ColunistasDestaqueDestaquesFórmula 1Post
Tendência

GP de São Paulo: Pirelli adota gama intermediária de pneus para a última prova sprint do ano

Seguindo o padrão das últimas provas Sprint no circuito, a Pirelli vai trabalhar mais uma vez com a gama intermediária de pneus em Interlagos

Neste fim de semana a Fórmula 1 estará no Autódromo de Interlagos para a realização do GP de São Paulo. Será a última prova Sprint da temporada 2023, além de marcar o encerramento de uma rodada tripla.

Em mais uma edição do GP de São Paulo, a Pirelli optou pelos pneus da gama intermediária, repetindo a escala escolhida para a realização do GP dos Estados Unidos – outra etapa que recebeu o formato Sprint em 2023.

Por conta da implementação do formato Sprint, os competidores vão receber apenas 12 compostos, diferente dos 13 jogos de pneus que são ofertados em uma etapa regular. Cada piloto conta com dois jogos de pneus duros (C2 – faixa branca), quatro jogos de pneus médios (C3 – faixa amarela) e seis jogos de pneus macios (C5 – faixa vermelha).

Pneus escolhidos para a realização do GP de São Paulo – Foto: reprodução Pirelli

O padrão e a bola de segurança da Pirelli para a etapa no país, tem sido na aposta da gama intermediária. Com ela, a fornecedora consegue atender a demanda da prova, além de possibilitar a oportunidade de realizar estratégias diferentes para concluir a prova.

Correr em Interlagos representa um desafio para as equipes, pois a chuva pode aparecer em qualquer momento do fim de semana, afetando as sessões. Em 2022, Kevin Magnussen conquistou a pole em Interlagos, justamente por um momento em que as condições da pista estavam ficando complicadas. No Q3, o piloto da Haas foi rapidamente liberado para o traçado e registrou a sua marca na primeira tentativa e volta rápida. Os competidores que levaram um pouco mais de tempo para aquecer os pneus foram atrapalhados por incidentes e não conseguiram melhorar a marca do piloto dinamarquês.

Interlagos conta com um microclima, desta forma, é muito comum ver outros pontos da cidade sofrendo com a chuva e ela não chegando nem próximo de Interlagos, mas a situação inversa também pode ocorrer. Assim como em 2022, o clima em São Paulo anda instável nos últimos dias, em alguns momentos do dia a cidade fica bem abafada e quando menos se espera, a população é apanhada por uma pancada de chuva.

Entre duas represas, Interlagos é uma pista complicada para os engenheiros. A chuva, a mudança dos ventos, uma pista veloz e curta, com prova disputada no sentido anti-horário, faz os mais experientes quebrarem a cabeça para lidar com todas essas variáveis.

Com a chuva, é difícil construir a aderência no traçado, os pilotos enfrentam mais vezes a condição de “pista verde”, atrapalhando a evolução do traçado. Interlagos é um circuito curto, veloz, sinuoso e traiçoeiro na chuva. O ar rarefeito também é um desafio para as equipes por conta da dificuldade para resfriar os equipamentos.

Os engenheiros precisam escolher o melhor momento para encaminhar os seus pilotos ao traçado, mas no Q1 e Q2 é o momento que eles têm mais dificuldade, pois com mais carros na pista em um traçado curto é fácil ter a volta rápida atrapalhada por outro competidor ou a formação de trânsito.

Para a corrida é necessário ficar atendo a entrada do Safety Car pois, sua aparição é bem comum neste traçado. Novamente com duas largadas neste ano, os pilotos precisam de uma maior atenção. A reta de largada que encerra no “S” do Senna, é um trecho complicado na primeira volta, por conta da proximidade entre os carros.

Os pneus são bem exigidos, pois a pista tem curvas inclinadas, que aumentam a carga nos pneus. Eles trabalham intensamente por toda a volta, as retas são curtas e existem vários trechos sinuosos.

Com o formato Sprint sendo aplicado ao GP de São Paulo pela terceira vez consecutiva, os times estão mais familiarizados do que precisam realizar em Interlagos. No entanto, com algumas adaptações:

  • A sexta-feira começa com um TL1, única atividade que as equipes têm disponível para avaliar os carros e prepará-los para o restante do fim de semana. A atividade tem duração de 1 hora, os times costumam trabalhar com a configuração que acreditam ser a correta para o restante da etapa e avaliam a duração dos compostos e o comportamento dos carros;

  • Ainda na sexta-feira, os competidores vão retornar mais uma vez ao traçado para a realização da classificação. Nesta atividade, usando o formato Q1, Q2 e Q3 (reduzido), os pilotos vão trabalhar para definir o grid de largada da prova que será disputada no domingo;

  • O sábado por sua vez é dedicado exclusivamente para a prova Sprint. O dia começa com a realização da Sprint Shootout, sessão que também conta com o formato Q1, Q2 e Q3, mas é disputado no formato reduzido. Durante o Q1 e Q2 os competidores podem trabalhar apenas com os pneus médios novos. No Q3 a sessão precisa ser realizada com os pneus macios novos – a regra é derrubada se a pista foi declarada molhada;

  • Com a definição do grid na Sprint Shootou, os competidores vão disputar a prova de 100 km quando retornarem pela segunda vez ao traçado no sábado;

  • O domingo é voltado para a disputa da prova principal – no Brasil a prova conta com 71 voltas;

Para a realização da prova – sem chuva – é esperado que uma estratégia com duas paradas seja a adotada para a prova principal.

Na prova disputada em 2022 os pneus macios e médios entraram em ação. George Russell venceu a prova realizando duas paradas, trabalhando com os pneus macios para a largada, depois realizou um stint de pneus médios e retornou aos compostos macios quando a prova tinha cerca de 20 voltas para o final. Uma estratégia semelhante foi escolhida para a prova de Lewis Hamilton que terminou a corrida ocupando o segundo lugar.

Carlos Sainz por sua vez foi o terceiro colocado, completando a dobradinha da Mercedes no Brasil. O espanhol fez uma prova baseada na estratégia de três paradas, largando com os pneus médios, realizando um segundo stint com os pneus macios, antes de alternar mais uma vez entre os compostos médios e macios, antes de cruzar a linha de chegada. Os pneus duros foram experimentados apenas pela dupla da Williams que concluiu a prova no final do pelotão.

Estratégias que foram trabalhadas no GP de São Paulo de 2022 – Foto: reprodução Pirelli

Tivemos dois períodos de Safety Car na prova do ano passado, mas eles não mexeram tanto na estratégia como era esperado.

“O autódromo de Interlagos, em São Paulo, é conhecido por proporcionar corridas emocionantes. A volta tem apenas 4.309 quilômetros, tornando-se uma das mais curtas do ano, com apenas Mônaco e Cidade do México sendo mais curtos. Ele também é executado no sentido anti-horário e situado em uma encosta, o que lhe dá um caráter único. Os pilotos enfrentam uma descida íngreme após a primeira curva, seguida por uma longa subida com várias curvas sinuosas e, em seguida, uma longa reta que leva de volta à linha de chegada. A pista tem 15 curvas – cinco à direita e nove para a esquerda – com várias mudanças de direção”, disse Mario Isola diretor de motorspot da Pirelli.

“Interlagos tem um pouco de tudo, com curvas de baixa e média velocidade, e os carros rodando em um nível bastante elevado de pressão aerodinâmica. As forças que atuam sobre os pneus são razoavelmente equilibradas entre laterais e longitudinais. O asfalto em si tem um alto nível de rugosidade, típico de pistas permanentes com uma longa história por trás. A degradação é principalmente térmica, por isso os compostos C2, C3 e C4 foram escolhidos. Uma estratégia com duas paradas é o mais provável, enquanto uma única parada exigiria bastante gerenciamento de pneus; afetando o ritmo de corrida. O safety car tem sido acionado com frequência durante o GP, introduzindo outra variável fundamental, também vimos que as condições climáticas podem variar rápida e amplamente nesta época do ano.”

“Interlagos também sediará a última etapa sprint da temporada, dando às equipes e pilotos outra chance de avaliar o comportamento dos pneus em longos stints. Desde que as corridas sprint chegaram para a temporada 2021, Interlagos sempre foi uma delas – um sinal claro de que essa é o tipo de pista que se adapta muito bem a esse formato”, seguiu.

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo