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Max Verstappen – Conclusão

Comecei a escrever este texto um pouco depois da corrida acabar ainda no domingo, mas só tive tempo de publica-lo agora, peço desculpas.

Lembro quando Max Verstappen entrou na Fórmula 1 e se tornou destaque pelo seu jeito de pilotar, muitos (e até eu) comemoraram, pois a categoria parecia muito quadrada, dentro da sua caixa, com equipes vencendo mais por estratégia do que pelo arrojo dos seus pilotos.

Muitos diziam que queriam ver mais disso em outros pilotos e não nego que às vezes faça falta, mas acredito que tudo na vida tem um limite. Não abaixar a cabeça e desrespeitar uma ordem de equipe para ceder a posição foi legal, mas em outros momentos é necessário ter cuidado.

Max Verstappen pode ser definido neste começo de temporada como Sr. Otimismo, vai com muita sede ao pote na busca por tentar conseguir uma melhor classificação, mas após três corridas realizadas, o holandês acabou prejudicando-se em todas pelo mesmo motivo: ser ousado demais.

No Grande Prêmio da Austrália, Verstappen rodou sozinho na pista e caiu da quarta posição para a oitava e terminou a prova em sexto. No Bahrein o piloto acabou batendo na sessão de classificação quando disse que seu carro ganhou 150cv de potência a mais, mas depois do equipamento passar por uma vistoria, não foi identificado nenhuma alteração, ou seja, foi apenas o pé do menino que foi um pouco fundo demais.

Em mais uma dose de super confiança, ainda no Bahrein, Verstappen abandonou a prova ainda na segunda volta, quando disputava espaço na pista com Lewis Hamilton e depois de um toque entre os dois, acabou com o pneu furado e sem chances de continuar a corrida, além de quase colocar o inglês para fora da disputa.

Dessa vez no Grande Prêmio da China, a estratégia da Red Bull poderia ter  levado a equipe a uma dobradinha, até porque eles pensaram rápido na entrada do Safety Car e seria uma boa resposta ao Grande Prêmio do Bahrein, onde nenhum dos dois carros concluiu a prova. Talvez se Max Verstappen tivesse sido um pouco mais cuidadoso nessa corrida, até a vitória tivesse ocorrido para o seu lado, porque o piloto largou na frente do seu companheiro de equipe e foi chamado para o pitstop primeiro.

O que falta às vezes para o jovem piloto holandês é ser um pouco mais calculista, esperar um pouco antes de agir e não só forçar a barra esperando que o outro piloto ceda. Na condição que ele estava na corrida da China, com pneus mais novos que o dos seus adversários, era fato a ultrapassagem iria acontecer, até porque quem vinha na frente não tinha como segurar um carro que estava com um melhor desempenho. Eram os pneus médios mais desgastados contra macios mais novos e, tecnicamente, que oferecem mais velocidade, era só esperar um pouco e encontrar o melhor ponto de ultrapassagem na pista, não ficar forçando a cada curva como se fosse um vídeo game.

O risco não é comprometer somente sua própria corrida, mas também colocar outros adversários para fora, na corrida da semana passada foi Lewis Hamilton, nesta Sebastian Vettel e daqui 15 dias quem vai ser o próximo prejudicado?

Max precisa amadurecer, pois o que muito se fala sobre seu pai é “o grande piloto que ele poderia ter sido”, mas graças a sua arrogância e falta de amadurecimento, ele acabou sendo deixado para trás porque outros pilotos mais completos acabaram surgindo. O próprio Daniel Ricciardo deu um show de pilotagem nessa corrida, enquanto Max saiu como aquele que cometeu erros, foi punido e botou a dobradinha da equipe a perder e, no fim, Ricciardo ultrapassou todos aqueles que o companheiro de equipe ”sofreu” ou causou algum dano.

Pós-corrida o holandês foi pedir desculpas a Sebastian Vettel, é um começo? Sim! Mas tem que se dar um passo a mais, a atitude diferente que a gente quer ver é na pista e não só fora dela, até porque uma hora dessas ele pode tirar o piloto que está disputando o título no final do campeonato – o que não seria justo, já que é um erro vindo por parte de uma outra pessoa – e aí não vai ter mais para onde recorrer.

Evoluir em qualquer lugar é preciso, ser arrogante, prepotente e às vezes inconsequente sem pensar muito no futuro achando que apenas o agora importa não faz o nosso nome durar muito tempo nos lugares por onde a gente passa.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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