O fim de semana do GP do Bahrein foi agitado, a Pirelli optou por levar a goma intermediária para a corrida, mudando as estratégias do ano passado, onde a fornecedora de pneus disponibilizou a sua gama mais dura para o evento.
Lewis Hamilton venceu a corrida com a estratégia de duas paradas, largando com os pneus médios, realizando um segundo stint com o mesmo composto e finalizando a prova com os pneus duros. Mas outros pilotos como Max Verstappen trabalharam com quatro paradas, apostando em um stint com os pneus médios, dois com os duros antes de retomar para os médios no final da prova.
Por conta do rendimento e desempenho diferente dos pilotos, as paradas formaram uma verdadeira salada nas estratégias. A paralisação em bandeira vermelha provocada pelo acidente de Romain Grosjean, fez com que grande parte das equipes realizassem uma primeira troca de compostos após a primeira volta da corrida, mas sempre existem exceções, desta forma Lewis Hamilton, Valtteri Bottas, Daniel Ricciardo e Lando Norris permaneceram com os meus pneus da largada. A regra também vale para a realização de reparos, além da troca de pneus.
O Safety Car provocado pelo acidente entre Lance Stroll e Daniil Kvyat, fez com que os pilotos realizassem algumas voltas com temperaturas baixas nos compostos, desta forma eles foram preservados do desgaste e degradação térmica provocadas quando a prova de fato retomou em sua plenitude.
Duro – C2: diferente do ano passado onde o pneu duro correspondia ao C1 e praticamente não foi utilizado pelos pilotos, desta vez o composto foi a opção para vários e tivemos até aqueles que utilizaram este tipo de goma mais de uma vez ao exemplo de Max Verstappen e até mesmo Daniil Kvyat. Pierre Gasly foi um pouco mais ousado, após lagar com os pneus médios, na relargada após a bandeira vermelha, o francês instalou os pneus duros e na segunda troca após esta, apostou mais uma vez nos pneus duros, conseguindo assim a 6ª posição ao final da prova.
Médio – C3: os dez primeiros apostaram neste pneu para a largada, a goma fornecia equilíbrio entre desempenho e durabilidade. Para a largada foi uma boa opção para aqueles que não acreditavam na durabilidade dos macios e não estavam pretendendo realizar uma parada cedo.
Macios – C4: foi a aposta de Carlos Sainz para a largada e Daniil Kvyat só instalou o mesmo composto quando se dirigiu para o pit-lane na bandeira vermelha. Ele forneceu um bom desempenho inicial para Saiz que conquistou várias posições e foi de P15 para P5 antes de realizar a primeira parada.
Durabilidade dos pneus na rodada
A ‘troca’ do pneu fantasma
Um vídeo da parada de Valtteri Bottas mostra a equipe realizando a troca de alguns compostos do carro do finlandês, mas mantendo o pneu dianteiro direito. O regulamento da Fórmula 1 – 24.2 trata sobre troca dos pneus, eles consideram ‘conjuntos’ os pneus dianteiros e os pneus traseiros, desta forma são possíveis realizar a troca e permanecer com um pneu já utilizado no carro.
No entanto ele precisa fazer parte do mesmo tipo, ex: não é possível manter um pneu C3 e trocar todos os outros por pneus C4 ou qualquer outro disponível no evento. A prática não é tão comum, mas em outras épocas da F1 era possível trabalhar misturando as gomas se adequando ao consumo e exigência da pista.
— Out of Context Mercedes (@NoContextMerc) November 29, 2020
Mario Isola, chefe da Pirelli na Fórmula 1, comentou sobre os pneus: “Em termos de corrida, as estratégias foram obviamente influenciadas pelas longas interrupções, com o atraso da corrida que se estendeu para a noite. Isto significou que o pneu macio teve um desempenho melhor do que o previsto, como Carlos Sainz mostrou na sua primeira passagem após a reinicialização, enquanto as restrições de pneus médios também puderam ser prolongadas. Isso foi demonstrado por Hamilton, que completou dois stints longos antes de terminar no duro. Ao longo da corrida, vimos uma variedade de estratégias diferentes, com Gasly parando duas vezes para usar dois conjuntos de pneus duros em seu caminho para P6, por exemplo.”