Além das penalidades com tempo, outra prática que está se tornando muito comum são as anotações na superlicença, rendendo a perda de 1, 2 e até três pontos dependendo da manobra que o piloto executou em pista.
Obviamente é um ponto que está chamando muito a atenção e assim como os limites de pista, as punições acabam gerando alguns questionamentos e críticas. Assim como o GP da Áustria e Estíria do ano passado, vários pilotos foram punidos, ao passo que Lando Norris da McLaren e Sergio Pérez são os pilotos com mais pontos na superlicença até o momento.
Como o piloto da McLaren foi afetado com a penalização aplicada depois de ‘jogar’ Sergio Pérez para fora da pista, Norris afirmou que as punições com a perda de pontos deveriam ser aplicadas em ‘direção perigosa’.
“Por que eu deveria receber pontos como penalidade hoje por alguém entrar na brita? Sim, nada do que fiz é perigoso. Talvez em alguns casos você mereça uma penalidade na pista, porque você fez algo ruim em termos de corrida e apenas cometeu um erro, mas por outro lado você tem coisas que as pessoas fazem de vez em quando, que são puramente perigosos.”
No pós-corrida foi algo muito discutido, principalmente porque as punições estão sendo aplicadas com tempo e pontos e podem até inibir os pilotos de realizar ultrapassagens mais ousadas.
Existem regras, obviamente os regulamentos estão aí para isso, principalmente a que trata sobre os pilotos deixarem o espaço de um carro, entre o seu carro e a linha branca que delimita a pista. Como nos três lances que ocorreram as punições – Norris e Pérez, Pérez e Leclerc – o espaço não foi deixado, as punições foram aplicadas.
No entanto, acho que o lado que acaba incomodando mais quando estas punições são aplicadas é justamente por deixar as ultrapassagens ‘mais mecânicas’ e ‘artificiais’, determindando onde realizá-las. Já que o piloto que tentou ultrapassar em uma curva, arriscou quando colocou o carro naquela parte da pista, correndo o risco de ficar sem espaço – foi uma escolha dele apostar naquele ponto.
“Se você realmente ultrapassar sob uma bandeira amarela e fizer outra coisa que é claramente uma regra que colocará as pessoas em perigo, então eu entendo a penalização por pontos para um piloto, e se isso for recorrente, você pode obter uma suspensão em uma corrida, mas para pequenas coisas como esta, é estúpido na minha opinião. Não é o que a Fórmula 1 deveria ser”, disse Lando Norris.
No GP do Azerbaijão o piloto da McLaren também perdeu pontos, ele permaneceu na pista quando o regime de bandeira vermelha foi instaurado. Na ocasião a atitude foi considerada perigosa, principalmente por estar sendo realizada uma operação em pista.
“Na minha opinião, devem ser decisões sobre quando alguém faz algo perigoso e coloca alguém em perigo e realiza algo que não deveria ter feito. Então você tem as corridas e quando as pessoas têm que usar o bom senso”, completou.
Por outro lado, o diretor de provas Michael Masi não vê as penalidades como algo muito severo e não tem a intensão de realizar mudanças para o restante da temporada.
“Para ser justo, é um sistema de penalização por pontos que existe, está lá o tempo todo, não diferente para aqueles que estão dirigindo nas estradas em países que têm um número máximo de pontos que eles têm que cumprir e têm que ajustar seu estilo de direção. Então, não, eu não acho que eles sejam duros”, disse Masi depois da corrida na Áustria.
“Isso foi discutido no final do ano passado e é engraçado porque afeta diferentes pilotos em diferentes equipes de maneiras diferentes. E o consenso era, no final do ano passado envolvendo todos, as equipes, a FIA, todos, que não deveria haver uma mudança este ano e não é algo que mudaríamos no meio do ano.”
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Além das regras, também é questionado pelos pilotos a consistência na aplicação das penalidades. Neste GP da Áustria os mesmos movimentos foram punidos da mesma forma, tanto em tempo quanto em pontos, mas nem sempre ocorre da mesma forma com a variação dos circuitos.
Na primeira volta, eles têm tratado os limites de pista e incidentes de forma mais branda, foi alto que até mesmo levou Fernando Alonso a questionar.
“Todos os incidentes da primeira volta são tratados de maneira mais branda e tem sido assim há vários anos, sob o princípio de ‘deixe-os correr”, acrescentou Masi. “Então esse é o princípio geral, porque particularmente em circunstâncias como essa, todos pediram para olhar as coisas de uma maneira muito mais branda e, em seguida, ajudar os pilotos e as equipes se necessário, e isso foi analisado na época”.
Bom, de certa forma, as penalidades os limites de pista estão atrelados, algo que acaba delimitando muito as provas e voltas dos pilotos nos autódromos. A sensação que fica é que não estão deixando os pilotos correr e que qualquer nível de ousadia é marcado por punições.
Aproveitamos para discutir as ultrapassagens e as penalizações que estão ocorrendo na live do GP da Áustria e você pode conferir nos vídeos do nosso canal no Youtube.
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