Nesta quinta-feira (14) a Federação Internacional de Automobilismo publicou um comunicado sobre o Safety Car, principalmente após algumas reclamações ocorrerem na última corrida. Durante os eventos da Fórmula 1, a Aston Martin e Mercedes se revezam para fornecer os carros de segurança.
Em Melbourne o Safety Car foi usado duas vezes: a primeira vez ocorreu durante o abandono de Carlos Sainz na segunda volta; o outro acionamento foi realizado quando Sebastian Vettel bateu no muro de contenção. Charles Leclerc que não perdeu a liderança da prova em nenhum momento da prova, comandou as relargadas.
Max Verstappen sugeriu que o carro da Aston Martin era “como uma tartaruga”. Depois de muitos anos usando o Safety Car da Mercedes, em 2021 a Aston Martin se tornou também uma fornecedora. Em 12 dos 23 eventos deste ano, os carros da montadora britânica vão se fazer presentes – sua primeira utilização na temporada ocorreu durante o GP da Austrália.
LEIA MAIS: Mercedes realiza substituição de Safety Car e carro médico para a temporada 2022 da F1
A partir de Melbourne, a FIA alertou os competidores que não toleraria mais que o segundo colocado (ou qualquer outro piloto) atacasse o líder (ou um adversário) na volta que o Safety Car deixaria a pista – uma prática que se tornou muito comum por Max Verstappen. Eles também estipularam o que seria aceito durante os momentos que antecedem a relargada. No reinício após o acidente de Vettel, o monegasco perdeu um pouco o controle do F1-75 e foi atacado pelo piloto holandês. Verstappen apontou que isso ocorreu por conta do desempenho ruim do carro da Aston Martin.
Não é de hoje que alguns pilotos reclamam da velocidade do Safety Car em pista, durante o período de neutralização da prova vemos pilotos alinham ao lado do carro de segurança para demonstrar que ele está lento – isso ocorre independente do modelo utilizado no evento. Os dois SC contam com um motor V8 biturbo, mas o da Aston Martin tem apenas 528cv, contra 730cv do Mercedes.
“Era como uma tartaruga. Inacreditável. Com aquele carro, andar a 140 km/h na reta, quando não havia nenhum carro danificado na pista, não entendo por que temos que andar tão devagar. Temos que investigar. Com certeza o carro de segurança da Mercedes é mais rápido por conta da aerodinâmica extra, porque esse Aston Martin é realmente devagar”, disse Verstappen pós GP da Austrália.
LEIA MAIS: FIA ressalta procedimento para a relargada pós-Safety Car e não vai tolerar manobra feita por Verstappen
A declaração da FIA não menciona o desempenho do carro da Mercedes e Aston Martin, mas ressalta que quando ele está em pista é para garantir justamente a Segurança dos pilotos.
“Diante dos comentários recentes sobre o ritmo do carro de segurança da Fórmula 1 da FIA, a FIA gostaria de reiterar que a função principal do Safety Car da Fórmula 1 da FIA é, obviamente, não a velocidade total, mas a segurança dos pilotos, fiscais de pista e oficiais”, comunicou a nota.
“Os procedimentos do Safety Car levam em consideração vários objetivos, dependendo do incidente em questão, incluindo a exigência de ‘reagrupar’ o pelotão, negociar uma recuperação de incidente ou detritos na pista de maneira segura e ajustar o ritmo dependendo das atividades de recuperação que podem estar em andamento em uma parte diferente da pista”, seguiu.
“A velocidade do carro de segurança é, portanto, geralmente ditada pelo controle de corrida, e não limitada pelas capacidades dos carros de segurança, que são veículos de alto desempenho sob medida preparados por dois dos principais fabricantes do mundo, equipados para lidar com condições de pista variáveis em todos os tempos e conduzido por um piloto e co-piloto extremamente experientes e capazes”.
“O impacto da velocidade do carro de segurança no desempenho dos carros que o seguem é uma consideração secundária, pois o impacto é igual entre todos os competidores que, como sempre, são responsáveis por dirigir com segurança em todos os momentos de acordo com as condições de seus carros e do circuito”, finalizou a FIA.
George Russell comentou a fala de Verstappen, afirmando que o Aston Martin é cerca de cinco segundos por volta mais lento que o Mercedes, o que dá uma diferença considerável.
Durante o período de Safety Car os pilotos tentam manter os seus pneus aquecidos e estabelecem uma distância para os seus adversários, deixando um espaço para que possam trabalhar os compostos.