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GP da Itália – História e estatísticas do Circuito de Monza

O Grande Prêmio da Itália, assim como a prova de Mônaco e da Bélgica, são as únicas que permanecem no calendário de Fórmula 1, desde o ano de sua estreia em 1950. Desde 1921 existem relatos de corridas e campeonatos de automobilismo no país, fazendo parte do campeonato europeu, mas apenas em 1922, o circuito de Monza foi inaugurado.

A prova também já recebeu o título honorifico de Grande Prêmio da Europa quando era necessário utilizar ela como uma espécie de tapa buraco quando alguma outra prova era cancelada do calendário ao longo dos anos. Aliás várias provas do circuito europeu já receberam esse título, a Bélgica também foi uma dessas provas.

Autódromo Nazionale Monza

O Autódromo Nazionale Monza teve suas obras concluídas em 1922 e passava a ser o terceiro autódromo permanente do mundo, pois naquela época só existiam o Brooklands na Inglaterra e Indianápolis nos Estados Unidos. O circuito tinha 10km e era composto por um traçado misto e um oval, sendo bem rápido e sempre proporcionava grandes emoções.

Algumas tragédias acabaram acontecendo no local, mas a de 1928 foi a primeira, quando o italiano Emilio Materassi em uma Talbot e Giulio Foresti em uma Bugatti, que estavam disputando na pista, acabaram se tocando roda com roda e foi um verdadeiro desastre. Emilio acabou perdendo o controle do carro e foi na direção dos especardes, o piloto acabou morrendo e cerca de 30 pessoas que estavam assistindo a corrida também faleceram. Acabou permanecendo como o pior acidente até a corrida das 24 Horas de Le Mans de 1955, onde 84 espectadores faleceram e o piloto Pierre Levegh.

Em 1933 Monza seria palco de outra tragédia. Naquele ano, no mesmo dia ocorreram duas corridas, uma no período da manhã e outra à tarde. Embaixo de uma garoa fina, a minicorrida seria concluída e vencida por Czaykowski. Na sétima volta o carro Alfa Romeo de Felice de Trossi acabou quebrando um pistão e um vazamento de 22kg de óleo se espalhou pela Curva Sul.

Guy Moll que terminava a prova em segundo lugar, acabou passando sobre a mancha de óleo e derrapou. O piloto saiu reclamando das condições perigosas da pista. Ela foi “limpa” com vassouras e sob a mancha de óleo, uma quantidade de areia foi aplicada.

A segunda bateria eliminatória começou e Campari e Barzacchini era os principais concorrentes. O primeiro competia com uma Alfa Romeo enquanto o outro estava com uma Maserati. Quando eles passaram na Curva Sul as rodas traseiras entraram em contato com a areia e não tiveram aderência. Campari perdeu o controle do carro e derrapou virando várias vezes na pista, morrendo instantaneamente. Barzacchini que estava próximo também tentou pisar no freio e derrapou, o seu carro acabou virando e ele foi ejetado do cockpit e ficou gravemente ferido, morrendo logo depois, ao chegar no hospital. Castelbarco e Barbieri tiveram sorte de sair vivos no dia.

Confira: GP da Itália – Pneus e estratégias da rodada

Mesmo com a morte de dois pilotos a organização decidiu continuar o evento e uma terceira eliminatória foi realizada onde cinco pilotos participaram. Depois uma última corrida com 11 pilotos no grid, mas foi na décima volta que o desastre aconteceu. O polonês que estava na Bugatti derrapou, acabou capotando e o carro caiu de cabeça para baixo, prendendo o piloto. A Bugatti pegou fogo imediatamente e apenas o corpo carbonizado de Czaykowski foi recuperado e só depois disso a corrida foi interrompida.

Enzo Ferrari estava perto de Capari e Borzacchini, depois desse acidente o piloto acabou endurecendo por causa das mortes e dos amigos. As mortes e os acontecimentos daquele dia, foram o divisor de água para as corridas, a rigidez do regulamente e da segurança para com os pilotos. Em 1933 os corredores não tinham qualquer segurança, era realmente um desafio com a vida, correr e sair vivo de uma competição era como nascer de novo. A segurança com os espectadores também foi uma coisa colocada em pauta, já que o público fica lado a lado com os carros que estavam disputando a prova, sem nenhuma proteção e só contavam com a sua noção do perigo.

Após a desastrosa corrida de 1933, algumas mudanças precisavam ser realizadas em Monza. Foram adicionadas chicanes, o circuito oval foi modificado, passando a integrar o circuito misto. Equipes como Mercedes e Audi ou Auto Union dominaram esse período até que a segunda Guerra Mundial estourou e de 1939 à 1946 não houveram mais corridas no país.

Em 1947 o Grande Prêmio da Itália aconteceu em Milão e a corrida foi conquistada por Carlo Felice Trossi em um Alfa Romeo, mas mais um acidente voltou a ocorrer, Giovanni Bracco saiu com o carro da pista e acertou um grupo de espectadores, onde cinco pessoas acabaram mortas. O local nunca mais foi usado e no ano seguinte a competição foi transferida para Valentino Park. Já em 1949, Monza voltou a sediar as corridas.

A Monza de 1949-1979

Em 1950 a Itália viu nascer o campeonato de Fórmula 1 e Monza passava a ser uma competição oficial. A história da Fórmula 1, como a de Enzo Ferrari e outros italianos como Alberto Ascari, filho de Antonio Ascari e outro memorável piloto dentro do automobilismo se cruzavam naquela época. Enzo acabava o seu contrato entre Ferrari e Alfa Romeo e passava a executar os seus projetos independentes.

A pista passou por diversas alterações ao longo dos anos, em 1954 novas instalações foram terminadas e dentre elas um muro de contenção, a Parabólica foi construída no lugar das duas curvas que tinham angulo de 90° graus e 10 km.

Em alguns anos como em 1957 a 1960 a parte oval deixou de ser usada, mas em 1961 decidiram que ela faria parte da disputa e viu mais um acidente acontecer. Os dois pilotos da Ferrari, Hill e o alemão Wolfgang von Trips entraram na corrida com grandes chances de vencer. Na largada Von Trips perdia a liderança para Hill e outros dois competidores, enquanto isso Jim Clark ganhava posições. Os carros chegaram na Parabólica, Clark e Von Trips estavam lado a lado, quando se tocaram roda com roda e o piloto alemão foi lançado para cima dos espectadores, o piloto e 14 pessoas morrem. No entanto a corrida não foi encerrada e Hill acabou vencendo a prova. Supostamente ela não foi encerrada, para ajudar no trabalho de resgate dos feridos, o que não faz sentido algum.

Em 1962 o circuito oval deixou de ser utilizado pela Fórmula 1 e nunca mais voltou para a competição.

Ímola 1980

Em 1980 o Autódromo Enzo e Dino Ferrari ou Imola, foi anunciado para o campeonato já que Monza passaria por uma reforma e grandes atualizações em novos complexos. Imola já havia sido usado para eventos fora do campeonato.

No ano seguinte Monza voltou para a Fórmula 1, porém Ímola foi mantida no calendário e recebia o nome de Grande Prêmio de San Marino, que foi disputado até 2006.

O podcast sobre o Preview da Itália: 

Vamos aos dados e estatísticas do GP da Bélgica: 

Vitórias | Pilotos

1. Michael Schumacher – 5
2. Lewis Hamilton – 5
3. Juan Manuel Fangio – 3
4. Stirling Moss – 3
5. Ronnie Peterson – 3
6. Nelson Piquet – 3
7. Alain Prost – 3
8. Rubens Barrichello – 3
9. Sebastian Vettel – 3

Vitórias | Construtores

1. Ferrari – 19
2. McLaren – 10
3. Mercedes – 7

Vitórias | Motores

1. Ferrari – 20
2. Mercedes – 12
3. Renault – 8

Poles | Pilotos

1. Lewis Hamilton – 6
2. Juan Manuel Fangio – 5
3. Ayrton Senna – 5
[…]
14. Nelson Piquet – 2
36. Rubens Barrichello – 1

Poles | Construtores

1. Ferrari – 21
2. McLaren – 11
3. Lotus – 7
4. Williams – 7

Poles | Motores

1. Ferrari – 22
2. Mercedes – 12
3. Renault – 10

Melhores Voltas | Pilotos

1. Lewis Hamilton – 6
2. Phil Hill – 3
3. Jim Clark – 3
4. Clay Regazzoni – 3
5. Ayrton Senna – 3
6. Mika Hakkinen – 3
7. Kimi Raikkonen – 3
8. Fernando Alonso – 3
[…]
17. Rubens Barrichello – 2
[…]
34. Nelson Piquet – 1

Melhores Voltas | Construtores

1. Ferrari – 19
2. McLaren – 12
3. Williams – 8

Melhores Voltas | Motores

1. Ferrari – 19
2. Mercedes – 15
3. Ford Cosworth – 11

Pódios | Pilotos

1. Michael Schumacher – 8
2. Lewis Hamilton – 8
3. Fernando Alonso – 6
4. Sebastian Vettel – 6
5. Juan Manuel Fangio – 5
6. Alain Prost – 5
7. Ayrton Senna – 5
8. Rubens Barrichello – 5
[…]
15. Nelson Piquet – 4
[…]
32. Felipe Massa – 3

Pódios |Construtores

1. Ferrari – 69
2. McLaren – 26
3. Williams – 19

Pódios | Motores

1. Ferrari – 71
2. Ford Cosworth – 30
3. Mercedes – 30
4. Renault – 17

Voltas Na Liderança | Pilotos

1. Alberto Ascari – 220
2. Lewis Hamilton – 218
3. Michael Schumacher – 205
4. Ayrton Senna – 203
[…]
11. Nelson Piquet – 110
12. Rubens Barrichello – 105
[…]
37. Felipe Massa – 2
[…]
56. Rubens Barrichello – 1

Voltas Na Liderança | Construtores

1. Ferrari – 1.239
2. McLaren – 577
3. Williams – 315

Voltas Na Liderança | Motores

1. Ferrari – 1.293
2. Mercedes – 635
3. Renault – 480

Voltas Percorridas | Pilotos

1. Rubens Barrichello – 886
2. Michael Schumacher – 839
3. Kimi Raikkonen – 836
[…]
7. Felipe Massa – 661

Voltas Percorridas | Construtores

1. Ferrari – 8.946
2. McLaren – 4.629
3. Lotus – 3.996

Voltas Percorridas | Motores

1. Ford Cosworth – 12.609
2. Ferrari – 11.594
3. Renault – 5.714

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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