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Não duvide dele

O GP da Itália não poderia ter sido pior para Sebastian Vettel. Ele viu seu companheiro de equipe cravar a pole e vencer pela segunda corrida seguida, cometeu um erro bobo, tomou punição, terminou quase atrás de uma Williams, recebeu pontos na licença e pode ser banido de um corrida caso se envolva em outro incidente antes do GP do Japão.

Agora, Vettel é o segundo piloto da Ferrari em 2019.

Mesmo assim, estamos dando um passo maior que a perna ao descredibilizar o piloto alemão?

É claro que Leclerc está em uma forma magnífica (e parece que vai continuar). É claro que vencer em Monza, com uma Ferrari, te coloca em uma posição de piloto número 1 dentro da equipe. Mas tem algumas coisas que precisamos levar em consideração quando falamos de Sebastian Vettel.

O tetracampeão mundial tem 32 anos e um contrato até o fim de 2020. Teoricamente, ele ainda conseguiria permanecer na categoria por, pelo menos, 5 temporadas. Quanto ao campeonato de pilotos, foi apenas em Monza que Leclerc passou o alemão na tabela, mesmo com todos os erros cometidos por ele. Além disso, há apenas duas corridas, na Húngria, Vettel não tomou conhecimento de Leclerc, e deu uma aula ao jovem piloto de como gerenciar seus pneus. Nas qualificações, Leclerc lidera com 7 a 6, mostrando como Vettel não está longe de seu companheiro.

Aliás, quando se trata do piloto monegasco, temos que levar em conta que, por enquanto, o sucesso, ou seja, as vitórias, são um bônus em sua carreira. Logo logo ele passará essa fase onde é o garoto de ouro da equipe, e os resultados se tornarão obrigação, ainda mais se ele for o piloto número 1. O Hamilton de 2007 passou por isso em 2008. Além disso, a mídia sempre prefere o ”novo”, e Leclerc representa esse novo, enquanto Vettel é considerado um ”macaco velho” da Fórmula 1.

Quando é pergunta é: Vettel pode dar a volta por cima? A resposta é: claro que sim. Nós podemos notar isso até mesmo em pilotos que estão no grid. Verstappen, por exemplo, que conseguiu amadurecer e se tornar o piloto que é após vários incidentes, e Hamilton, que foi praticamente esquecido em 2011 e 2012 e julgado quando trocou a McLaren pela Mercedes.

O próprio Vettel teve seu momento de dificuldade na F1, e conseguiu voltar atrás. Em 2010, ainda na Red Bull, no GP da Bélgica, o alemão tirou Button da corrida, e viu os mecânicos da McLaren fitarem seu carro ao passo que cumpria a punição de Stop and Go.

Naquele momento, a reputação de Vettel estava tão arranhada quanto agora, e ele conseguiu se recuperar e vencer quatro campeonato seguidos.

Ainda é muito cedo para duvidar dele.

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Rubens Gomes Passos Netto

Editor chefe do Boletim do Paddock, me interessei por automobilismo cedo e ao criar este site meu compromisso foi abordar diversas categorias, resgatando a visão nerd que tanto gosto. Como amante de podcasts e audiolivros, passei a comandar o BPCast desde 2017, dando uma visão diferente e não ficando na superfície dos acontecimentos no mundo da velocidade. Nas horas vagas gosto de assistir a filmes e séries de ação, ficção científica e comédia. Atuando como advogado, também gosto de fazer análises e me aprofundar na parte técnica.

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