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O fim de uma dinastia e a nova era, DE NOVO

Mesmo que você seja um fã inveterado de Lewis Hamilton ou da Mercedes, é difícil discordar que a dinastia da equipe alemã trouxe contornos muito previsíveis para as temporadas anteriores. Desde 2014, quando a categoria abraçou a “Era Híbrida”, a hegemonia das flechas de prata/pretas afetou o interesse de novos fãs. Sem falar em autoridades no assunto, como Tony Kanaan, que – referindo-se à temporada em que Nico bateu Lewis, em 2016 – disse, “Hamilton foi vice em um Mundial de dois carros”. Até no ano passado, quando o controverso GP de Abu Dhabi coroou Max Verstappen, Toto Wolf ficou novamente com o título de construtores. 8 títulos consecutivos. Oito.

Mas se, em 2021, ficamos com impressão de que a Dinastia estava no fim… 2022 pode colocar uma pedra definitiva nessa soberania.

Mudanças de regras acontecem todos os anos na F1. A maior parte, pequenos ajustes para aumentar a segurança ou equilibrar o pelotão. Entretanto, de tempos em tempos, um furacão sacode a categoria com mudanças abruptas que alteram quase totalmente os carros – por fora e, principalmente, por dentro.

Partindo do pressuposto de que você, leitor, deva estar por dentro do efeito porpoising, das questões com pneus e aderência… e, mesmo levando em conta os blefes que boa parte das equipes faz na pré-temporada, parece claro que George e Lewis não estão pilotando o melhor carro do grid. Ao menos, até agora.

Se eles vão se dar mal como a Red Bull de 2014 (pós-tetracampeonato de Sebastian Vettel) ou como a Ferrari de 2005 (pós-pentacampeonato de Michael Schumacher) ainda não sabemos. Os novos carros trouxeram muito mais perguntas que respostas, principalmente no Bahrein. Porém, a impressão que tenho é que a Mercedes está atrasada. O porpoising ok. Mas e o assoalho raspando nas curvas? Até aqui, o desempenho em curvas mais lentas e nas retas deixa a desejar. A impressão é de que o W13 é arredio, instável. Difícil de ajustar.

A Mercedes explorou várias peças ao longo da pré-temporada e ainda apresentou um carro completamente daquele usado em Barcelona – Foto: reprodução

E isso pode ser o melhor acontecimento da década para o fã de Fórmula 1.

Como Martin Brundle, acredito que Sir Lewis Larbalestier Hamilton vai voltar com tudo, “será uma força da natureza”. Em momentos de adversidade, os gênios se sobressaem. Alguns dos melhores GPs de Senna (Donington, 1993) e Schumacher (Espanha, 1996), por exemplo, foram em condições nada favoráveis, em temporadas que eles nem foram campeões.

Somemos a isso, o fato de que Verstappen vai fazer de tudo para provar que o título foi merecido, apesar de Masi. A Ferrari (com o carro mais lindo do grid, disparado!) parece ter um carro pronto para brigar por vitórias. A McLaren, apesar dos problemas nos freios, vem para a briga. Alpine, Aston Martin, Alphatauri, Alpha Romeo, Haas e Williams parecem estar todas emboladas. A batalha no meio do pelotão será dura, com carros menos confiáveis e ajustes finos mais complexos.

Não, não acredito que teremos uma Brawn GP em 2022. Entretanto, podemos estar prestes a assistir uma temporada parecida com a de 2012, quando tivemos 7 vencedores diferentes, nas primeiras 7 corridas do calendário. Ou, no mínimo, um replay de 2021. Nada mal, né? Ainda mais, se o campeonato for decidido na pista.

E aí, quem mais está ansioso pelo apagar das luzes na largada?

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Marcus Vinícius

Pai da Luna, jornalista, RP e Marketing. ESPN por quase uma década, agora também no BIG2

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