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Hitech opta pela permanência de Vips fornecendo uma ‘segunda chance’ após fala racista do piloto

Nesta quarta-feira (29) a Hitech confirmou que Jüri Vips poderá encerrar a temporada 2022 com a equipe de Fórmula 2. O piloto estoniano teve o seu contrato com a Red Bull encerrado após o time austríaco investigar as falas racistas e homofóbicas do piloto em uma live.

A Red Bull tinha suspendido o contrato do piloto estoniano na semana passada, mas nesta última terça-feira informou que rescindiu contrato com o seu piloto reserva e de testes. A equipe austríaca ainda informou que não tolera nenhum tipo de discriminação e racismo em seu comunicado.

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Esperava-se que a equipe que Vips defende na Fórmula 2 faria o mesmo, mas a Hitech teve um posicionamento diferente e optou por oferecer uma forma para que Vips tenha a “oportunidade de se redimir”, assim o piloto continuará correndo na categoria de base.

Em comunicado o chefe de equipe da Hitech, Oliver Oakes, disse: “Tomei a decisão de manter a vaga de Jüri na Fórmula 2 com a Hitech pelo restante da temporada, uma decisão que debatemos seriamente. Permitir que ele complete a temporada com a Hitech é uma oportunidade para ele demonstrar por meio de suas ações o tipo de pessoa que ele é. Deixei claro que acho a linguagem usada por ele foi totalmente inaceitável, mas escolho dar a ele a chance de se redimir.”

Jüri Vips permanecerá guiando pela Hitech em 2022, mesmo com a Red Bull encerrando o contrato com o piloto estoniano – Foto: reprodução

Mesmo com a Hitech informando que tem uma política inclusiva e que não tolera atitudes racistas, ainda optaram por dar essa chance do piloto se redimir, aceitando que as pessoas podem cometer erros, mas também podem aprender com eles.

“A Hitech GP emprega uma força de trabalho inclusiva e nunca compactou com racismo ou qualquer tipo de comportamento ofensivo de nenhuma forma. Dito isso, nós vivemos em uma sociedade na qual ninguém pode cometer um erro, se desculpar genuinamente e ter a chance de redenção e aprender a partir disso. O que isso diz sobre nossa sociedade?”

“Não sei por que ele falou o que falou. Eu não sei por que ele estava jogando e transmitindo C.O.D [Call of Duty] naquele dia. Certamente existiam coisas que seriam muito mais benéficas para a sua carreira”, seguiu o chefe de equipe da Hitech em comunicado.

“O que sei é que ter o seu contrato rescindido pela Red Bull como resultado de suas ações é uma experiência dura para ele, uma punição extremamente severa. A realidade e que não haverá um acordo unânime se essa punição é suficiente e isso é totalmente compreensível.”

“Minha opinião é que nenhum pedido de desculpas ou palavras por si só são suficientes para consertar o dano causado. Ao permitir que ele continue correndo com a Hitech, estamos dando a Jüri a oportunidade de demonstrar um remorso genuíno e sincero por suas ações. Embora possa não satisfazer a todos, acredito que todos merecem uma segunda chance na vida, mas nunca uma terceira. A reputação de Jüri e a sua carreira estão em suas mãos”, disse Oakes.

Após o pronunciamento da Hitech a Fórmula 2 também deu o seu parecer, mas a categoria não ficou muito satisfeita com a permanência do piloto.

“Após o recente incidente envolvendo Jüri Vips, a F2 gostaria de reafirmar que o uso de linguagem racista ou discriminatória não pode ser tolerado em nenhum ambiente. A decisão da Hitech Grand Prix hoje é surpreendente e não teríamos optado por ela. Vamos monitorar a situação cuidadosamente com eles para garantir que tal comportamento seja abordado adequadamente”, informou a F2 através de comunicado.

Nesta semana a fala racista de Nelson Piquet também repercutiu bastante e o site Autosport confirmou com uma fonte que o piloto brasileiro será banido do paddock. Episódios que aconteceram em um curto espaço de tempo, mas que mostram que mesmo diante de tanta informação disponível, discussões e até mesmo campanhas, ainda não são suficientes e uma parcela ainda mascará atitudes racistas e homofóbicas dizendo apenas que é uma “opinião” ou em uma forma de tentar minimizar as falas.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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