O chefe de equipe da Ferrari, Frédéric Vasseur, precisou sair em defesa de Lewis Hamilton, depois de um fim de semana complicado na Hungria.
Lewis Hamilton trocou a Mercedes pela Ferrari para a temporada 2025, o heptacampeão já tinha demonstrado em outros anos o desejo de defender o time italiano. No entanto, a mudança para a equipe é acompanhada de momentos de muito desafio, relacionados ao período de adaptação – não apenas de carro, mas também de motor.
A Ferrari ainda adicionou um desafio maior, quando decidiu por um novo projeto de carro para 2025, onde o SF-25 não correspondeu ao que era esperado pela equipe de Maranello. Ao longo dos últimos eventos, a Ferrari introduziu um novo assoalho e mudou a suspensão traseira, para tentar deixar o carro estável, depois de muita reclamação de Hamilton e Leclerc.
O GP da Hungria aconteceu logo depois do GP da Bélgica, prova que Hamilton já tinha enfrentado problemas para avançar do Q1 para o Q2 e precisou fazer uma prova de recuperação no domingo.
O desempenho no TL3 do GP da Hungria, trouxe um lampejo de esperança de uma sessão mais consistente, assim como o conhecimento do piloto sobre o traçado. Porém, Hamilton classificou apenas na 12ª posição, deixando uma marca para o sábado quando falou em entrevista: “Sou inútil, absolutamente inútil”; após já ter tentado coisas diferentes para melhorar o seu ritmo.
Na corrida, a Ferrari e Hamilton não conseguiram fazer uma corrida de recuperação como o esperado. A estratégia não funcionou, principalmente em um circuito travado, onde os pilotos ficaram presos no tráfego por conta de um trenzinho de DRS que se formou. Ao final do fim de semana, o heptacampeão mundial estava aliviado dessa fase do campeonato ter encerrado e aproveitará as férias de verão para colocar a cabeça no lugar.
Todo o desempenho, fez Hamilton se cobrar pela situação que estava passando, mas contribuiu também para uma enxurrada de comentários duros pelas redes sociais.
“Não preciso motivá-lo, honestamente”, disse Vasseur após o Grande Prêmio. “Ele está frustrado, mas não desmotivado. É uma história completamente diferente.”
“Mais uma vez, eu posso entender perfeitamente a situação, e você também pode. Às vezes, você faz comentários sobre o que um piloto está dizendo sobre o carro. Mas se você colocasse o microfone em algum outro esportista, como um jogador de futebol e assim por diante, não tenho certeza se seria muito melhor.”
“Às vezes, eles fazem comentários [precipitados], quando deixam o carro. Entendo a frustração, mas todos nós estamos frustrados e, às vezes, se você me perguntar, não posso falar isso. Vou falar com os comissários”, comentou.
“Mas às vezes, logo depois de uma corrida, ou depois de uma classificação, você fica muito decepcionado e a reação, a primeira reação é dura, mas todos sabemos que estamos indo para a mesma direção.”
Alguns dias antes da Ferrari anunciar a renovação contratual de Vasseur, Hamilton mencionou o relatório que tinha feito sobre essa temporada e o que é preciso para ele se sentir confortável no próximo ano. Além disso, o piloto também detalhou que tinha realizado uma série de reuniões não apenas com Vasseur ou John Elkann, mas com os chefes de engenharia e passando um tempo na fábrica, em busca de entender mais a equipe e também conseguir a performance desejada.
Vasseur reconhece que Hamilton se cobra muito, mas sabe que são essas qualidades que também fizeram diferença para o competidor se tornar um multicampeão na Fórmula 1.
“Sim, ele é exigente, mas acho que é também por isso que ele é sete vezes campeão mundial, que ele é exigente com a equipe, com o carro, com os engenheiros, com os mecânicos, comigo também, mas antes de tudo ele é muito exigente consigo mesmo”, disse ele.
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