O automobilismo é extremamente sensorial, os cheiros, o som, as ondas que percorrem o corpo, são todo um conjunto capaz de tornar o momento mais que especial. É com está experiência enriquecedora que o cinema precisa lidar para fazer um filme e claro que se e tem corridas é necessário tudo estar devidamente orquestrado para funcionar, James Mangold consegue isso no longa.
Em Ford Vs. Ferrari é possível acompanhar a disputa entre duas grandes corporações, o dilema de vida dos personagens e a sensação de desfrutar da velocidade, junto com o sentimento mais avassalador de estar dentro de uma corrida de longa duração.
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— FORD v FERRARI (@FordvFerrari) November 22, 2019
Na década de 60 a Ford tentou se unir a Ferrari, mas não deixaria mais a montadora italiana competir em Le Mans. Enzo Ferrari informado da medida, desistiu do acordo e se juntou com a FIAT, a Ford passou a tentar derrotar os italianos, mudando a sua visão e construindo o primeiro carro para competir a prova, veloz e com um design completamente diferente do que a montadora oferecia até aquele momento aos seus consumidores. Um grupo de designers automotivos foi criado para desenvolver o carro de corrida da Ford, entre eles esteve Carroll Shelby, interpretado por Matt Damon.
Dentro destes dilemas, eles ainda precisavam de um piloto que pudesse ser competitivo, Ken Miles interpretado por Christian Bale é o piloto cheio de garra e determinação, mas muito cabeça dura e explosivo, nada adequado para o time de marketing da Ford, que pretendia antes de tudo conservar a sua imagem e ter o controle daqueles que trabalhavam para eles.
Correr sempre foi arriscado, mas era a ligação direta com o sucesso pessoal, além disso era o momento que aqueles mais ligados ao esporte se destacavam. Miles certamente tinha o feeling, capaz de identificar os problemas do carro e apontar a melhor forma de aperfeiçoá-lo
O filme consegue abranger as várias dinâmicas que envolvem uma corrida e a estrutura para conseguir crescer, desde o cara que fica envolvido no projeto de forma integral, como é Shelby ao piloto de determinado a conquistar o melhor resultado. O lado que o longa mostra é com foco na Ford então é o que ocorre deste lado que ganha mais destaque, apesar dos olhares do lado da Ferrari serem a chave em alguns momentos.
O que vale a pena em Ford Vs. Ferrari, certamente é a sonorização, ela é a grande responsável por transportar as pessoas que estão na sala de cinema para dentro da competição. São os sons dos pneus cantando, grudados ao asfalto e sendo exigidos, o motor que toma vida e ausência de som quase como em um Star Trek também é interessante, tudo isso aliado ao jogo de câmeras bem escolhido.
As perseguições são de arrepiar e tirar o fôlego e ainda que algumas pessoas saibam do resultado da trama é possível vibrar a cada momento e torcer por uma reviravolta.
Assim como as corridas as vidas giram em torno de vitórias e fracassos, lutas diárias e o foco em melhorar quando se é determinado, por isso fica fácil se identificar com a trama e seus personagens. Certamente o filme ideal para aqueles que gostam de corrida, vai ter velocidade na medida certa e o “bastidores” e para aqueles que estão engatinhando nesse mundo, pode ser o despertar para conhecer mais sobre estas histórias que giram em torno do automobilismo.