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Metade da Temporada – O duelo do Fim do Grid

A temporada 2021 da Fórmula 1 chegou na sua metade, a categoria realizou uma pausa até retomar as atividades para o GP da Bélgica programado para ser disputado no dia 29 de agosto. Com o retorno as equipes e pilotos vão disputar mais doze provas, é o que está previsto para o restante da temporada, mas por conta da pandemia alterações ainda podem ocorrer, além disso é necessário esperar a definição do país que receberá a 11ª etapa.

Nesta semana vou disponibilizar uma série de textos falando sobre as batalhas e como foi o desempenho dos times até a metade da temporada.

Williams

O GP da Hungria forneceu os pontos que a Williams precisava para superar a Alfa Romeo – Foto: reprodução Williams

10 pontos

Classificação
George Russell 11 x 0 Nicholas Latifi
Corrida
George Russell 8 x 3 Nicholas Latifi

A Williams está desde o ano passado por uma reconstrução, passos que também tiveram que ser dados nesta temporada, afinal algumas decisões ainda precisavam ser tomadas. Simon Roberts deixou a função de chefe de equipe, enquanto Jost Capito assumiu o cargo.

Capito é uma figura importante para este momento da equipe, a Williams não tem carro para brigar lá na frente, mas também acaba passando muito perrengue entre as equipes que estão no fim do grid. No entanto, agora é o momento para ajeitar a casa e se preparar para o próximo ano, onde mais oportunidades devem surgir, mas as mudanças atuais já trouxeram alguns efeitos.

O time apresentou uma melhora, beliscou algumas posições próximas aos dez primeiros, mas o grid nesta temporada aproximou muito as equipes do meio do pelotão, dificultando assim a conquista por pontos de ‘times menores’. A Williams estava esperando o momento dos primeiros pontos do campeonato e eles só sugiram no GP da Hungria, mas os seus dois pilotos pontuaram.

Com a desclassificação de Sebastian Vettel, a 7ª posição de Nicholas Latifi e 8º lugar obtido por George Russell ajudaram a equipe na conquista de 10 pontos, o resultado ajudou o time superar a Alfa Romeo.

Sendo realista, a disputa da Williams ainda é com a Alfa Romeo, desta forma os pontos obtidos em apenas uma etapa foram importantes, já que os rivais sustentaram a oitava posição do campeonato de construtores por muito tempo. Além disso, a Alfa Romeo tem um carro um pouco melhor do que o FW43B, terminando mais vezes próxima dos pontos.

George Russel segue com uma boa campanha, realmente mostrando todo o seu talento, na tentativa de buscar uma vaga na Mercedes para disputar a próxima temporada. No entanto, o piloto britânico é realmente um diferencial para o time, já que consegue extrair muito de um equipamento deficitário. A única questão deste início de temporada foi aquela batida entre ele e Valtteri Bottas no GP da Emilia-Romagna, mas certamente isso é uma página virada.

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Nicholas Latifi ainda é um piloto em construção e está na sua segunda temporada. O canadense está apresentando um trabalho interessante no time, ainda não é comparável ao que Russell faz, mas ele está tentando se aperfeiçoar. No GP da Hungria ele teve a oportunidade de mostrar mais controle e uma boa condução, ficou parte da corrida no terceiro lugar, depois caiu para o oitavo lugar e foi trabalhando para se manter na posição.

A Williams pode dizer que tem pilotos colaborativos, com espírito de equipe, que olham para o time como um todo, deixando de lado até mesmo os ‘seus ganhos’ pessoais. A dupla do time ainda não está definida, mas eles gostariam de manter Russell, algo que poderia marcar um ponto de virada para o time se eles entregarem um equipamento melhor.  

Alfa Romeo

A Alfa Romeo é a atual nona colocada do Campeonato e conta com 3 pontos – Foto: reprodução Alfa Romeo

3 pontos

Classificação
Antonio Giovinazzi 7 x Kimi Raikkonen
Corrida
Antonio Giovinazzi 5 x 6 Kimi Raikkonen

A Alfa Romeo beliscou dois pontos no começo da temporada, poderiam ter até um pouco mais se não fosse aquela punição aplicada para Kimi Raikkonen na Emilia-Romagna. Mas mesmo com estes pontos, a equipe teria perdido a oitava posição do Campeonato de Construtores para a Williams depois do GP da Hungria.

O dilema de uma equipe de fim de pelotão é justamente encontrar espaço entre os dez primeiros para pontuar. Assim como a Williams, em alguns momentos a Alfa Romeo chegou perto dos pontos, mas sem abandonos, ou punições, os pontos ficaram raros.

A equipe não tinha um carro competitivo na última temporada, fechando 2020 com 8 pontos, está é mais uma campanha complicada da equipe, mas que de certa forma apresentou um trabalho melhor. A mudança está na classificação, onde pelo menos um dos pilotos tem conseguido representar a equipe no Q2. Algo que acaba contribuindo para a posição de largada.

Em contrapartida, em corrida, eles acabam flutuando entre boas largadas, mas também com a perda de espaço. Além disso, quando as coisas estão funcionando em pista, os pilotos precisam contar com as estratégias que vem dos boxes, um ponto bem falho da Alfa Romeo, algo que acaba também limitando a conquista por pontos.

Por um período do campeonato, até a chegada do GP da Hungria, eles estavam ‘confortáveis’ na oitava posição, mas agora as coisas ficam mais complicadas, com a Williams superando o time, dificilmente a Alfa Romeo conseguirá correr atrás destes pontos e superar os rivais. Outras corridas malucas podem acontecer na temporada, mas a Alfa Romeo estará bem-posicionada para responder? O ponto conquistado por Raikkonen na Hungria foi de uma posição herdada depois da desclassificação de Sebastian Vettel.

A Ferrari promete uma atualização para o motor, que pode ajudar o time a ter um desempenho melhor no restante da temporada, mas a dupla ainda precisará disputar espaço com a trinca de áses – formada por AlphaTauri, Aston Martin e Alpine.

Kimi Raikkonen está oscilando em seu desempenho, tem um pouco mais de dificuldade com as classificações, mas consegue posições melhores nas corridas, um motivo para ter obtido dois pontos. Enquanto Antonio Giovinazzi está apresentando um papel de liderança no time, se interessando mais ainda pelo trabalho realizado pelo time. O italiano também está apresentando um crescimento, melhorou nas classificações, levando o carro várias vezes ao Q2, mas acabou perdendo um pouco em resultado de prova.

A Alfa Romeo realizou modificações na frente do carro, pensando na temporada 2021, mas que não foram suficientes para ganhar muito terreno no grid, mas melhoraram o desempenho de uma temporada para a outra.

Haas

A Haas focou no desenvolvimento do carro de 2021, já que não teria muitas chances neste ano – Foto: reprodução Haas

0 pontos

Classificação
Mick Schumacher 9 x 2 Nikita Mazepin
Corrida
Mick Schumacher 9 x 2 Nikita Mazepin

Não é uma surpresa ver a Haas ocupando a última posição do Campeonato de Construtores, a equipe parou o desenvolvimento do carro de 2021, apresentando o VF-21 apenas com as adaptações para que pudesse participar da temporada atual.

A Haas também optou por uma dupla de novatos, desta forma a equipe ficou encarregada da preparação de Mick Schumacher e Nikita Mazepin, onde o seu foco é fornecer a adaptação para a Fórmula 1 e com eles preparados, tentar um campeonato melhor em 2022.

As últimas posições da tabela tanto da classificação, quanto da corrida ficou ocupada pela dupla, onde as batalhas são travadas entre eles, já que não contam com carro para desafiar as outras equipes.

O dinheiro do time ficou para arrumar o carro dos pilotos durante a temporada, um custo que eles já sabiam que teriam ao logo do ano, ainda mais com pilotos novatos. O restante da temporada será focado em evitar estes problemas, tentando superá-los. Guenther Steiner tem tentado trabalhar com os seus pilotos, na busca por evitar danos, como não estão disputando pontos, eles precisam manter o equipamento seguro, sem se arriscar muito.

Nikita Mazepin segue sendo o piloto que vários pilotos reclamam no grid, mas ele tem cometido menos erros. Rodar tem se tornando menos frequente, mas nos boxes ao lado, a coisa está um pouco mais complicada, ainda que Schumacher tenha um desempenho melhor que o do russo.

Schumacher tem a característica de precisar de uma temporada para se adaptar, bom, está é a temporada ideal. Mas Schumacher já trouxe alguns danos para a Haas, onde a equipe precisou recuperar o seu carro para que ele tivesse condições de correr no domingo.

Não sabemos se é a pressão ou somente a adaptação, mas em alguns momentos o piloto acaba ficando marcado pelos erros. Mas no duelo interno, Schumacher tem números melhores do que o do rival. A disputa na Hungria mostrou o seu brilhantismo, o piloto segurou tanto Lewis Hamilton, quanto Max Verstappen, mostrando uma performance interessante, mesmo sem um carro com condições de buscar pontos.

O foco é no desenvolvimento do carro do próximo ano, algo que já ficou claro, mas é ainda difícil dizer se a Haas deixará o final do pelotão, pois a temporada de 2022 é realmente uma loteria.

A oitava posição do campeonato é desejada pelos times que fazem parte do final do pelotão, mas para a Haas buscar esses pontos é ainda mais complicado. Podemos dizer que em duelo, Williams e Alfa Romeo acabam se equiparando mais e estão mais próximas, enquanto a Haas fica um degrau abaixo dos rivais.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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