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Uma análise mais profunda sobre a entrada de Kubica na Williams

Acho que muito mais importante que cravar a entrada de Robert Kubica na Williams é analisar as razões para a possível contratação, digo possível porque algumas situações ainda podem comprometer a entrada do piloto da equipe inglesa.

Os primeiros motivos para o piloto ser aceito na equipe, levam ao dinheiro, assim como a maioria dos contratos giram em torno desse pedaço de papel colorido muito importante no automobilismo. Assim como todas as escuderias o que motivam elas mais que a sua história e títulos é o quanto elas geram de dinheiro e o quanto elas gastam por temporada. Assim equipes como a McLaren que antes estiveram lá na frente do grid brigando por pódios, a Williams também tiveram uma carreira assim e logo depois de assistir o documentário da equipe e alguns depoimentos de Felipe Massa percebemos que para a próxima temporada a equipe precisa muito mais de um piloto que possa trazer dinheiro e patrocinadores para do que só o seu renomado talento.

A equipe inglesa no próximo ano vai perder o contrato com dois patrocinadores Randstad e a Avanade e a oportunidade que Kubica trás para a equipe neste um ano de contrato são a ajuda de Nico Rosberg que vem cuidado da carreira do piloto desde o meio do ano e também a possibilidade de outros olheiros confiarem no seu trabalho durante a temporada e gerem mais uma oportunidade de negócios para a própria Williams. A entrada do polonês na equipe já trás 32 milhões ou €8 milhões e ele seria a garantia de representante da Martini.

Paddy Lowe está trabalhando no carro da próxima temporada, ele continua não sendo uma promessa de títulos, mas a ideia é trazer a equipe para brigar com o pelotão da frente e conseguir beliscar algumas vitórias ao longo de 2018.

Quais os empecilhos que ainda podem existir? Bom Kubica ainda não treinou em carro de Fórmula 1 do modelo atual, em ritmo de corrida, então é necessário saber se sua adaptação será feita de forma tranquila e se o problema que ele tem no braço, não vai ser um limitador no seu desempenho na pista. Em ritmo de prova ele será capaz de aguentar? E com dois dias de testes, mas um dia de corrida o piloto vai conseguir ir até o fim sabendo que o desgaste é grande? São várias perguntas e algumas delas só vão ser respondidas depois do Grande Prêmio em Abu Dhabi, onde o polonês vai estar guiando o carro da equipe inglesa pela primeira vez.

O Globoesporte.com ainda cravou sobre um volante especialmente adaptado para o piloto, que passa as funcionalidades do volante assim como as borboletas responsáveis pela troca de marcha para o lado esquerdo. Vamos pensar que isso também leva um certo tempo de adaptação, não é um controle de video game que o piloto pega e já sai jogando, é necessário saber se ele vai conseguir lidar com várias funções importantes em apenas um dos lados do volante.

Kubica também vai ser avaliado pela FIA neste teste, onde vai além da sua capacidade de guiar o carro da Williams a sua questão física é só um ponto entre outros que vão ser investigados, onde será necessário saber como ele pode se comportar, caso ocorra a necessidade de abandonar o carro se o mesmo estiver sofrendo uma pane elétrica ou um princípio de incêndio, já que o piloto precisa sair do carro em 10 segundos, contando desde o momento que ele retira os cintos e devolve e reposiciona o volante.

A confirmação oficial da equipe ainda não saiu, mas só deve vir depois do polonês passar por estas avaliações.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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