Na segunda-feira (23) o Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem pediu cautela sobre o suposto valor inflacionado da Fórmula 1, onde a categoria fora avaliada em US$ 20 bilhões. A publicação realizada por Sulayem fez com que a Liberty Media sentisse que a FIA está ultrapassando os limites e poderia prejudicar a empresa.
Nesta terça-feira uma carta foi enviada pela F1 pelos proprietários da Liberty Media à FIA fazendo as observações sobre a conduta da FIA. A BBC realizou uma matéria falando sobre o caso e menciona que a carta foi vista pela BBC Sport, sendo de co-autoria dos diretores jurídicos da F1, Sacha Woodward Hill e Renee Wilm, acompanhados pela sua proprietária a Liberty Media.
Uma matéria na Bloomberg mencionou anteriormente que um fundo de investimento público da Arábia Saudita (PIF) teria realizado uma oferta para uma possível compra da Fórmula 1 com uma proposta de US$ 20 bilhões para a aquisição da categoria. Em 2016 quando a Liberty comprou a F1, ela fez a aquisição por US$ 8,5 bilhões.
“Como guardiã do automobilismo, a FIA, enquanto organização sem fins lucrativos, é cautelosa sobre os supostos preços inflacionados de US$ 20 bilhões sendo posto na F1. Qualquer comprador em potencial é aconselhado a usar do bom sendo, considerar o bem maior do esporte e apresentar um plano claro e sustentável – não apenas por muito dinheiro”, afirmou Sulayem em seu Twitter.
https://twitter.com/Ben_Sulayem/status/1617548572810960896
O Presidente da FIA ainda acrescentou: “É nosso dever considerar qual será o impacto futuro para os promotores em termos de aumento das taxas de hospedagem e outros custos comerciais, e qualquer impacto adverso nos fãs.”
A FIA não tem poder sobre os direitos comerciais da categoria, sob o contrato de 100 anos, desta forma a F1 tem o “direito exclusivo de explorar os direitos comerciais do Campeonato Mundial de F1 da FIA”, afirma em carta. A Fórmula 1 é administrada pela Liberty Media e a FIA, a primeira é detentora dos direitos comerciais da categoria, enquanto a outra realiza a regulamentação do esporte.
“A FIA assumiu o compromisso inequívoco de que não fará nada para prejudicar a propriedade, a administração e/ou a exploração desses direitos. Os comentários realizados a partir da conta oficial de mídia social do Presidente da FIA, interferem em nossos direitos de maneira inaceitável”, seguiram.
Woodward Hill e Wilm acrescentaram: “As circunstâncias em que a FIA teria qualquer papel em uma mudança de controle do grupo da F1 são muito limitados. Qualquer sugestão ou implicação em contrário, ou que qualquer potencial comprador da categoria da F1 seja obrigado a consultar a FIA, está errada.”
A carta ainda acrescenta que qualquer “comentário sobre o valor de uma entidade listada, especialmente reivindicando ou implicando a posse de conhecimento privilegiado ao fazê-lo, corre o risco de causar danos substanciais aos acionistas e investidores dessa entidade, sem mencionar a potencial exposição a graves consequências regulatórias. Na medida em que esses comentários prejudicam o valor da Liberty Media Coporation, a FIA pode ser responsabilizada como resultado.”
As tensões entre a Fórmula 1 e a FIA seguem aumentando, uma tensão que tem crescido desde que Ben Sulayem assumiu a presidência da FIA.