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GP da Bélgica – História e estatísticas de Spa-Francorchamps

Assim como em alguns países da Europa, a Bélgica fez parte do campeonato de automobilismo europeu e algumas provas foram disputadas no seu território desde 1922.

Spa-Francorchamps teve dois traçados diferentes até chegar ao que conhecemos hoje, suas alterações giravam em torno de mais velocidade e depois em segurança, adaptações que foram necessárias para que o circuito pudesse receber a Fórmula 1, mas a competição ainda foi executada em dois outros lugares, em Nivelles em 1972 e 1974, e também em Zolder 1973 e 1975 à 1982 e novamente em 1984.

Confira: GP da Bélgica – Os pneus da rodada e a quantidade disponível

A Fórmula 1 colocou a Bélgica no calendário em 1950, mais em 1957 a competição não conseguiu ser executada devido aos preços altos dos combustíveis nos Países Baixos, por conta da crise de Suez. Para o ano seguinte o circuito ganhou uma reforma onde a pista foi recapeada e os boxes ampliados.

O GP da Bélgica voltou a não ser realizado em 1969, logo depois de Jackie Stewart visitar o circuito pela GPDA (Grand Prix Drivers’ Association) e verificar que a pista e o circuito precisavam de algumas adaptações. A sensação de passar por um desafio e sobreviver a ele entre os pilotos começava a diminuir e eles queriam mais segurança para que as provas pudessem ser disputadas. Spa era a pista mais veloz da Europa e a mais perigosa. Quando os proprietários da pista se negaram a fazer as mudanças que eram necessárias nos muros de contenção, as equipes francesas, italianas e britânicas simplesmente se retiraram do evento e ele acabou sendo cancelado em abril.

Em 1970 uma prova ainda foi realizada, colocaram umas barreiras na chicane, mas ela não foi suficiente para conter a velocidade dos carros e em 1971 a prova precisou ser mudada de lugar.

Duas outras pistas e a chance de novas corridas no país

Depois do veredito final sobre as condições de Spa, o país que não queria deixar as competições automobilísticas tinha ainda outras duas opções: Nivelles e Zolder. Com a prova realizada em 1972 Emerson Fittipaldi foi o vencedor e no ano seguinte foi a vez Jackie Stewart.

A Fórmula 1 acabou voltando ainda em 1974 para Nivelles e novamente o brasileiro venceu, porém manter a pista no calendário foi outra história, ela não agradava aos pilotos e acabou sendo a mais impopular e por fim, foi riscada da competição de vez. Zolder ainda sediou o Grande Prêmio da Bélgica por mais 9 vezes, mas em 1981 ele também entrou para a lista negra de pistas para receber uma corrida, logo após o acidente que levou a morte o mecânico de Osella (Giovanni Amadeo), ao ser atropelado por Carlos Reutemann devido ao pit lane muito estreito. Mais coisas ainda aconteceriam na corrida de 81: logo na largada, após Riccardo Patrese ficar parado com o seu Arrows, David Luchett que era o seu mecânico foi à pista para tentar ligar o carro do piloto, o grande problema foi que Siegfried Stohr bateu na traseira do carro de Patrese e o mecânico ficou estirado no chão com as duas pernas quebradas. A corrida seguia, mas ao perceberem o que estava acontecendo os pilotos pararam para forçar a paralisação da prova até que Luchett fosse removido da pista.

Zolder também ficou conhecida pela morte de Gilles Villeneuve no ano seguinte, após uma colisão com Jochen Mass, seu carro girou várias vezes, ficando completamente destruído e arremessando-o a metros de distância. Gilles morreu à noite no hospital por não conseguir resistir aos graves ferimentos.

Spa está de volta

Spa acabou passando por diversas mudanças no traçado, a pista ficou um pouco mais curta e todas as alterações que foram feitas fizeram o público voltar a se apaixonar e os pilotos passaram a amar a pista também. Em 1985 ele ainda ganhou um asfalto novo por causa das chuvas que acabavam ocorrendo no local, para que uma melhor drenagem fosse feita. Em 1995 o circuito perdeu uma chicane depois do acidente em Imola de 1994.

O local ainda seria palco de um grande acidente em 1998, quando 13 dos 20 carros que disputavam a corrida acabaram batendo por causa da chuva torrencial, tudo começou pela baixa visibilidade e pela pancada de Michael Schumacher na parte traseira do carro de David Coulthard, mas ao final da prova, o alemão acabou admitindo a culpa.

Confira: Café com Deborah – GP da Bélgica e Schumacher

A Bélgica ainda foi excluída do calendário em 2003 por problemas políticos e sociais, já que na época a União Europeia criou uma proibição onde vetava a associação dos esportes com a venda de tabaco. Novamente em 2006 não tivemos corrida, mas dessa vez a pista passava por mudanças para que pudesse comportar a Fórmula 1 de forma melhor e depois disso ela nunca mais ficou de fora da competição.

Você pode escutar o nosso podcast 

Homenagem de Pierre Gasly – Foto: F1

O fim de semana será para homenagear a Anthoine Hubert, o piloto francês de Fórmula 2 faceleu há um ano durante a corrida realizada na Bélgica. Pierre Gasly que era amigo do piloto, deixou um ramo de flores entre as curvas Eau Rouge/Raidillon, onde o piloto bateu.

Vamos aos dados e estatísticas do GP da Bélgica: 

Vitórias | Pilotos

1. Michael Schumacher – 6
2. Ayrton Senna – 5
3. Jim Clark – 4
4. Kimi Raikkonen – 4

Vitórias | Construtores

1. Ferrari – 14
2. McLaren – 12
3. Lotus – 5

Vitórias | Motores

1. Ferrari – 14
2. Mercedes – 10
3. Renault – 8

Poles | Pilotos

1. Lewis Hamilton – 5
2. Juan Manuel Fangio – 4
3. Ayrton Senna – 4
[…]
22. Nelson Piquet – 1
23. Rubens Barrichello – 1

Poles | Construtores

1. McLaren – 11
2. Ferrari – 10
3. Williams – 7

Poles | Motores

1. Mercedes – 13
2. Ferrari – 10
3. Renault – 8

Melhores Voltas | Pilotos

1. Alain Prost – 6
2. Michael Schumacher – 4
3. Sebastian Vettel – 4
4. Juan Manuel Fangio – 4
[…] 28. Rubens Barrichello – 1
[…] 30. Felipe Massa – 1

Melhores Voltas | Construtores

1. Ferrari – 15
2. McLaren – 7
3. Williams – 5
4. Mercedes – 5

Melhores Voltas | Motores

1. Ferrari – 15
2. Renault – 9
3. Mercedes – 8

Pódios | Pilotos

1. Michael Schumacher – 9
2. Lewis Hamilton – 8
3. Alain Prost – 7
4. Ayrton Senna – 6
[…] 33. Rubens Barrichello – 2
[…] 61. Nelson Piquet – 1

Pódios | Construtores

1. Ferrari – 39
2. McLaren – 25
3. Williams – 13

Pódios | Motores

1. Ferrari – 39
2. Mercedes – 27
3. Renault – 24

Voltas Na Liderança | Pilotos

1. Michael Schumacher – 259
2. Ayrton Senna – 211
3. Kimi Raikkonen – 153
[…] 21. Nelson Piquet – 27
[…] 37. Felipe Massa – 6
[…] 56. Rubens Barrichello – 1

Voltas Na Liderança | Construtores

1. Ferrari – 548
2. McLaren – 443
3. Mercedes – 176

Voltas Na Liderança | Motores

1. Ferrari – 548
2. Mercedes – 423
3. Renault – 340

Voltas Percorridas | Pilotos

1. Michael Schumacher – 602
2. Felipe Massa – 563
3. Kimi Raikkonen – 548
[…]
15. Ayrton Senna – 349

Voltas Percorridas | Construtores

1. Ferrari – 3.592
2. Williams – 2.542
3. McLaren 2.381

Voltas Percorridas | Motores

1. Ferrari – 5.661
2. Renault – 4.085
3. Ford Cosworth – 4.070

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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