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Fórmula E adquire direitos de propriedade intelectual da W Series

A Fórmula E aproveitou a oportunidade para adquirir os direitos de propriedade intelectual da W Series, mas a categoria elétrica ainda não está certa sobre qual será o destino dessa marca

A Fórmula E, campeonato mundial de carros elétricos compou os direitos de propriedade intelectual da W Series.

A categoria feminina atuou durante três temporadas (2019. 2021 e 2022) antes de entrar em administração judicial. Parte deste processo inclui a venda de seus ativos, para cobrir as dívidas geradas. Os administradores que cuidavam do caso, na época, informaram que estavam explorando “todas as opções disponíveis” para a categoria.

A última prova da W Series foi disputada em Singapura ainda em 2022, a categoria não conseguiu se quer realizar as etapas do México e Estados Unidos pelos problemas financeiros enfrentados.

No último relatório de progresso do administrador da W Series, divulgado em 16 de julho, foi revelado que a Fórmula E Operations Ltd, havia comprado os direitos de propriedade intelectual da W Series.

“A empresa possuía propriedade intelectual consistindo em marcas registradas, pedidos de marca registrada pendentes, contas de mídia social e nomes de domínio. Após várias partes expressarem interesse, um acordo foi fechado com a Formula E Operations Limited e a propriedade intelectual foi transferida por um total de £ 110.000 mais IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Esta venda foi concluída em 28 de março de 2024 e as etapas estão em andamento para atribuir transferências mundiais.”

A categoria elétrica ainda não tem certeza sobre a criação de uma categoria feminina 100% elétrica – Foto: reprodução Fórmula E

O CEO da Fórmula E Jeff Dodds, explicou os motivos da compra para o site Formula Scout: “Sendo realmente honestos e abertos, estamos muito focados em trazer mais diversidade ao automobilismo. Achamos que a FE é um ótimo lugar para fazer isso”, disse ele.

“Então isso não significa necessariamente diversidade de gênero, não significa que estamos tentando ter mais mulheres guiando. Embora eu adoraria fazer isso. Mas também, tivemos um piloto deficiente Robert Wickens [dirigindo] em Portland. Então, queremos apenas dar oportunidades para pessoas diferentes experimentarem carros e perceberem seu potencial no automobilismo. E a W Series eu pensei que era um esforço realmente valido para fazer isso para as mulheres.”

“Não deu certo para eles. Eles conseguiram ótimas filmagens, ótima propriedade intelectual, ótimo reconhecimento de nome, ótima conscientização. Então, queríamos adquirir isso na remota possibilidade de podermos usar isso no futuro, de alguma forma, para promover as mulheres no automobilismo. Agora, talvez nunca o usemos. Podemos fazer algo incrível com isso, mas para mim, pelo preço do ativo, parecia uma boa oportunidade.”

O que fica claro é que a Fórmula E tem tentado trazer mais diversidade para as pistas e esse foi o maior interesse de adquirir a propriedade intelectual da W Series. No último teste de novatos, a categoria fez o possível para não chocar datas com a F1 Academy, para dar a oportunidade de as equipes convidarem pilotas dessa outra categoria feminina para experimentar os carros da Fórmula E.

Por ser um campeonato mundial, a categoria tem chamado muita atenção e tem se tornando uma oportunidade adicional para os pilotos da base.

No entanto, montar um campeonato elétrico apenas para mulheres, pode ser um passo bem grandioso. A própria categoria ainda não está certa sobre a possibilidade de ter um campeonato de base elétrico para alimentar a categoria principal. Como Dodds ressalta, “não necessariamente” será feito algo com essa aquisição, mas surgiu uma oportunidade e eles resolveram obter.

“Poderíamos fazer qualquer tipo de coisa com isso. Então temos o Girls on Track como uma promoção massiva, tentando atrair mais jovens mulheres para disciplinas STEM, no automobilismo. Então poderíamos tentar usar a marca W Series em algo assim. Não precisa ser na pista. Então nem pensamos no que poderíamos fazer com isso. Só pensei que seria uma boa oportunidade de ter o ativo porque estamos focados em trazer mais mulheres para o automobilismo.”

Alejandro Agag, fundador da Fórmula E já mencionou em outras entrevistas que os custos são bem altos para manter uma categoria de base que ajudasse a ‘alimentar’ a Fórmula E.

A W Series ainda enfrenta credores, com os dois maiores devedores sendo a empresa californiana The Bunker LA 2, que deve £15.782.938, e a Jenner Racing, de Caitlyn Jenner, que deve £40.426. Jenner Racing patrocinou o carro de Jamie Chadwick na temporada vitoriosa de 2022 na W Series.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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