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Norris aposta na estratégia de apenas uma parada, supera Verstappen e vence GP da Holanda

A estratégia de apenas uma parada foi a escolha mais rápida para os três primeiros pilotos que dividiram o pódio na Holanda

O GP da Holanda contou com vitória de Lando Norris, o piloto da McLaren apesar de ter pedido a primeira posição logo na largada, fez uma corrida forte e na volta 18 recuperou a liderança. O resultado contribuiu para o britânico quebrar a sequência de vitórias de Max Verstappen em Zandvoort.

Este foi um fim de semana marcado novamente pela instabilidade climática, choveu na manhã de sexta-feira e na manhã de sábado, comprometendo um pouco as verificações realizadas pelas equipes. A classificação e a corrida aconteceram em pista seca, mas com temperaturas bem amenas, permitindo que o pneu macio entrasse nas estratégias das equipes, mas neste ano ele não foi o composto favorito.

Ao longo das atividades, os pilotos reclamaram que os carros estavam escorregando bastante nas curvas. Zandvoort é um grande desafio para os competidores, com algumas curvas inclinadas, além das fortes rajadas de vento, é difícil se manter na pista. Nas primeiras atividades os pilotos cometeram vários erros.

LEIA MAIS: Lando Norris supera Max Verstappen e vence GP da Holanda com a McLaren

O TL3 contou com uma batida de Logan Sargeant, o piloto perdeu o controle do carro ao pisar na grama. O norte-americano acabou na barreira de contenção danificando completamente o carro. Sargeant não participou da classificação, pois o equipamento precisou passar por uma reconstrução. O dano era grande, pois a Williams usava um pacote de atualizações novo em Zandvoort.

Logan Sargeant bateu durante o TL3, mas conseguiu disputar o GP da Holanda – Foto: reprodução Pirelli

A classificação mostrou uma boa proximidade entre os competidores e foi realmente o detalhe que determinou a posição dos pilotos. Carlos Sainz e Lewis Hamilton não avançaram do Q2 para o Q3.

Diferente das últimas duas corridas tumultuadas que aconteceram na Holanda, a prova deste ano pode se sustentar na estratégia de apenas uma parada como a principal e a escolha mais rápida. Algumas equipes ainda apostaram em uma troca adicional de pneus, tentando surpreender os adversários, por conta da proximidade do grid.

O GP da Holanda é uma prova estratégica e de pouca movimentação na pista, pois não oferece muitos pontos de ultrapassagem.

Lando Norris venceu a corrida usando uma combinação de pneus médios para a largada e pneus duros para finalizar a prova. Com o piloto da McLaren recuperando a posição na volta 18, logo Norris estabeleceu uma boa distância para Max Verstappen. O holandês não conseguiu mais alcançar o adversário, com Lando terminando a corrida com uma diferença de mais de 22 segundos.

Era inimaginável no começo da temporada acreditar que a Red Bull teria alguém para desafiar o seu desempenho e colocar em xeque a sua dominância, mas a McLaren tem realizado um bom trabalho.

Norris perdeu a ponta ainda na largada, mas contava com um carro forte. O fato do britânico não ter largado tão bem prejudicou Oscar Piastri, superado por George Russell. O trenzinho se formou e o australiano não conseguia realizar uma ultrapassagem.

A Ferrari surpreendeu positivamente no domingo, com a estratégia usada para Charles Leclerc – o monegasco parou antes que Piastri e Russell – seus principais adversários na prova, conseguiu ultrapassá-los realizando um undercut. Por mais que a McLaren tenha fornecido meios para Piastri chegar em Leclerc, o monegasco conseguiu defender a posição e celebrar o pódio. O que era para ser uma corrida de “contenção de danos” para a Ferrari, surtiu um bom efeito.

Carlos Sainz fez uma corrida de recuperação e terminou a prova logo atrás de Oscar Piastri. Se não fosse a reação da Ferrari de proteger Charles Leclerc, com o ritmo apresentado por Sainz, era possível ter ocorrido um duelo na pista entre os companheiros de equipe. Mesmo com Sainz começando a corrida ocupando o décimo lugar, a Ferrari optou por não fornecer os pneus macios para o espanhol na largada. Sainz usou os pneus médios e permaneceu na pista até a volta 30 com os compostos, antes de instalar os pneus duros e seguir até o final da prova.

Entre os dez primeiros a Mercedes foi a única que optou por uma segunda parada, tanto para George Russell como para Lewis Hamilton. Nas duas ocasiões foi pensando na corrida realizada por Sergio Pérez. Hamilton voltou aos pneus macios na volta 48, para tentar ultrapassar Pérez, que era o sétimo colocado, mas seis voltas depois o time alemão também parou Russell, perderam a posição para Pérez e o britânico não conseguiu recuperá-la. Lembrando que no início da prova Russell brigava por um pódio.

A corrida da Mercedes foi bem falha, fora que a punição aplicada para Hamilton por atrapalhar Pérez, custou uma corrida melhor de Hamilton, mas o piloto conseguiu fazer boas ultrapassagens e contribuiu para certo agito na corrida da Holanda.

Estratégias do GP da Holanda trabalhadas ao longo da prova de 2024 – Foto: reprodução Pirelli
  • Apenas Hamilton, Yuki Tsunoda e Valtteri Bottas usaram pneus macios no início da corrida, visando contar com mais aderência. Apenas para Hamilton a escolha funcionou, o restante fez duas paradas, mas não agregou no resultado;
  • Os pneus macios foram usados novamente por Russell e Hamilton no final da corrida, mas não superaram Pérez em pista. Zhou fez a sua segunda parada na volta 51, mas terminou a corrida no final do pelotão, ocupando apenas o 20º lugar;
  • Os pneus duros foram os reais protagonistas da prova, fornecendo mais durabilidade para a conclusão da corrida, todos os compostos usados eram novos. Para a estratégia de apenas uma parada, eles foram fundamentais para os pilotos chegarem até o final da corrida e em vários casos completar mais do que meia corrida com eles;
  • Apenas Kevin Magnussen usou os pneus duros na largada, por começar a corrida do pit-lane. O dinamarquês completou 40 voltas com os pneus duros, foi chamado aos boxes apenas quando se tornou uma chicane e participou de uma manobra com outros três carros envolvidos. A escolha da Haas não ajudou a equipe a conquistar pontos.
  • Nico Hülkenberg fez o maior stint com os pneus duros, completando 57 voltas com esses pneus, já que parou na volta 14 e seguiu até o final com os compostos duros;
  • Lando Norris obteve o ponto extra de volta rápida, mesmo com pneus velhos no final da prova;
  • A parada única que era a aposta da Pirelli foi confirmada, sendo a opção mais rápida do fim de semana. Com as simulações realizadas e com a preservação dos pneus macios, acreditava-se que eles seriam incluídos ainda mais nas estratégias, mas as equipes foram mais conservadoras.
Desempenho dos pneus escolhidos para o GP da Itália de 2024 – Foto: reprodução Pirelli

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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