A Fórmula E vai adiar a introdução dos pit-stops na categoria. O sistema de carregamento rápido será estudado e ficará para os planos da próxima temporada.
A categoria elétrica estava ansiosa para introduzir o carregamento rápido ainda na temporada 2022/23, mas os planos tiveram que ser adiados por conta de alguns problemas que surgiram. A ideia era avaliar o sistema em alguma das corridas da 9ª temporada, mas os times estavam se mostrando bem resistente com a mudança de regulamento enquanto o campeonato está em andamento.
O site The Race alertou nesta quarta-feira (26) que o sistema ficará para a temporada 2023/24, pois serão trabalhadas estratégias para fazer a implementação.
O atraso está ligado as mudanças nas especificações das células de bateria que a FIA, Fórmula E e a Williams Advanced Engineering tiveram que resolver no início de 2022. Com a dificuldade de implementar o sistema, todo o cronograma que deveria ser cumprido, como os testes e o fornecimento dos equipamentos de carregamento sofreram atrasos.
A preocupação também se estende ao fato de colocar as células da bateria em estresse que já completaram meia temporada com corridas desta forma. Como foi destacado pelo The Rece, a Williams aconselhou a FIA a reduzir a energia utilizável em 0,5 kWh em Berlim para proteger o RESS (Sistema de Armazenamento e Recarga de Energia). Dos 40 kWh que foram usados no início da temporada, uma redução de 1kWh foi realizada na segunda prova do ano, desta forma grande parte das corridas desta temporada foram disputadas em 36 kWh.
A Williams também fornece os equipamentos para que o carregamento rápido seja realizado, mas antes era necessário trabalhar para que as unidades de RESS fossem suficientes para as equipes usarem nas corridas.
O plano é que na próxima temporada o sistema seja utilizado em algumas das corridas, mas não em todas. Jamie Reigle, CEO da Fórmula E ainda informou ao The Race que o sistema será chamado de ‘carga de ataque’.
“Pode ser que os nossos fãs nos digam que a carga de ataque é a melhor coisa de todos os tempos e deve ser o componente central de todas as corridas da Fórmula E, mas também pode não ser o caso. Acho que o espírito da Fórmula E é que evoluímos e somos flexíveis. Certo? Minha opinião era que deveríamos apresentá-lo, porque dissemos que faríamos”, disse Reigle.
“Então dissemos OK, bem, no meio da temporada, mas havia algumas preocupações com a integridade esportiva, onde você tem dois conjuntos de regras. Eu aceito isso. Mas quero dizer se você olhar para a F1, eles têm provas Sprint.”
A preocupação das equipes era justamente com o ritmo que o Campeonato está se desenrolando e o medo de um teste atrapalhar os resultados dos times no final da temporada. Como esporte, eles esperavam manter a integridade da competição e deixar as avaliações para outros momentos.
Reigle acha que os testes com a temporada em andamento em uma ou duas corridas não afetaria o Campeonato, pois existem outros muitos fatores que ocorrem ao longo de um campeonato que fazem essa definição.
Ao passo que a Fórmula E tenta resolver a questão com o sistema de recarga rápida, uma reunião foi realizada na manhã da última segunda-feira (24) para discutir as regras e previsões para a temporada 2026/27.
As corridas da Fórmula E desta temporada foram elogiadas, tem acontecido muita ação na pista e os times estão lidando melhor com o Modo de Ataque depois que algumas corridas passaram. Com o pit-stop e a possibilidade de fazer apenas uma parada por vez dos seus competidores, parada essa que duraria em torno de um minuto, os times precisariam escolher um competidor para priorizar, podendo comprometer essa dinâmica tão emocionante que tem acontecido.
Outro ponto que precisa ser discutido, é que com a introdução dos pit-stops, talvez não seja mais necessário o Modo de Ataque, os as corridas ficariam com um sistema muito complexo, e de certa forma, já basta toda essa complexidade na classificação.