Nesta quarta, 12, a McLaren tornou pública a notícia de que estará na disputa da edição 2017 das 500 milhas de Indianápolis, tendo Fernando Alonso como o responsável por guiar o carro no oval de 2.500 milhas. A parceria inclui ainda a equipe Andretti Autosports, uma das grandes casas do atual grid da IndyCar.
O anúncio traz a tona diversos pontos, dos mais variados tipos, que precisam ser observados com certa precisão. Alonso, mais do que frustrado com o trabalho que a Honda vem realizando na F1, ganha em Indianápolis a chance de ter um carro competitivo, uma vez que o trabalho da montadora japonesa na IndyCar, onde fornece motores e kits aerodinâmicos, tem resultados muito mais expressivos do que os apresentados na F1 desde o retorno em 2015. De fato, a Honda, também com a Andretti Autosports, venceu a edição passada da mítica prova americana, tendo Alexander Rossi como piloto, além de nessa temporada 2017 ter vencido as duas corridas disputadas até aqui (St. Petersburg com Sébastian Bourdais e Long Beach com James Hinchcliffe). Para que tal aventura aconteça, Alonso terá que abrir mão da participação no Grande Prêmio de Mônaco, sexta etapa do calendário da F1. Nas declarações logo após o anúncio o piloto espanhol afirmou o desejo de conquistar a tríplice coroa, ou seja, vencer o GP de Mônaco, o que ele já conseguiu em 2006 e 2007, a Indy500 e às 24h de Le Mans, glória essa até hoje alcançada apenas por Graham Hill. Essa declaração do espanhol nos da um prospecto interessantíssimo que de Alonso, com esse desejo, tenha sido o grande estopim para o início de todo esse projeto, além de deixar claro que em algum momento da carreira ele planeja estar em Le Mans.
Do lado da McLaren a entrada na Indy500 abre todo um novo mercado, uma vez que eles estarão entre os pontos de maior atenção no que é, com sobras, o maior evento automobilístico do mundo. Todo o lado do marketing com certeza pesou e muito para essa decisão, que foi largamente apoiada pelos cabeças da equipe na F1. Mansour Ojjeh, o principal dono do grupo McLaren, chegou a abrir a possibilidade de nos próximos anos a equipe inglesa montar uma operação para toda a temporada, passando assim a participar da IndyCar paralelamente a F1. Pelo lado da equipe de F1 com os problemas na unidade de potência da Honda o GP de Mônaco, por suas características peculiares, se tornou uma espécie de oportunidade única para que a equipe de Woking conseguisse algum resultado mais interessante, e para essa temporada essa receita se repete. Dessa maneira, não ter Alonso no carro com toda certeza pesará bastante. Naturalmente será necessário definir um substituto para Alonso na prova do principado, com a McLaren tendo Jenson Button, que esteve na equipe de 2010 a 2016, como o candidato mais natural a vaga.