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Hamilton tem vitória inesperada em Cingapura, com os dois carros da Ferrari fora e dispara na liderança do campeonato

Em meio a uma largada caótica, com a primeira aparição de uma chuva no circuito de Cingapura, Hamilton conseguia a liderança da corrida, que ele nem esperava poder alcançar. Um acidente incapaz de determinar um culpado, se é mesmo que houve algum. Talvez já esteja enraizado em nós esse sentimento de apontar dedos e jogar toda a culpa em uma única pessoa.

É fato que Verstappen, com todo o seu arrojo já foi o causador de vários acidentes na Fórmula 1 e com o seu histórico, o primeiro nome que veio nas nossas cabeças foi o dele. Depois de perder a contagem de quantas vezes já vi a batida, ainda não tenho uma conclusão, acho que nem a FIA. Vettel fechou muito? Ou só fez o seu traçado, considerado normal, na intenção de barrar uma ultrapassagem de Verstappen, para não perder a ponta? Os carros da Red Bull também eram fortes nesta corrida. Ontem (16) na classificação o holandês já dizia que não deixaria de lutar pela ponta. O alemão da Ferrari talvez nem esperasse que Kimi fosse atacar Verstappen pelo lado esquerdo.

E Verstappen largou mal? Parece que sim. O fato é viraram um bolo só, a Ferrari pode ter perdido a chance de ganhar o título com Sebastian Vettel este ano e ambos já tiveram uma grande punição, ficaram fora da corrida, sem pontos, sem chance de correr atrás do prejuízo, mesmo que tivessem rodado e parado em último lugar, ainda teriam uma tentativa, mas não foi o que aconteceu. Vettel com a lateral do carro danificada e a aerodinâmica prejudicada, acabou batendo poucos metros depois da largada, perdendo o bico do carro e tendo que abandonar a corrida.

A confusão acabou rendendo a Fernando Alonso, mais um corrida sem conclusão no ano. Sem culpa, foi acertado pelos carros da Red Bull e Ferrari que já haviam compartilhado as suas tintas. Perdeu pontos preciosos, a McLaren ficou sem dados do seu carro que poderiam ter sido cruciais para que ele pelo menos terminasse a prova, mas será que valia a pena concluir fora da zona de pontuação? Alonso havia realizado uma boa largada, quando foi acertado.

Vários prejudicados e um veredito que deve vir depois de muitas analises, mas que não muda uma coisa, o rumo do campeonato. Os pontos de Hamilton foram legítimos. Agora o piloto inglês que se mantem na liderança do campeonato e ampliou a diferença para 28 pontos, se mantendo na ponta durante toda a prova, após os abandonos que aconteceram na sua frente.

Daniel Ricciardo acabou ficando com o segundo lugar, mesmo tentando se aproximar de Hamilton não conseguia ser tão preciso quanto o inglês. Bottas depois de um final de semana nada ruim, acabou conseguindo chegar no pódio e obter o terceiro lugar.

Outros pilotos podem ser considerados destaques da corrida, como Carlos Sainz da Toro Rosso que obteve um quarto lugar, sendo o melhor da sua carreira. Hulkenberg mesmo não conseguindo terminar a prova, conseguiu se estabelecer em terceiro lugar, tinha feito uma corrida incrível e quase obteve o seu pódio. O alemão tem um dos piores recordes da Fórmula 1, concluindo 129 GPs sem chegar ao pódio.

Pérez ficou em quinto com a Force India. Jolyon Palmer hoje com destaque positivo, que alcançou os seus primeiros oito pontos da carreira e um sexto lugar, em um circuito onde teve certeza que não tem vaga para 2018 na Renault. Stoffel Vandoorne com o seu sétimo lugar para a McLaren.

Lance Stroll também esteve no entre os 10, enquanto que Massa ficou com décimo primeiro lugar, depois de uma corrida catastrófica, onde a própria equipe não chamou o piloto para trocar os pneus de chuva extrema, para os de chuva intermediaria enquanto vários pilotos aproveitaram o Safety Car para fazer as suas paradas. Grojean veio em nono e para fechar o top-10 tivemos Ocon da Force India.

Foi uma corrida longa, que não teve condições de terminar pelo número de voltas e o cronometro foi ativado na meia hora final da prova, mesmo assim ela teve 58 voltas concluídas das 61 previstas. O GP de Cingapura é famoso por terminar no limite. Hamilton passou segundos antes do relógio zerar e teve que dar mais duas voltas, devem ter sido as mais agonizantes para o inglês, ficando a quase 5 segundos de distância de Daniel Ricciardo, podendo sair sozinho na foto.

*Nota: Antes da publicação deste review a FIA concluiu que foi apenas um incidente de corrida 

lll Saiba como foi a corrida

https://twitter.com/F1/status/909381131027525633

Era a primeira vez que a corrida em Cingapura começava com chuva. Alguns pilotos apostavam nos pneus de chuva extrema e a previsão era de pelo menos mais meia hora com chuva após a largada.

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Vettel se mantinha na ponta assim que as luzes vermelhas se apagaram. Verstappen e Raikkonen já se tocavam na largada. Foi uma verdadeira bagunça, Alonso que tinha pulado para quarto, acabava levando uma pancada na lateral do carro, assim que Red Bull e Ferrari viravam um bolo só. 

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Vettel acabou perdendo o bico do carro logo depois de bater no muro de contenção, metros depois, mas a parte da lateral do carro havia sido danificada em uma pancada com o companheiro de equipe. Vendo o mundo rodar, já que o carro havia perdido toda a pressão aerodinâmica.

As imagens da colisão não eram precisas e mesmo em câmera lenta ficava difícil de identificar um culpado. Hamilton aproveitava para liderar a corrida, seguido por Ricciardo e Hulkenberg. O Safety Car era acionado na segunda volta.

Vettel sem condições de arrastar o carro para os boxes e sofrer um possível reparo, era orientado pela equipe para abandonar a prova.

A relargada acontecia na quinta volta, Palmer pulava de sexto para quinto. A visibilidade na pista era bem baixa e havia muito spray.

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Na sétima volta Alonso se encontrava na décima quarta posição, perdendo lugares a cada volta. Por fim a McLaren estava com poucos dados do seu carro e a decisão era dele de permanecer ou não na prova. Na volta seguinte era a vez de Sainz começar a pressionar Ocon para conseguir a oitava posição.

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Alonso perdia potência no motor do seu carro e se via abandonando era a nona volta, conseguindo se encaminhar para o box da equipe.

Kvyat na curva 07 acabava batendo com o carro no muro de contenção, logo depois de frear e perdia o controle do carro, com isso o Safety Car entrava na pista novamente. Os pilotos aproveitavam para fazer as suas paradas, Ricciado, Pérez, Ocon e Magnussen, voltavam com os pneus de chuva intermediaria. Hulkenberg se encaminhava para os boxes na volta seguinte, com Palmer e Vandoorne.

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O piloto da McLaren e o brasileiro da Williams se tocavam ainda com o Safety Car na pista. O toque se dava assim que Vandoorne saia dos boxes, Felipe Massa acreditava que a posição era dele. O toque não havia afetado nenhum dos dois.

A relargada acontecia na décima quinta volta e Hamilton conseguia manter a liderança, seguido por Ricciardo e Bottas. Os carros da Mercedes e Carlos Sanz que estavam na frente de Hulkenberg, ainda não haviam realizado as suas paradas.

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Grosjean conquiatava o décimo lugar depois de ultrapassar Felipe Massa e era a volta 16. Magnussen também conseguia ganhar uma posição depois de ultrapassar Esteban Ocon. O pilto da Haas seguia avançando no grid e ganhava a posição de Felipe Massa já se tornando o décimo primeiro. Massa tinha problemas quanto a performance do carro, pois ainda estava com os pneus de chuva extrema e só realizava a sua parada na volta 18.

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Stroll quase batia no muro e com isso Vandoorne conseguia passar o canadense da Williams. A pista já formava um trilho, e algumas partes estavam mais secas que outras, mas os pilotos ainda não tinham uma opinião formada sobre o uso dos pneus slick.

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A prova se mantinha mais calma, sem muitas aproximações ou tentativas de ultrapassagem. Magnussen era o primeiro piloto a arriscar a parada, que acontecia na volta 26 e retornava com os pneus ultramacios.

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Felipe Massa realizava a sua parada na volta 28, seguido por Sainz e Vandoorne. Grosjean e Ericsson também paravam.

Dos ponteiros Ricciardo era o primeiro a ir para os boxes, seguido por Bottas, Hulkenberg e Pérez. Saiz era o único piloto com pneus supermacios na pista. Hamilton parava na volta 30 apostando também nos compostos ultramacios, tendo uma parada perfeita e retornando na ponta.

Palmer conseguia aplicar um x’s em Vandoorne e se mantinha na sétima posição, com 31 voltas concluídas.

Os dez primeiros colocados eram: Hamilton, Ricciardo, Bottas, Hulkenberg, Sainz, Pérez, Palmer, Vandoorne, Stroll e Magnussen.

Pérez seguia a sua tentativa de ultrapassagem em Sainz e a disputa era pela quinta posição. Outro carro da Force India brigava na pista e desta vez era Ocon com Magnussen, que conseguia ganhar a décima primeira posição.

Ericsson acabava batendo na curva 13 após perder a traseira do seu carro, com isso o Safety Car entrava na volta 38. Felipe Massa parava mais uma vez e voltava com compostos ultramacios novos. Hulkenberg também fazia uma parada e precisava fazer um reabastecimento para terminar a corrida. Ocon e Magnussen também partiram para mais uma parada.

A prova acabou entrando em contagem regressiva a partir do cronometro, restando então meia hora para o final, pois não havia mais tempo para que ela fosse concluída pelo número de voltas. O Safety Car saia na volta 43.

Na volta 45 Hamilton acabava errando, proporcionando uma aproximação de Ricciardo, mas Bottas também estava mais perto do australiano.

Hulkenberg acabava abandonando na volta 49, depois de começar a andar lento na pista e após ter realizado uma prova incrível.

A equipe pedia para Magnussen reduzir a velocidade por causa do motor e acabava abandonando na 51 volta.

Hamilton vencia mais uma corrida no ano, sem Vettel no grid, com Ricciardo e Bottas para fechar o pódio.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.
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