e acaba com dias de preparo e muitos euros se desfazem em pedaços de fibra de carbono.

lll RBS: Todos descem a lenha. Se for Romain Grosjean, tem mecânico fazendo aposta. Se for Lance Stroll, o papai pagou pelo carro porrado.

lll RBS: O que é se tornou a Fórmula 1? Ela se tornou ou sempre foi um jogo de quem tem mais dinheiro?

lll CEV – Carlos Eduardo Valesi: A gênese das disputas automobilísticas é uma competição entre endinheirados. No pós-guerra, naquele GP de Silverstone de 1950, começou a era “esportiva” da F1, de uma maneira “semi-amadora”. Nos 50 anos anteriores, só quem participava de corridas era quem tinha muito dinheiro para gastar, ou um bom mecenas em quem confiar.

lll RBS: Eu acredito que o dinheiro tem sido mais necessário a cada ano que passa mas sempre foi um diferencial, principalmente após a saída das empresas de tabaco.

lll CEV: Quando a FIA assumiu o controle, na década de 50, e incluiu as 500 milhas de Indianápolis para dar um ar mais “mundial” a uma disputa entre europeus, algumas marcas começaram timidamente a surgir pintadas nas latarias dos carros. A princípio, o produto anunciado era o próprio carro: Mercedes, Alfa, Ferrari, Maserati. Mas a economia em frangalhos não permitia extravagâncias, e a maioria dos pilotos tinha que tirar do próprio bolso para correr. Assim como esse cara entrou na Sun Records e pagou para gravar uma música e dar o disquinho de presente para a mamãe:

lll CEV: Vieram os anos 60 e alguns garagistas europeus tentavam, timidamente, fazer parte da brincadeira. Mas ainda não era o tempo de brilhar.

lll RBS: Na música, grana também move grandes hits. Não é muito diferente quando se fala no jabá pago para rádios executarem músicas. O que explicaria o sucesso desses caras?

lll CEV: Talvez o fato de serem a maior banda do mundo e uma das maiores da Inglaterra. Ninguém em Liverpool jamais tocou melhor que esses caras.

lll CEV: Quem assistiu ao filme Rush (e, se você não viu ainda, pare de ler agora e vá lá fazer isso, caraca!) sabe que os dois rivais que dominaram a meiúca dos anos 70 eram pagantes: Niki Lauda teve que fazer um empréstimo no banco para conseguir a vaga, e James Hunt contava com o patrocínio do parça de festa, lorde Hesketh, para alcançar a fama.

lll RBS: É fato que fenômenos acontecem mesmo, mas é necessário aquele “empurrãozinho”. Até Fernando Alonso pegou verba do banco depois de passar pela companhia telefônica espanhola.

lll CEV: Essa é uma questão interessante, Bunnyman. Não podemos concordar nem discordar que trazer um patrocínio monstro é uma forma de pagar por sua vaga. Schumacher tinha todo o apoio da Mercedes (que pagou uma nota para ele participar daquele primeiro GP em Spa), e Senna trouxe consigo um caminhão de dinheiro do Banco Nacional para sentar na Toleman, só para citar dois que vão fazer almas mais pobres esquecer tudo que foi aqui escrito e ficarem discutindo eternamente.

lll RBS: Todo piloto é pagante. Uns procuram e outros são procurados, mas patrocínios são primordiais para o andamento da carreira de um piloto.

lll CEV: Afinal, com dinheiro, dá até pra comprar um time de futebol.

lll RBS: Mas como se permite que alguns usem um lugar tão cobiçado, onde supostamente só os melhores deveriam estar disputando?

lll RBS: O sueco Marcus Ericsson ficou de 2014 a 2018 na Fórmula 1 vindo de resultados medíocres nas categorias de base e alguns brilharecos e foi ofuscado definitivamente por Charles Leclerc no seu último ano.

lll RBS: E falando em Suécia, o Abba talvez seja a banda mais conhecida mundialmente de lá, mas só para azucrinar o Valesi, queria que você se lembrasse disso, querido leitor.

lll CEV: O Bunnyman faz isso porque sabe que eu me obrigo a ouvir todas as músicas que ele escolhe para as colunas. Mas vou contra-atacar lembrando de Robert Doornbos, piloto holandês que entrou na Jordan depois que o dinheiro de Giorgio Pantano acabou e depois foi para a Minardi em 2005, aproveitando-se de que a fonte de Patrick Friesacher também secou. Doornbos era holandês, da mesma maneira que esses caras aqui:

lll RBS: E aí a gente vê pessoas falando que piloto pagante é atraso de vida. Nem todos! Me lembro perfeitamente das primeiras corridas sem Pastor Maldonado. Muito triste não ter o fator surpresa que só ele nos dava. Relembre a história desse mito do crash test nessa edição do Boteco F1 narrado por nosso onipresente Fernando Campos.

https://www.youtube.com/watch?v=s-hDMZPoY0k

lll RBS: E tem o inverso também! Equipe que paga para levar pau! Uma delas foi a Hispania que começou trocando de mãos e nome antes mesmo de estrear.

lll RBS: E aqueles que pagam por um sonho? Aguri Suzuki queria um time 100% japonês e bancou Yuji Ide. Em um texto fabuloso que o Valesi escreveu, podemos ver todo o embasamento para que ele fosse bração mesmo!

O pior piloto da história

lll CEV: Obrigado pelo fabuloso, mas foi exagerado. Acho que em resumo podemos concordar que ter dinheiro é fundamental para se chegar à Fórmula 1 (embora hoje em dia existam caminhos que podem ser trilhados sem ter a conta bancária recheada, como os programas de jovens pilotos das equipes), mas apenas ser rico não te leva além da metade de trás do pelotão, e dinheiro um dia acaba. Ainda é a perícia que faz a distinção entre um LeClerc e um Scott Speed, e os times precisam se lembrar disso.

lll RBS: Afinal, dinheiro faz a diferença entre ter um Esteban Ocon ou um Stroll no grid.

lll BPBeats é uma produção da dupla que não é sertaneja, contudo é a prova que panela velha faz comida boa sim, Carlos Eduardo Valesi que já era residente fixo do BP em conjunto com Ricardo Bunnyman peça única da podosfera tupiniquim que foi recentemente adquirido em um leilão beneficente e por uma força do destino do qual nem os búzios, nem os zodíacos e muito menos os físicos teóricos da Magrathea poderiam prever que o encontro desses dois surgiria uma série tão empolgante e digna das melhores revistas do ramo musical tal qual como Rolling Stones e da saudosa MTV, apreciem sem moderação.

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BPBeats é uma produção da dupla que não é sertaneja, contudo é a prova que panela velha faz comida boa sim, Carlos Eduardo Valesi que já era residente fixo do BP em conjunto com Ricardo Bunnyman peça única da podosfera tupiniquim que foi recentemente adquirido em um leilão beneficente e por uma força do destino do qual nem os búzios, nem os zodíacos e muito menos os físicos teóricos da Magrathea poderiam prever que o encontro desses dois surgiria uma série tão empolgante e digna das melhores revistas do ramo musical tal qual como Rolling Stones e da saudosa MTV, apreciem sem moderação.

Carlos Eduardo Valesi

Velho demais para ter a pretensão de ser levado a sério, Valesi segue a Fórmula 1 desde 1987, mas sabe que isso não significa p* nenhuma pois desde meados da década de 90 vê as corridas acompanhado pelo seu amigo Jack Daniels. Ferrarista fanático, jura (embora não acredite) que isto não influencia na sua opinião de que Schumacher foi o melhor de todos, o que obviamente já o colocou em confusão. Encontrado facilmente no Setor A de Interlagos e na sua conta no Tweeter @cevalesi, mas não vai aceitar sua solicitação nas outras redes sociais porque também não é assim tão fácil. Paga no máximo 40 mangos numa foto do Button cometendo um crime.

Ricardo Bunnyman

Ricardo Bunnyman tinha o sonho de ter uma loja de discos que também vendesse HQ's mas virou profissional de TI mesmo tendo cursado psicologia. Como ser músico e/ou DJ não foi possível, se diverte como host do AutoRadio Podcast e fundou o OsKarteiro para que pudesse andar de kart mensalmente com os camaradas.

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