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Jogo estratégico ajuda Carlos Sainz na conquista de pódio com Williams

Espanhol fica atento as movimentações de Racing Bulls e Mercedes para conseguir pódio com a Williams

O Grande Prêmio do Azerbaijão deste domingo (21) foi dominado de ponta a ponta por Max Verstappen, que não encontrou resistência depois da entrada do Safety Car na volta inicial, causada pelo acidente de Oscar Piastri. Com a vitória assegurada para o neerlandês, o foco da corrida voltou-se para Carlos Sainz, que largou em segundo com a Williams e buscava transformar a boa classificação em um resultado histórico.

No início da prova, Sainz conseguiu abrir certa margem para Liam Lawson, mas a estratégia agressiva da Racing Bulls, ao antecipar a parada do neozelandês, deixou o espanhol exposto ao ataque da Mercedes de Russell, que vinha num ritmo superior e já estava há apenas 3,5 segundos.

Preocupado com a ameaça do undercut, Sainz pediu a Williams que reagisse rapidamente. A equipe respondeu na volta 27, chamando-o aos boxes. Ele retornou à pista com 19 segundos de diferença para Russell, e a missão era clara: impedir que o rival aumentasse a margem em mais de um segundo, evitando cair na janela ideal de pit-stop da Mercedes.

Russell, porém, conseguiu extrair mais dos pneus duros já aquecidos e reduzir a margem de manobra do adversário. A diferença entre os dois cresceu para os 20 segundos, e quando a Mercedes chamou seu piloto na volta 39, a eficiência no trabalho de box foi determinante para recolocar o britânico à frente. Assim, Russell assegurou o segundo lugar, enquanto Sainz precisou se contentar com um pódio valioso tanto para ele quanto para a Williams.

Em condições normais, a diferença de 27 voltas na vida útil dos pneus teria facilitado a missão de Sainz. Mesmo com a Williams sendo um carro naturalmente mais lento, um jogo tão mais novo de compostos deveria compensar a desvantagem de desempenho e até permitir que o espanhol reduzisse a margem de 19 segundos para Russell.

No entanto, o fim de semana em Baku apresentou uma realidade diferente. Os pneus médios conseguiram durar muito, mas foram os duros que roubaram a cena. Esse composto C4 definido para o evento, precisava de cerca de dez voltas para atingir a temperatura ideal, e qualquer esforço excessivo antes disso poderiam comprometer a sua integridade.

Devidamente aquecidos, com um certo controle, (fazendo o processo de cozimento) a degradação mínima seria observada. Como destacou Russell, o desafio não era evitar o superaquecimento, mas sim manter os pneus ativos dentro da janela de funcionamento.

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“Aqui, o objetivo era mais manter os pneus aquecidos o suficiente, forçando-os, do que o desafio usual de os manter frios”, comentou Russell.

Sem a degradação térmica, em decorrência de altas temperaturas – algo que não fez parte deste evento no Azerbaijão – na realidade o cenário foi completamente diferente. Os compostos duros C4 conseguissem sustentar um nível de desempenho próximo do máximo por muito mais tempo do que o habitual, reduzindo a vantagem de quem apostava em um jogo mais novo.

“Eu esperava ser obviamente mais rápido que George com um novo pneu duro em comparação com o antigo, e pensei que se agora eu pudesse posicionar meu carro na frente dele antes que ele parasse, teríamos uma chance de P2”, relatou Sainz no término da corrida.

“Mas aí eles [a equipe] começaram a me falar os tempos de volta dele e eu vi que não tinha chance. Eles estavam simplesmente rápidos demais para nós hoje. O Kimi também estava se aproximando rápido atrás e eu tive que mudar meu foco para conseguir a terceira posição em vez de lutar pela segunda.”

A resolução se deu com Russell ganhando a segunda posição e aproveitando o final da corrida com pneus frescos e médios. Sainz fez um grande trabalho ao longo de 51 voltas, sustentando o pódio para a Williams. O final da corrida do espanhol ainda exigiu muita concentração, pois ele também foi ameaçado por Andrea Kimi Antonelli, mas fez o possível para administrar uma distância de 1s5 (em média) para o rival nos últimos giros.

“Eu sonhava com um pódio, mas acreditava que se fizéssemos tudo certo, poderíamos realmente conseguir, porque nosso ritmo é realmente bom nesse tipo de pista”, finalizou.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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